sábado, 16 de outubro de 2010

PRODUÇÃO E PREÇOS RECEBIDOS PELA CACHAÇA

No território nacional, especialmente no Estado de São Paulo, a produção da cachaça é realizada segundo duas formas principais, ou seja, a produção em larga escala com modernas colunas de destilação e com sofisticados recursos de análises laboratoriais, geralmente organizada pelos grandes grupos e a de alambique, mais artesanal, geralmente desenvolvida por pequenos produtores, de base familiar e com recursos mais modestos.

A produção nacional da cachaça de alambique é cerca de 300 milhões de litros, contra 1 bilhão da indústria, realizada pelos grandes grupos de empresas8. Enquanto a produção de cachaça industrial tem se mantido estável desde 1995, a cachaça de alambique apresenta um crescimento de 5% ao ano. Contudo, o volume de cachaça artesanal embarcado ainda é muito pequeno (menos de 2%) em comparação ao industrial, devendo se expandir nos próximos anos.

Destaca-se a participação do Estado de São Paulo na produção nacional de cachaça, posicionando-se como líder no ranking no processo industrial, enquanto no artesanal, ocupa o segundo lugar, sendo superado apenas por Minas Gerais.

Quanto ao custo de produção, os dados fornecidos por agentes representativos do setor permitem afirmar que a produção de uma garrafa de cachaça elaborada a partir do processo industrial fica em torno de R$0,46 a R$0,48, enquanto na produção artesanal a estimativa é de pelo menos R$1,20. Para a cachaça envelhecida o custo envolve ainda uma série de variáveis, que acabam dificultando a elaboração de uma média. Aos custos normais de produção, como os relacionados ao plantio e corte da cana, transporte desse insumo até ao alambique, processo de fabricação, armazenagem, engarrafamento, embalagem e rótulos, somam-se gastos com recipientes de envelhecimento, tipo de mate-rial desses recipientes, necessidades de controle da temperatura no local do envelhecimento e mbalagens especiais. Além dos custos extras, devem ser levadas sempre em consideração as perdas associadas ao tempo de envelhecimento.

Atualmente, em função da necessidade de adequação às normas de qualidade vigentes, despesas com certificação, selos, controle e fiscalização dos componentes prejudiciais à saúde (auditorias, análises químicas e sensoriais da produção) vão sendo incorporadas. Nesse sentido, vale ressaltar as influências a serem geradas pela vigência da Instrução Normativa n. 13 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), publicada em junho de 2005, cujas normas ampliam a lista de substâncias proibidas na composição da cachaça e exigem maior fiscalização e controle.

Além dessas medidas, a Instrução Normativa reafirma a definição de cachaça e aguardente e estabelece três classificações à bebida envelhecida (a Envelhecida, a Premium e a Extra Premium).

Considerando a produção artesanal, convém destacar que a etapa de envelhecimento em tonéis de madeira de diferentes espécies vem se tornando um recurso cada vez mais importante para a incorporação de diferencial à produção e detendo, assim, grande capacidade de agregar valor ao produto. Segundo o diretor executivo da FENACA, enquanto a cachaça industrial é vendida no exterior por US$0,60/litro, a artesanal tem preço de US$3,50/litro, uma agregação de valor próxima de 480%. Nessa perspectiva, convém salientar que a produção orgânica, que enfrenta grandes desafios na concorrência com a aguardente industrializada, também vem se tornando um recurso importante para construção de uma especificidade, detendo, por sua vez, um significativo potencial de mercado externo.
(Adriana Renata Verdi)

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Amarula

Ele pode ser tomado puro, com gelo ou misturado com outros ingredientes com café e sorvetes. Cremoso e com gosto exótico, seu sabor exala o mais puro espírito selvagem. O licor cremoso AMARULA é puro feitiço. Tão singelo como os mitos e lendas que lhe deram origem.

Mundo das Marcas

A história

A história começou no mês de setembro de 1989, quando o sofisticado licor, destilado da exótica fruta da árvore africana maruleira (Sclerocarrya birrea), misturado com creme fresco, que resulta em uma bebida cremosa, estável, rica e macia, foi introduzido no mercado da África do Sul pela empresa Distillers Corporation. A colheita da fruta é feita nos meses de fevereiro e março, e suas sementes são removidas, a polpa da fruta passa por um processo de fermentação, semelhante ao da fabricação de vinhos e, em seguida, por uma destilação em alambiques de cobre e depois envelhece por dois anos em barris de carvalho, para finalmente ser misturado ao mais fino creme de leite. A árvore maruleira é conhecida na África como “Elephant Tree”, chamada assim pela predileção dos animais por essa fruta, o que explica o elefante na embalagem do produto. Dois anos depois a empresa já estava exportando o produto para atender a uma demanda crescente em diversos mercados, tais como o Brasil, Canadá, Alemanha e Reino Unido, e mais recentemente os Estados Unidos. O produto cresceu rapidamente e se tornou um grande sucesso no mundo inteiro pois podia ser consumido puro, “on-the-rocks” ou com gelo moído, ou ainda como ingrediente em coquetéis, para dar um toque especial ao café, e mesmo no preparo de sobremesas.

