O Museu da Cachaça, situado na cidade de Tupã (514 km da capital paulista), foi recentemente reformulado e dobrou de tamanho. Entre as novidades estão novas peças e uma série de seções divididas por temas.
O objetivo da reforma foi abrir espaço para que peças que antes ficavam apenas guardadas passassem a ser expostas ao público. O local, que é mantido pela Água Doce Cachaçaria, tem quase 1.000 m2 de área e é dividido em quatro ambientes.
O primeiro é dedicado à história da cachaça. Nesta sala, é possível ver de perto réplicas de cartas do período no qual o Brasil viveu a escravatura, além de painéis cronológicos que contam a história da bebida. A seção também abriga peças de engenho e reportagens curiosas sobre a cachaça.
No segundo ambiente, batizado de "coleção de cachaça", estão expostas mais de duas mil garrafas. O terceiro conta a história da empresa que mantém o local; já o quarto e último trata da relação da bebida com as "paixões nacionais": futebol e samba. No espaço estão reunidos painéis fotográficos, coleção de camisetas, garrafas e peças antigas.
Museu da Cachaça - r. Nhambiquaras, 385, Vila Aviação, Tupã, SP. Tel.: 0/xx/14/3441-2321 ou 0/xx/11/3441-4337.
Blog que tem o objetivo de reunir informações interessantes a respeito da cachaça artesanal paulista, licores, bebidas destiladas, gastronomia e outras relacionadas.
sexta-feira, 31 de dezembro de 2010
domingo, 26 de dezembro de 2010
As Monções e a Cachaça Artesanal Paulista
Após a Guerra dos Emboabas, os paulistas, impossibilitados de explorar o ouro de Minas Gerais, passaram a buscar novas zonas de mineração, descobrindo-as nos atuais estados de Mato Grosso e Goiás.
Em 1719, a bandeira de Pascoal Moreira Cabral, subindo o rio Cuiabá à caça de índios, encontrou ouro nas margens do rio Coxipó-Mirim e, em1725, a bandeira de Bartolomeu Bueno da Silva descobriu ouro em Goiás.
A descoberta de ouro na região marcou o início das monções, expedições fluviais regulares que faziam a comunicação entre São Paulo e Cuiabá.
A palavra "Monção" era usada pelos portugueses para denominar os ventos periódicos que ocorriam na costa da Ásia Meridional. Esses ventos, que durante seis meses sopram do continente para o Oceano Índico e nos seis meses seguintes em sentido contrário, determinavam a saída das expedições marítimas de Lisboa para o Oriente.
Na Colônia, as expedições que utilizavam as vias fluviais foram chamadas de monções, não por causa dos ventos, mas por se submeterem ao regime dos rios, partindo sempre na época das cheias (março e abril), quando os rios eram facilmente navegáveis, tornando a viagem menos difícil e arriscada.
As monções partiam das atuais cidades de Porto Feliz e Itu, navegando pelo rio Tietê, levando em média cinco meses até alcançar as minas de Cuiabá.
No início as monções transportavam paulistas para as minas cuiabanas, mas logo tornaram-se expedições de abastecimento, isto é, bandeiras de comércio, levando mercadorias para as zonas mineradoras. A população das minas necessitava adquirir tudo que precisava, pois só estava interessada em achar ouro e enriquecer rapidamente.
A viagem era difícil devido às inúmeras corredeiras, febres, insetos venenosos, piranhas e, principalmente, ataques de índios. As canoas eram construídas à maneira indígena, cavadas em um só tronco e muito rasas.
As maiores chegavam a transportar até 300 arrobas de carga, e com o tempo receberam toldos para evitar que as provisões se estragassem. A tripulação era formada pelo piloto, pelo proeiro e por cinco ou seis remadores que remavam em pé como os índios. A carga ficava no centro da canoa, os tripulantes na proa e os passageiros na pôpa. Navegavam entre 8 horas da manhã e 5 da tarde, quando embicavam as canoas nos barrancos dos rios, armando acampamentos.
Nas provisões, carregavam os alimentos essenciais, como feijão, farinha de mandioca ou de milho, a tradicional Cachaça Artesanal transportada em barris de madeira, e também recorriam à pesca, aos palmitos, frutos e caça.
