domingo, 25 de novembro de 2012

A fada verde

Em meio a polêmicas, e apenas recentemente fora da ilegalidade, o absinto tem alto teor alcoólico, cor e sabor marcantes e, diz a lenda, poderes alucinógenos.
Revista Adega

A tonalidade verde do absinto remete à Belle Époque, o efervescente período que marcou o início do século XX, sob o resplendor da Revolução Industrial e do revolucionário levante artístico que marcou o surgimento do Romantismo. Época da vida boêmia pelos cafés e boulevards da Paris que renascia a cada dia; e o absinto passou a ser conhecido como La Fée Verte ou The Green Fairy, a fada madrinha da nova expressão artística que ali surgia.

Apesar de ser sempre relacionado à França, o absinto é uma criação suíça. Destilados, seus ingredientes compõem-se de anis e uma diversidade de ervas das quais se destaca a Artemisia absinthium, responsável pela polêmica em volta do absinto, por conter substâncias alucinógenas.

A história do absinto começa em 1792, quando o médico e monarquista francês, Pierre Ordinaire, exilado na Suíça, utilizou a planta Artemisia absinthium para fabricar uma poção digestiva. Poucos anos depois, ele adicionou álcool à fórmula para potencializar seus efeitos.

O medicamento do doutor Ordinaire tornou-se coqueluche na Suíça e rapidamente atravessou fronteiras. Já carregava nessa época uma forte dose de mitologia. Espalhou-se a lenda de que suas virtudes iam muito além da cura dos males do estômago, tornando seus usuários mais bem-dispostos para o trabalho. Por causa de seus poderes milagrosos e da sua cor esverdeada, os mais entusiasmados apelidaram-no de Fada Verde. Na antigüidade, a planta do absinto era um precioso elixir medicinal, recomendado por ninguém menos que o filósofo Hipócrates e o matemático Pitágoras.

Nas horas de descanso, Toulouse-Lautrec não deixava de dar suas bebericadas. Oscar Wilde e Paul Verlaine escreveram poemas em seu louvor. Degas, Manet, Van Gogh e Picasso fizeram o mesmo em seus quadros...

Saiba mais

- O absinto foi proibido por muitos anos na maioria dos países, voltando recentemente à legalidade;
- A simples mistura com água ou álcool, das ervas que compõem o absinto, resulta num líquido extremamente amargo. Essa mistura amarga, ao ser destilada, adquire um sabor agradável, marcante. Seu aroma remete ao anis, à losna e outras ervas aromáticas;
- Com teores alcoólicos de até 54%, a Fada Verde, como é chamada por seus entusiastas, não brinca em serviço.

Álcool capaz de matar é achado em 37% das bebidas em São Paulo

Presença de metanol - um álcool tóxico que pode até matar - foi detectada em 37% das cachaças, licores, vinhos, conhaques e uísques analisados
Davi Lira, do Estadão

Em mais da metade de uma amostra de 65 bebidas coletadas com produtores, vendedores e consumidores das cidades de São Paulo e Diadema (SP) constatou-se a existência de substâncias nocivas à saúde humana. A presença de metanol - um álcool tóxico que pode até matar - foi detectada em 37% das cachaças, licores, vinhos, conhaques e uísques analisados. Em 11 bebidas, as concentrações de cobre estavam acima de 5 mg/l, limite estabelecido por lei.

O estudo, realizado pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas da Universidade Federal de São Paulo (Cebrid-Unifesp), faz parte de um levantamento internacional que abrange o consumo de álcool clandestino. Ambos os estudos são financiados pela International Center for Alcohol Policies (Icap), ONG americana vinculada à indústria da bebida. Os resultados serão divulgados nesta terça-feira, pela primeira vez no Brasil, durante conferência em São Paulo.

"A pesquisa, inédita, que durou dois anos, envolve países como Brasil, China, Índia, México e até o Sri Lanka", afirma o médico e professor da Unifesp Elisaldo Carlini, um dos coordenadores do levantamento do Cebrid.

A maioria das amostras das bebidas foi coletada em São Paulo (69%), especialmente com vendedores. Porcentagem ainda maior (81%) declarou que sabia que as bebidas vendidas eram ilegais. O restante da amostra é procedente de Diadema, cidade onde o Cebrid possui um núcleo de pesquisas.

Depois de passarem por quatro análises químicas - entre as bebidas, 65% eram cachaças artesanais e 10%, licores -, constatou-se que apenas 8 das 65 amostras eram registradas no Ministério da Agricultura e muitas apresentavam grande concentração de água e alto teor de acidez (pH maior que 5).

Nas amostras de cachaça, o valor do etanol estava abaixo do adequado (40%). E em 24 amostras foi comprovada a existência de metanol. "Nenhuma concentração [DE METANOL]deveria estar presente. Dependendo da quantidade ingerida, pode levar até a morte por intoxicação", afirma Vânia Viana, pesquisadora da Unidade de Dependência de Drogas da Unifesp. Além disso, das 11 amostras de cachaça com alto teor de cobre, em 1 delas a concentração ultrapassa em 5 vezes o estabelecido por lei. [De Metanol]" O excesso de cobre acaba fazendo dele um agente agressor do organismo", diz a nutricionista Camila Leonel.

Outro dado levantado por essa pesquisa é que em parte dos produtores foi constatado que o processo de engarrafamento é feito sem o uso de técnicas de assepsia.

Controle. De acordo com Luiz Alberto Chaves, coordenador da Coordenação de Políticas sobre Drogas (Coed) do governo de São Paulo, "a falta de estatísticas oficias sobre a produção e o consumo de álcool ilegal tem impacto na elaboração de políticas públicas da área". Em nota, o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) informa que apura periodicamente todas as denúncias de bebidas alcoólicas sem registro. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

Diageo apresenta a primeira das 100 lojas que abrirá no país

Dona das marcas Smirnoff, Johnnie Walker e Ypióca quer vender cachaça de uma maneira diferente no país
Daniela Barbosa, de Exame.com

A Diageo, dona das marcas Smirnoff, Johnnie Walker e Ypióca, inaugurou a primeira de 100 lojas que pretende abrir no Brasil para vender destilados.

Intitulada de Casa dos Destilados, a unidade vai oferecer uma variedade de produtos, como uísque, vodca, saquê, cachaça e rum, de uma maneira diferente ao consumidor. A loja foi inaugura em parceria com a rede de supermercados Bompreço, que pertence ao Walmart.

“O mercado brasileiro merecia um local exclusivo para os consumidores que apreciam produtos de alta qualidade. Unimos a força do portfólio premium da Diageo ao amplo conhecimento e experiência em varejo do Bompreço" afirmou Alexandre Boucinhas, diretor comercial da companhia, no país, em nota.

A primeira unidade foi inaugurada no Recife, em Pernambuco. A cidade é campeã de venda do uísque Johnnie Walker, por isso, a escolha da pioneira ser lá. As demais lojas devem ser abertas nos próximos três anos. disse a Diageo.

A Casa dos Destilados possui cerca de 100 metros quadrados, com uma ampla variedade nos rótulos das bebidas. “Na loja, o consumidor terá uma grande interação com nossas marcas, que acontece desde o formato das gôndolas até o contato com displays interativos, que falam sobre os produtos, formas e ocasiões de consumo, além de dicas de receitas e programas de degustação online em iPads”, disse Boucinhas.