Local único

A Amarula Lapa situada na província de Limpopo, cidade de Phalaborwa, África do Sul, é o local ideal para experimentar o gosto natural do licor AMARULA CREAM. Localizada no bushveld (savana) fora dos limites da cidade, o local está próxima à fabrica do licor. A Lapa é projetada em estilo rústico, africano, saudando e recebendo o visitante no bushveld africano com um estilo sem precedentes no setor de licores da África do Sul. O local permite que o visitante experimente o bushveld africano ao mesmo tempo em que aprecia o licor no local de seu nascimento. Equipada para servir grupos de excursão de até 70 pessoas, a Lapa é a parada ideal na rota para o Parque Nacional Kruger, uma das principais atrações turísticas da África do Sul. Conferências, reuniões, lançamentos e eventos sociais podem ser conduzidos no local. As instalações de serviços de refeições são do mais alto padrão, enquanto uma visita à loja AMARULA local permite comprar lembranças da principal bebida da África do Sul.

Lendas e folclores

Os animais que apreciam mais a pequena fruta oval com sua polpa ao redor de um caroço grande e muito duro, são os magníficos elefantes africanos, que chegam em manadas ou sozinhos e balançam as árvores para que as frutas caiam. Quando a fruta cai no chão, ela começa a fermentar, fornecendo um sabor doce - e um conteúdo levemente alcoólico. Mesmo os animais da savana farão qualquer coisa para comer a fruta.

A relação com os elefantes

A marca AMARULA está envolvida no projeto de pesquisa Amarula Elephant Research Programme conduzido pela Universidade de Kwa-Zulu Natal em Durban, África do Sul. Nada personifica o Espírito da África - a essência do AMARULA - tanto quanto o elefante africano. Símbolo duradouro, este gigante majestoso da savana africana evoca imagens eternas de uma vida selvagem não-influenciada pela modernização e industrialização. Com uma forte associação da marca ao elefante africano, o AMARULA está intimamente associado a este animal por meio do logotipo da marca, de sua essência e pela fruta Marula, tão saboreada pelo elefante e base deste licor cremoso.

BAILEYS

BAILEYS é uma bebida que faz companhia em momentos de descontração e até mesmo introspecção. O seu sabor, uma mistura de chocolate, leite e o mais tradicional uísque irlandês, é realmente único e inconfundível. Uma bebida delicada e doce que poder ser combinada com uma infinidade de outros ingredientes para criar algo saboroso e apreciativo que aguça os sentidos.

Mundo das Marcas




A história

A história de um dos maiores e mais fortes ícones da cultura irlandesa começou no início da década de 70, quando a empresa Gilbeys of Ireland, tradicional produtora de vinhos, estava procurando um produto diferenciado para lançar no mercado mundial. Uma pesquisa revelou que os consumidores estavam querendo uma bebida única, com gosto marcante, baixo teor alcoólico e feita com ingredientes naturais. Foi então, que um grupo de visionários (entre eles Matt Gluckman, Tom Iago, Steve Wilson e Matt McPherson) liderados por David I. Dand resolveu unir o que a Irlanda tinha de melhor: o leite e o uísque. Em 1971 começaram as pesquisas para desenvolver uma bebida que unisse esses dois ingredientes. O resultado foi um licor cremoso elaborado através de um processo de produção que unia o mais puro creme de leite irlandês ao mais nobre uísque do país. Após serem acrescentados aromas de baunilha e chocolate, estava criada uma bebida de sabor único e um teor alcoólico de apenas 17%.

O produto, batizado com o nome BAILEYS Orginal Irish Cream foi lançado no mercado na cidade de Dublin, no dia 26 de novembro de 1974 pela empresa R. A. Bailey & Co. Com seu gosto distinto e cremosidade, o licor conquistou não somente os irlandeses como os consumidores mundiais. Seu lançamento foi um grande acontecimento, com muitos jornalistas presentes. O sabor do licor era tão único, que um jornalista disse: “We tasted it, we liked it. We took a bottle home, but we did not know quite what to make of it” (em tradução livre, “Nós experimentamos, nós gostamos. Levamos uma garrafa para casa, mas não sabemos o que fazer com ele.”). Dias depois, o licor foi introduzido na Inglaterra e Holanda. No primeiro ano de comercialização foram vendidas 72.000 garrafas.

Pouco tempo depois o produto já podia ser encontrado alguns outros países ao redor do planeta (Dinamarca e Austrália, entre outros), transformando-se em presença obrigatória nos mais balados bares das principais cidades cosmopolitas. Em 1979 a marca superou a barreira de 1 milhão de garrafas comercializadas no mundo inteiro. Na década de 80, depois de uma enorme campanha, chamada Baileys over Ice, para incentivar o consumo de licor com gelo e atrair um público mais jovem, os consumidores começaram a consumi-lo desta forma, ou até mesmo misturado com outros ingredientes. Houve uma explosão nas vendas e o licor cremoso passou a ser consumido em qualquer ocasião, e não somente depois das refeições. Foi também nesta década que BAILEYS foi introduzido no mercado americano.