Com o tempo, por medida de segurança, as viagens passaram a ser feitas em grandes comboios. O número de canoas e pessoas num comboio variava , mas sabe-se que um dos maiores, o do governador de São Paulo, D. Rodrigo César de Menezes, partiu de Porto Feliz com mais de 300 canoas e cerca de 3.000 pessoas.
No retorno, um tiro de arcabuz (Antiga arma de fogo), marcava a volta de cada "Monção", acordando o povoado e seus moradores. Era a hora de rever os parentes que retornavam e de receber notícias daqueles que ainda estavam nas minas de Cuiabá.
Começava então, a descarga dos Batelões no Porto. Logo Araritaguaba, antes quieta e pobre, tornava-se movimentada e rica, com o ouro minerado que corre como dinheiro.
Apesar do caráter eminentemente exploratório das "Monções", um importante papel lhes foi reservado na história: o de desbravar e alargar as fronteiras brasileiras, provocando a integração entre várias regiões.
Em 1719, a bandeira de Pascoal Moreira Cabral, subindo o rio Cuiabá à caça de índios, encontrou ouro nas margens do rio Coxipó-Mirim e, em1725, a bandeira de Bartolomeu Bueno da Silva descobriu ouro em Goiás.
A descoberta de ouro na região marcou o início das monções, expedições fluviais regulares que faziam a comunicação entre São Paulo e Cuiabá.
A palavra "Monção" era usada pelos portugueses para denominar os ventos periódicos que ocorriam na costa da Ásia Meridional. Esses ventos, que durante seis meses sopram do continente para o Oceano Índico e nos seis meses seguintes em sentido contrário, determinavam a saída das expedições marítimas de Lisboa para o Oriente.
Na Colônia, as expedições que utilizavam as vias fluviais foram chamadas de monções, não por causa dos ventos, mas por se submeterem ao regime dos rios, partindo sempre na época das cheias (março e abril), quando os rios eram facilmente navegáveis, tornando a viagem menos difícil e arriscada.
As monções partiam das atuais cidades de Porto Feliz e Itu, navegando pelo rio Tietê, levando em média cinco meses até alcançar as minas de Cuiabá.
No início as monções transportavam paulistas para as minas cuiabanas, mas logo tornaram-se expedições de abastecimento, isto é, bandeiras de comércio, levando mercadorias para as zonas mineradoras. A população das minas necessitava adquirir tudo que precisava, pois só estava interessada em achar ouro e enriquecer rapidamente.
A viagem era difícil devido às inúmeras corredeiras, febres, insetos venenosos, piranhas e, principalmente, ataques de índios. As canoas eram construídas à maneira indígena, cavadas em um só tronco e muito rasas.
As maiores chegavam a transportar até 300 arrobas de carga, e com o tempo receberam toldos para evitar que as provisões se estragassem. A tripulação era formada pelo piloto, pelo proeiro e por cinco ou seis remadores que remavam em pé como os índios. A carga ficava no centro da canoa, os tripulantes na proa e os passageiros na pôpa. Navegavam entre 8 horas da manhã e 5 da tarde, quando embicavam as canoas nos barrancos dos rios, armando acampamentos.
Nas provisões, carregavam os alimentos essenciais, como feijão, farinha de mandioca ou de milho, a tradicional Cachaça Artesanal transportada em barris de madeira, e também recorriam à pesca, aos palmitos, frutos e caça.
Com o tempo, por medida de segurança, as viagens passaram a ser feitas em grandes comboios. O número de canoas e pessoas num comboio variava , mas sabe-se que um dos maiores, o do governador de São Paulo, D. Rodrigo César de Menezes, partiu de Porto Feliz com mais de 300 canoas e cerca de 3.000 pessoas.
No retorno, um tiro de arcabuz (Antiga arma de fogo), marcava a volta de cada "Monção", acordando o povoado e seus moradores. Era a hora de rever os parentes que retornavam e de receber notícias daqueles que ainda estavam nas minas de Cuiabá.
Começava então, a descarga dos Batelões no Porto. Logo Araritaguaba, antes quieta e pobre, tornava-se movimentada e rica, com o ouro minerado que corre como dinheiro.
Apesar do caráter eminentemente exploratório das "Monções", um importante papel lhes foi reservado na história: o de desbravar e alargar as fronteiras brasileiras, provocando a integração entre várias regiões.
Assinar:
Postagens (Atom)