Em 2002, a empresa resolveu dar mais uma opção de embalagem ao consumidor com o lançamento do BAILEYS MINIS, uma garrafinha contendo apenas 70ml (uma dose) do tradicional licor cremoso. Durante quase três décadas a marca teve apenas um único produto, mas, em 2003, acreditou que era hora de diversificar sua linha com o lançamento do BAILEYS GLIDE, um licor com os mesmos ingredientes do original, porém com teor alcoólico de apenas 4%. O produto não fez o sucesso esperado e sua produção foi descontinuada dois anos depois. O fracasso do produto não desencorajou a marca em continuar pesquisando novas opções e oportunidades de mercado. O resultado foi uma onda sucessiva de lançamentos, levando a marca BAILEYS para outras categorias de produtos: os famosos copinhos de chocolate belga (BAILEYS CHOCLATE CUPS) com 35ml para serem consumidos com o licor; chocolates em barra (especialmente no mercado europeu); e o sorvete Häagen Dazs feito com o tradicional licor.

Mas o lançamento de novos produtos que causou enorme impacto para a marca aconteceu em 2005, quando BILEYS introduziu dois novos sabores: BAILEYS CARAMEL (caramelo) e BAILEYS MINT CHOCOLATE (chocolate e menta). Inicialmente os dois novos sabores foram lançados nas lojas de Duty Free dos aeroportos ingleses, e pouco depois, em 2006, nos mercados locais da Inglaterra, Estados Unidos, Austrália e Canadá. Em 2008, o BAILEYS com sabor de café foi introduzido em alguns países em fase de teste.

Recentemente, como forma de atingir um público jovem, a marca começou a apostar em três versões de drinques refrescantes feitos a base de BAILEYS: Baileys On the Rocks (uma dose do tradicional licor cremoso com três pedrinhas de gelo servida em um copo baixo) Baileys Shake (mistura de 50 ml da bebida com gelo em uma coqueteleira e servido em um copo de Martini, decorado com raspas de chocolate) e o Baileys Frapê (resultado de uma dose batida com gelo no liquidificador até formar um líquido homogêneo, servido em copo longo). As novas formas de consumo iniciam o processo de modernização da marca, antes consumida apenas em taça de licor.

O processo de produção

BAILEYS é produzido exclusivamente na Irlanda, utilizando produtos da mais alta qualidade. O leite é fornecido por 1.500 fazendeiros selecionados pela empresa. Esse leite, proveniente de 40.000 das melhores vacas leiteiras do país, é entregue diariamente na fábrica da empresa, e acondicionado em taques e depois, apenas 36 horas depois de ser retirado das vacas, é misturado ao uísque, fornecido pela destilaria The Old Midleton Distillery. Depois são adicionados os sabores de chocolate e baunilha, além do açúcar. Anualmente são utilizados mais de 275 milhões de litros de leite irlandês para a produção de BAILEYS. Esse volume representa 4.3% da produção total de leite da Irlanda.

CINZANO

O tradicional vermoute CINZANO é uma mistura perfeita entre vinho, álcool, açúcar e uma infusão de ervas e especiarias que garantem seu sabor único e inconfundível, apreciado em bares e restaurantes de todo o mundo quer seja puro, com gelo ou em uma centena de drinques.

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A origem da marca remonta ao ano de 1757 quando os irmãos Carlos Stefano e Giovanni Giacomo Cinzano, começaram a produzir em um pequeno estabelecimento na vila de Pecetto, próxima a cidade de Turim, várias misturas aromáticas de vinhos com ervas aromáticas provenientes dos Alpes italianos. A tradicional Casa Cinzano produzia, entre as várias misturas, uma bebida, muito semelhante à um vinho aromático e fortificado, que continha 35 ingredientes, que pouco depois viria a ser conhecida como Vermoute, introduzido oficialmente no mercado em 1786 com o nome de CINZANO ROSSO (chamado assim devido a sua coloração avermelhada). Foi neste mesmo ano que a Casa Cinzano foi nomeada fornecedora oficial de bebidas da Casa Real de Savóia. Rapidamente o CINZANO ROSSO se tornou a bebida preferida da classe média de Turim.

Mas foi somente em 1787, quando o filho de Giovanni, assumiu a administração da empresa, que o produto ganhou fama, passou a ser conhecido como “Vermouth of Torino” e se tornou um ícone da cultura italiana. Em 1840, a empresa foi a primeira a produzir os tradicionais vinhos espumantes italianos, que foram criados para rivalizar com os famosos champanhes franceses. Continuando sua escalada de inovações, a empresa introduziu os rótulos coloridos em 1853. A partir de 1878 o CINZANO começou a ser exportado para países como Argentina, Brasil, Índia e Estados Unidos, além de várias partes da Ásia e África. Na virada do século, com a popularização e invenções de novos drinques e coquetéis, o vermoute CINZANO se tornou ainda mais popular pelo mundo afora. Com tanto sucesso, a empresa inaugurou sua primeira subsidiária na França em 1902. Uma década depois, em 1912, na cidade de Paris, a marca CINZANO se tornou a primeira a anunciar em painéis de neon.

O tradicional logotipo vermelho e azul foi introduzido em 1925 com uma nova estratégia de mercado. A cor vermelha representava a paixão, vivacidade e orgulho; enquanto a azul representava a nobreza e a tradição do mediterrâneo. Rapidamente este logotipo se tornou um verdadeiro ícone no segmento de vermoutes. O período entre a Grande Depressão Americana (1929) e a Segunda Guerra Mundial, foi o mais difícil na história da empresa. Mesmo assim, suas bebidas continuaram a serem produzidas e a marca CINZANO esteve presente na vida de milhões de pessoas nesta época tão difícil para o mundo. Com o término da Segunda Guerra Mundial a marca CINZANO começou a utilizar os mais variados tipos de mídia como rádio, cinema e televisão, além de inúmeras campanhas publicitárias para atingir o máximo de pessoas em todos os cantos do mundo.

Na década de 70 a empresa começou a lançar variações de seu tradicional vermoute, como a versão BIANCO em 1978, seguida pela EXTRA DRY (mais seca e forte) e posteriormente pela ROSÉ. A empresa se manteve familiar até 1985, quando a família Marone começou a adquirir participações da CINZANO, culminando em 1992, com a formação da Cinzano International S.A. Em 1997, como resultado da fusão da empresa Grand Metropolitan, então proprietária da marca, a CINZANO passou a fazer parte do grupo inglês Diageo. Mais de dois séculos depois, a bebida se tornou a segunda mais vendida em sua categoria no mundo, passando a fazer parte do tradicional Grupo Campari em 1999. Sob novo comando a marca CINZANO ressurgiu com força total, modernizou suas embalagens e lançou novos produtos como a linha Mediterranean (com mistura de sucos naturais), introduzida em 2003 e composta pelas versões Orancio (laranja) e Limetto (limão).

Licor 43

Uma fórmula secreta e milenar. 43 ingredientes naturais e uma elaboração quase artesanal. Um buquê único e inconfundível. Um sabor delicado. O tradicional Licor 43, um dos símbolos internacionais espanhóis no segmento de bebidas alcoólicas, devido a sua secreta receita é perfeito para ser consumido nas mais variadas e criativas combinações, desde puro com gelo até adicionado ao seu destilado favorito.

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A história

Desde tempos remotos, antes da conquista da antiga Espanha em 209 a.C., existia a tradição de produzir licores derivados de frutas cítricas e plantas aromáticas na mística Nova Cartagena, área ao redor da atual cidade de Cartagena. Os conquistadores chamavam essa poção de “Liqvor Mirabilis”, que logo começou a ser exportada para Roma. Mas, por ser considerado pelos conquistadores romanos como uma bebida proibida pelo seu delicioso e exótico sabor, desconfiados de sua secreta receita feita a base de frutas cítricas e ervas aromáticas indígenas, com efeitos digestivos e excitantes, eles ordenaram a total destruição de seu estoque e mecanismos de produção. Porém, esta tradicional receita foi passada de geração em geração. A história recente desse tradicional licor começou com a descoberta, depois de 30 anos de experimentos e tentativas, pela pequena destilaria Diego Zamora S.A., fundada pelos irmãos Diego e Ángel Zamora Consea, além de seu cunhado Emilio Restoy Godoy, em encontrar um método secreto de refinar o primitivo licor para torná-lo mais suave e delicioso, por meio da adição de ingredientes especiais e obtenção de maior precisão na mistura.

O resultado foi o surgimento, em 1924, do Licor 43 (também chamado de Cuarenta y Tres), fabricado artesanalmente e composto por 43 ingredientes (daí a origem do nome da marca) de primeiríssima qualidade, incluindo frutos mediterrâneos como o limão, baunilha, além de ervas e especiarias. Desde o primeiro momento, a nova marca se posicionou no mercado com campanhas direcionadas ao público jovem, acostumados a provar coisas novas e desafiadoras. Rapidamente o novo e saboroso licor conquistou os paladares dos moradores da região, e, nos anos seguintes, começou a ser comercializado em outras regiões da Espanha. Na década de 50 o licor 43, com sua exuberante cor dourada, já era famoso e popular em todo Península Ibérica.

Somente na década seguinte o licor espanhol começou a ser exportado para outros países do mundo, se tornando rapidamente um ícone em seu segmento. Nas duas décadas seguintes, o processo de internacionalização da marca e o crescimento foram decisivos. A imagem da marca foi fortalecida, o consumo aumentou em virtude da grande versatilidade do licor (poderia ser consumido puro, em coquetéis e até mesmo para fazer doces) e as vendas também aumentaram, tanto dentro como fora da Espanha. Recentemente a marca espanhola foi estendida a outros segmentos, como por exemplo, chocolates, onde através de uma licença para uma empresa mexicana, foram introduzidos no mercado chocolates recheados com o licor espanhol.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Classificação das Bebidas Alcoólicas

Dentro do amplo universo das bebidas alcoólicas, existem dois grandes grupos. Um deles, de acordo com o método de produção, estão incluídas o vinho, a cerveja e a cidra, pois são bebidas feitas através de fermenta­ção. Pelo contrário, o segundo grupo é composto das aguardentes, ou seja, aquelas bebidas alcoólicas obtidas por destilação, infusão, maceração ou por mistura. Enquanto as bebidas do primeiro grupo têm um grau alcoólico que varia de 3 º a 15 º, aqueles que pertencem ao segundo grupo tem um grau de álcool que varia de 25 º a 60 º.

Neste artigo, nós lidaremos com espíritos, entre eles estão incluídos os eau-de-vies e licores. Eau-de-vie é a bebida alcoólica obtida através da destilação (de cereais, frutas, sementes, vinhos, ervas, cana de açúcar e ba­tata) e possui alto teor alcoólico (Entre 40 º e 60 º). O termo vem do latim, "ardens aqua", que significa "água que queima", ou ainda aguardente, devido ao seu sabor forte. Esta denominação passou a ser usada para nomear o álcool obtido atra­vés da destilação.

Por outro lado, o licor é a bebida alcoólica obtida por infusão, maceração, mistura ou destilação de frutas, er­vas, amêndoas, ovos, chocolate e muitas outras substâncias, com uma proporção considerável de açúcar. Seu grau de álcool normalmente varia de 25 º a 40 º. Eles são feitos de água e álcool. São bebidas doces, sua­ves e aromáticas feitas com uma ampla variedade de sabores. Eles são geralmente bebidos após o jantar ou uti­lizados como ingredientes de sobremesa. A principal diferença entre “eau-de-vies” e licores é que estes últi­mos têm mais açúcar. Além disso, licores têm menor grau de álcool do que “eau-de-vies”.

Espíritos são feitos usando métodos diferentes, segundo a qual são classificados. Aqui, nós damos uma expli­cação simples de cada um dos processos utilizados na obtenção de licores e eau-de-vies. Nós garanti­mos que depois de ler esta seção não haverá mais qualquer dúvida sobre as diferenças entre os espíritos.

Fermentação

A fermentação é um processo importante na preparação de bebidas alcoólicas. Exemplos de bebidas fermen­tadas são vinhos, cervejas e sidras. No que diz respeito aos espíritos, é preciso verificar que, embora nem li­cores ou eau-de-vies são bebidas fermentadas, precisamos estar familiarizados com o processo de fermenta­ção, uma vez que a destilação (mé­todo de produção de eau-de-vies, principalmente) é baseada nele.

A fermentação é que transforma açúcar em álcool pela ação de leveduras (micro-organismos unicelulares) ou convertendo carboidratos em álcool, que vem ser a mesma coisa. Através da fermentação do álcool, itens di­ferentes, além de vinho ou cerveja, podem ser produzidos, como o pão, por exemplo. As bebidas fermentadas são obtidas através da fer­mentação de frutas (uva, maçãs, ameixas, etc) ou de grãos (centeio, milho, trigo, aveia, etc), graças às leveduras, que agem sobre o açúcar natural ou adicionado, convertendo-o em álcool. Por outro lado, o processo de destilação por meio do qual os espíritos são obtidos baseia-se nas subs­tâncias fermentadas, como iremos explicar mais tarde.

Infusão

Muitos licores são obtidos através do processo de infusão. Infusão consiste em derramar água quente, não fervendo, (90 º C) sobre ervas, folhas, pétalas, amêndoas ou caroços de frutas. Um exemplo de licor feito através de infusão é o Amaretto, à base de amêndoas e pêssegos, ou licor de violeta. Em ambos os casos, de­pois de fazer a infusão em água quente, o açúcar e o álcool são adicionados, sendo então embalados.

Maceração

Maceração é o método mais comum para fazer licores. Através deste processo, o líquido é extraído de uma substância sólida por meio de uma extração de água líquida, de ser e de álcool para licores. Em geral, o mé­todo de maceração a frio é usado para fazer licor, que consiste em colocar o elemento sólido (por exemplo, frutas) em um recipiente, cobrindo-o com o menor consumo de álcool possível, durante alguns dias (o tempo de imersão varia de acordo com o elemento de molho). Uma vez que o tempo necessário é longo, a prepara­ção é filtrada de modo a manter o líquido e só separar as substâncias sólidas. Em seguida, o xarope (água e açúcar) adicionado e misturado com o produto final, que é envasado. Alguns licores feitos dessa maneira são o Limoncello, a laranja e licor de chocolate, entre outros.

Mistura

Licores podem ser feitos simplesmente, sem infusão, maceração ou destilação: os ingredientes são apenas misturados. Bailey's é um bom exemplo deste método de produção. Na receita caseira do famoso licor, os di­ferentes ingredientes, leite condensado, baunilha, whisky e café, são colocados em um recipiente, são estimu­lados e o líquido é colocado em uma garrafa. A receita caseira de Advocaat é também a mistura de gema de ovo, açúcar, baunilha, aguardente e álcool.

Destilação

A principal característica dos “eau-de-vies” é que eles são obtidos através de destilação. bebidas de álcool etílico são feitos assim, bem como o álcool de cereais, condensado através de uma destilação de bebidas fer­mentadas (à base de cereais, plan­tas, ervas, frutas e legumes).

A destilação é um processo que consiste em submeter uma mistura de calor, de modo a separar os líquidos diferentes que a compõem. Esta forma de preparar substâncias foi criada por alquimistas árabes e persas no oitavo e nono séculos. A fim de obter uma bebida destilada, uma bebida fermentada é aquecida em alambi­ques e desta forma a maio­ria da água é removida. Assim, o álcool se concentra. É por isso que “eau-de-vies” (destilados) têm alto teor alcoólico.

Líquidos fermentados são destilados pelo menos duas vezes, de forma a eliminar os resíduos tóxicos em po­tencial. Muitos espíritos, como uísque, são envelhecidos posteriormente em cascos de madeira. Por último, as bebidas desti­ladas são diluídas de forma a diminuir o seu teor de álcool e criar um sabor mais suave para o paladar. Rum, vodka, whisky e brandy, etc, são exemplos de “eau-de-vies”. Alguns li­cores também são obti­dos através da destilação, tais como o Maraschino, com base em cerejas.

Deseja comprar uma garrafa de “eau-de-vie”? Então você precisa primeiro se informar sobre as característi­cas de cada um desses espíritos. Desta maneira, você será capaz de escolher a mais alta qualidade “eau-de-vie” de acordo com suas preferênci­as. A variedade é ampla, de modo que sabemos que todo mundo vai achar o “eau-de-vie” ideal, para si ou para dar de presente.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Grand Marnier

Ele é ideal para ser servido como aperitivo, adicionando gelo, tônica, suco ou como ingrediente para dar um toque especial em muitos drinques. É o casamento sutil do conhaque com a laranja. O tradicional e famoso GRAND MARNIER é um licor que se impôs no mercado como uma referência por sua autenticidade, qualidade e estilo.

Mundo das Marcas

A história

Tudo começou com a instalação de uma pequena destilaria inaugurada no ano de 1827 em Neauphe-le-Château por Jean-Baptiste Lapostolle para a produção de licores a base de frutas. Em 1876, sua neta se casou com Louis-Alexandre Marnier, filho de um produtor de vinho da região de Sancerre, nascendo assim a família Marnier Lapostolle. E foi justamente Louis Alexandre Marnier Lapostolle, que percebendo o aumento de popularidade dos licores, fez experiências com diversos ingredientes, até criar no ano de 1880 um novo licor, uma mistura inovadora e delicada de conhaques perfeitos, essência destilada de laranjas tropicais (amargas e selvagens) do Haiti e “o segredo de Marnier Lapostolle”. Tudo lentamente envelhecido em barris de carvalho francês.

Naquela época, as laranjas eram itens de luxo, consumidas em ocasiões especiais, como, por exemplo, o natal. Isto deu um toque especial ao novo licor, que foi inicialmente batizado de Curaçao Marnier, mas depois que seu amigo, César Ritz, que viria a se tornar um famoso hoteleiro (fundador da rede de hotéis Ritz), experimentou sua criação, ficou tão encantado com o sabor e o aroma que sugeriu um novo nome: GRAND MARNIER. E justificou: “um grande nome para um grande licor”. O GRAND MARNIER naquela época era decididamente um licor para damas.

Até a virada do século, o GRAND MARNIER conquistou vários prêmios, nacional e internacional, como em 1893 na Universal Expositions em Chicago, e, em 1990, em Paris. Os prêmios renderam ao licor visibilidade e popularidade internacional. Nesta época o licor era divulgado pelo mundo através de nobres e patronos, estando presente nos ambientes mais requintados. Nos anos seguintes o GRAND MARNIER, atém então consumidor depois das refeições por seu efeito digestivo, começou a ser utilizado na culinária por grandes chefs em virtude de sua versatilidade. Nesta época, o licor também era servido depois de toda refeição na rede de hotéis Ritz, de seu grande amigo César Ritz. Em 1912, o GRAND MARNIER era presença constante dentro dos luxuosos transatlânticos, onde depois de saborosas e sofisticadas refeições, os passageiros podiam degustar o licor. Em 1927, como comemoração do centenário da fundação da empresa, foi criado o Cuvée du Centenaire, uma perfeita combinação, ainda mais harmoniosa que o licor original, de exóticas laranjas e os melhores conhaques.

Na década de 30, o licor passou a ser utilizado constantemente como ingredientes de drinques, contribuindo ainda mais para espalhar a autenticidade e a qualidade de GRAND MARNIER pelo mundo afora. Na década de 70, a empresa diversificou seu portifólio com o lançamento do Grand Marnier Cream, um produto da família dos Cream Liqueurs (licores cremosos), à base de Conhaque e natas, com graduação alcoólica de 17º, que ficou no mercado apenas poucos anos. Em 1975, tendo como objetivo de atender a lata demanda pelo licor, a empresa inaugurou uma unidade de engarrafamento em Aubevoye, na região da Normandia. Hoje em dia, a destilaria encaminha por semana 200.000 litros do licor para esta unidade, onde além de ser engarrafado, GRAND MARNIER recebe seu toque final: a famosa fita vermelha em sua garrafa. O Cuvée du Cent Cinquantenaire foi criado em 1977 pelo então presidente da empresa, Jacques Marnier Lapostolle, em comemoração aos 150 anos da destilaria. Este excepcional licor ficou durante muitos anos restrito ao consumo da família e seu círculo de amigos, estando disponível hoje ao público em pequena quantidade limitada. O mais exclusivo licor da família GRAND MARNIER, possui uma garrafa decorada em estilo Art Nouveau por grandes artistas. Até os dias de hoje a empresa é administrada pela sexta geração da família Marnier Lapostolles.

Os licores

A lenda de GRAND MARNIER nasce no coração da região de Cognac na França, onde envelhecem lentamente os conhaques raros. Depois as cascas de laranja são postas a macerar no álcool neutro antes de uma longa destilação que será objeto de todos os cuidados dos mestres destiladores. Essa preparação é em seguida misturada ao conhaque e ao xarope de açúcar, depois vertida em tonéis de carvalho para uma maturação longa onde, transformada em licor, ela poderá adquirir toda sua complexidade e seu aroma. Atualmente o GRAND MARNIER apresenta-se em várias versões:

GRAND MARNIER CORDON ROUGE: licor original, criado em 1880, é obtido a partir de conhaque, apresenta-se numa cor laranja-escura e é colocado em barris pelo menos dezoito meses antes da sua comercialização. Com graduação alcoólica de 38,5º, seu buque é delicado, com aromas de frutas e flores.

GRAND MARNIER CORDON JAUNE: incolor, obtido de aguardente vínica, muito semelhante a um triple-sec, é conhecido como “Yellow Ribbon”. Esta versão, mais doce e com menor graduação alcoólica, é comercializada somente em alguns países europeus e através das lojas de Duty Free em aeroportos.

CUVÉE DU CENTENAIRE: lançado em comemoração ao centenário da House of Grand Marnier, este excepcional licor é uma mistura balanceada entre essência de laranja e raros conhaques, envelhecidos 25 anos, originários de duas áreas de prestígio na região de Cognac: Petite and Grande Champagne. Uma garrafa custa em média US$ 145.

CUVÉE SPECIALE DU CENT CINQUANTENAIRE: o licor mais sofisticado da marca GRAND MARNIER, criado em comemoração aos 150 da destilaria, é uma mistura de essência de laranjas tropicais com os melhores conhaques franceses, alguns deles envelhecidos por mais de 50 anos. Custando em média US$ 220 a garrafa, é conhecido pelo tradicional slogan “Hard to find, impossible to pronounce, and prohibitively expensive” (Raro de se achar, impossível de se pronunciar, e proibitivamente caro).

Vale ouro












Revista Metropole


Com preços de grandes uísques e vinhos safrados, a cachaça premium chega ao mercado e impõe um novo padrão ao popular destilado brasileiro

Bruno Ribeiro bruno@cpopular.com.br

Se você é daqueles que ainda mantêm o velho preconceito contra a cachaça, esqueça. Esqueça os rótulos malfeitos e as garrafas rústicas de vidro escuro, que sempre foram símbolos de aguardente. A velha caninha se sofisticou também na embalagem. Agora já pode ser encontrada em garrafas de cristal, cerâmica ou louça com estilos próprios.

Algumas, a exemplo da Sarau Dona Beja, podem vir com detalhes em ouro feitos à mão. “As chamadas cachaças premium já custam mais caro do que um legítimo uísque escocês”, diz Dirceu Maiante, proprietário da Cachaçaria Água Doce. Dependendo da marca, o preço de uma premium para o consumidor pode variar de R$ 100 a R$ 1 mil, como é o caso da Havana, que há dois anos deixou de ser engarrafada com este nome e virou raridade.

Curiosamente, a cachaça mais cara do País ainda é vendida em garrafas comuns, de vidro fosco, por uma questão de tradição. Produzida em Salinas (MG), a Havana já era considerada uma das melhores cachaças artesanais do Brasil quando, em uma briga judicial, o produtor Anísio Santiago perdeu o direito sobre a marca. A garrafa e a bebida continuaram a mesma, porém o rótulo teve de sofrer uma alteração: de Havana passou a levar o nome de seu criador, Anísio Santiago. Hoje, uma garrafa com o rótulo original e número de série custa entre R$ 700 e R$ 1 mil no mercado.

“Uma legítima Havana é peça de colecionador. Quem tem não vende de jeito nenhum, na esperança de que valorize ainda mais”, explica Lídia Attilio, proprietária da Cachaçaria Brasil, onde a dose desta cachaça custa nada menos que R$ 22. “Quando acabar o nosso estoque de Havana, que é pequeno, provavelmente vamos ter de aumentar o preço da dose, já que está cada vez mais difícil achar garrafas originais”.

Apesar do preço elevado, há consumidores que não tomam outra marca que não seja feita nos alambiques de Anísio Santiago. Como afirma Gláucia Lima, também proprietária da Água Doce, foi-se o tempo em que o cliente pedia a cachaça pelo preço. “Hoje, o apreciador vai atrás de qualidade”, acredita.

A qualidade da cachaça é reconhecida até por hotéis cinco estrelas e restaurantes requintados, como o badalado Fasano, em São Paulo. No cardápio, antes reservado apenas aos melhores vinhos e champanhes, já é possível encontrar, por exemplo, a cachaça GRM, de Araguari (MG). A dose não sai por menos de R$ 25.

“O que os alambiques artesanais estão fazendo é uma pequena revolução”, define Wendel Alves da Silva, proprietário da cachaçaria Empório São Joaquim. Para ele, “os produtores perceberam que não adiantava fazer cachaça em escala industrial para competir com a indústria de aguardente e encontraram seu filão de mercado nas cachaças premium”.

Ainda segundo Wendel, o preço das cachaças especiais acaba sendo alto, também, porque a produção artesanal é sempre baixa em relação à procura do consumidor. O “mistério” que cerca algumas marcas e a dificuldade de encontrá-las são fatores que colaboram para a elevar os preços. “Ter em casa uma marca específica acaba sendo um desafio para os colecionadores, por exemplo”, diz.

Para os amigos

A Tonel 40, cachaça artesanal produzida inicialmente para presentear amigos, pela procura acabou levando seu criador, o engenheiro eletrônico Eduardo Stersi, a abandonar a antiga profissão e se dedicar quase que exclusivamente à ela. “Minha meta é ter uma estrutura razoável para sobreviver apenas da cachaça”, diz.

Como a produção é muito baixa – Stersi conta apenas com 25 tonéis –, as cachaças são vendidas em caixas de madeira e vêm acompanhadas de rolo de fumo e canivete ou charuto baiano e guilhotina. O preço do kit é R$ 100.

Pela maneira como é produzida, a Tonel 40 pode ser considerada uma cachaça premium. “Como a acidez é praticamente zero, quando degustada tem-se a impressão de que é mais suave”, observa.

Antes de abrigar a cachaça, cada barril escocês – o mesmo usado na fabricação dos uísques – é lavado com malte e mel para absorver a acidez da bebida. Nos dois primeiros anos, o líquido permanece intocado. “É ideal que o tonel permaneça num local calmo e escuro”, recomenda. A Tonel 40 mais procurada é a que apresenta envelhecimento de nove anos.

Com certidão de nascimento

Há pouco mais de um mês, o Brasil enviou à Organização Mundial de Alfândegas (OMA) um pedido de registro internacional da denominação. Em inglês: cachaça. Em francês: cachaça. Em espanhol: cachaça. Desse modo, preservando o nome original da bebida, a boa e velha cachaça começa a conquistar o mundo. “Daqui para frente, nenhum outro país poderá usar a marca brasileira para produzir qualquer tipo de bebida”, diz Wendel Alves da Silva.

A cachaça agora vai chegar às mesas do mundo inteiro com certidão de nascimento, assim como o rum e a tequila. “Levar nome próprio em qualquer lugar do mundo é uma vitória dos produtores nacionais e um reconhecimento mundial da qualidade e do refinamento de marcas brasileiras”, completa Dirceu Maiante, da Cachaçaria Água Doce.

Sem preconceito

Produzida desde o século 16, a mais brasileira das bebidas perde atualmente apenas para a cerveja no ranking das mais consumidas no País. Depois de séculos de discriminação, a “marvada” está bem cotada e, enfim, é reconhecida como um bom destilado pelas classes média e alta no Brasil, nas quais o consumo vem aumentando de forma significativa.

“O mercado para a cachaça está em ascensão, tanto dentro quanto fora do Brasil”, afirma Wendel Alves da Silva, do Empório São Joaquim. Na casa, localizada no distrito de Joaquim Egídio, a cachaça já responde por 60% do faturamento mensal.

Para Wendel, a recente descoberta da cachaça pelo consumidor estrangeiro, sobretudo o europeu, aliada à crescente procura do consumidor interno, tem impulsionado o surgimento de inúmeras marcas artesanais em destilarias espalhadas por todo o País, sobretudo no Estado de Minas Gerais, o maior produtor nacional.

Segundo a Ampaq – Associação Mineira dos Produtores de Cachaça Artesanal – há hoje mais de oito mil alambiques no território mineiro. “Muita gente já está substituindo o uísque pela cachaça. Hoje o cliente já pede a bebida pela região onde é feita e pela madeira em que é envelhecida, ou seja, estamos aprendendo a degustar o nosso produto”, diz Wendel, associado do G8, grupo sediado em São Paulo que agrega produtores, distribuidores e promotores da cachaça de todo o Brasil.

“A idéia da associação é divulgar as melhores marcas e expandir ainda mais o mercado para os nossos produtos, mostrando que uma boa cachaça pode ser tão ou mais saborosa que os melhores destilados do mundo”, afirma.

Em busca de mesas elegantes ao redor do mundo, os produtores, segundo o sócio da G8, vêm buscando novidades que os destaquem. Uma tendência recente é a cachaça orgânica. Nesse conceito, a cana-de-açúcar, a matéria-prima, é produzida sem adubos industriais e herbicidas. A bidestilação, que torna a bebida mais pura, veio com a necessidade para facilitar a exportação.

Já a cachaça Espírito de Minas, uma das mais cobiçadas do País, selecionou uma reserva especial, armazenada durante seis anos, e pediu ao artista plástico Aldemir Martins uma releitura do tradicional rótulo. “Essa combinação de estratégias de marketing e cuidados com a produção é o caminho mais curto para que a cachaça chegue aos 42 milhões de litros de produção estimados para 2010”, afirma Wendel.