É por vezes incorretamente chamado de licor, mas é na verdade uma bebida destilada.
O absinto foi especialmente popular na França, sobretudo pela ligação aos artistas parisienses de finais do século XIX e princípios do século XX, até a sua proibição em 1915, tendo ganho alguma popularidade com a sua legalização em vários países. É também conhecido popularmente de fada verde (La Fée Verte) em virtude de um suposto efeito alucinógeno. Charles Baudelaire, Paul Verlaine, Arthur Rimbaud, Vincent van Gogh, Oscar Wilde, Henri de Toulouse-Lautrec e Aleister Crowley eram adeptos da fada verde.
Tem geralmente uma cor verde-pálida, transparente ou, no caso de envelhecido, castanho claro.
Criada originalmente como infusão medicinal pelo médico francês, com uma porcentagem de álcool muito elevada de 40% e 85%, na Belle epoque tornou-se a bebida da moda, contando com certo poder alucinógeno da planta Artemisia absinthium que a integrava e que deu nome à bebida.
Para apreciação de novos sabores, era servido com torrão de açúcar e láudano, este último um opióide. Sem o láudano, atualmente pode ser consumido com água, que reduz a graduação alcóolica da bebida. Desta forma, sobre o copo com a bebida é colocada uma colher perfurada que sustenta o torrão de açúcar, e por onde passará a água gelada que será vertida lentamente sobre o torrão.
Quando o absinto foi banido na França, na Suíça, nos Estados Unidos e em muitos outros países, no início do século 20, ele realmente caiu em desgraça. Ele não foi apenas reprovado; foi acusado de criar assassinos, transformar crianças em criminosos e mulheres em "mártires". O álcool tradicional recebeu tratamento semelhante durante o período da Lei Seca nos Estados Unidos, e isso se mostrou bastante oportuno. Hoje em dia sabemos que o absinto, fabricado de maneira apropriada, na forma de bebida alcoólica com aroma de anis, não é mais perigoso do que qualquer outra bebida devidamente preparada.
E as histórias de alucinações, Oscar Wilde e as tulipas, massacres em família e morte instantânea? Nada disso tem relação com o absinto, tecnicamente falando. O teor alcoólico do absinto é bastante elevado - algo entre 40% e 85%, o que equivale a cerca de 110 a 144 proof na graduação norte-americana. No Brasil, o maior teor alcoólico no absinto, segundo permite a legislação, é de 54%. Comparativamente, um uísque normal 40% (80 proof) vai parecer brincadeira de criança, e é por isso que a idéia é diluir o absinto. O absinto não é um alucinógeno; seu teor alcoólico e seu aroma de ervas o distanciam das outras bebidas.
O absinto tradicional é feito de anis, erva-doce e losna (uma planta), mas há diversas receitas que acrescentam outras ervas e flores à mistura. O anis, a erva-doce e a losna são embebidos em álcool e a mistura é destilada. O processo de destilação faz que os óleos das ervas e o álcool evaporem, separando-se da água e das essências amargas liberadas pelas ervas. Os óleos de erva-doce, anis e losna se recondensam com o álcool em uma área de resfriamento e o destilador dilui o líquido resultante até o grau que o absinto vai ter (com base em variações de marcas ou leis regionais). A essa altura, o absinto está claro; muitos fabricantes acrescentam ervas à mistura após a destilação para obter a clássica coloração verde da clorofila.
O princípio ativo que leva toda a culpa pela fama de alucinógeno do absinto se chama thujone, e é um componente da losna. Em doses muito altas, o thujone pode ser tóxico. Trata-se de um inibidor GABA (ácido gama-aminobutírico), o que significa que ele bloqueia os receptores GABA no cérebro e isso pode causar convulsões se você ingerir uma certa quantidade. Está presente em muitos alimentos, mas nunca em doses altas o suficiente para fazer mal. No absinto também não há quantidade suficiente de thujone que possa fazer mal. No final do processo de destilação, sobra muito pouco thujone no produto. A ciência moderna estima que uma pessoa que beba absinto morrerá de intoxicação pelo álcool muito antes de ser afetada pelo thujone. E não existe prova nenhuma de que o thujone possa provocar alucinações, mesmo em doses elevadas.
Victor Sansone Brum, colecionador e apreciador da bebida conta que existem diversos países produtores, segundo ele, os absintos franceses são os mais vendidos no mundo, enquanto os suíços são mais sofisticados. O mais forte do mundo é feito na Inglaterra, o famoso Hapsburg Dark, com 89% de concentração alcoólica. A graduação alcoólica varia de acordo com o tipo do Absinto, que pode ser ordinaire, demi-fine, fine, supérieure e Suisse (da menor para a maior qualidade), variando de 45% a 89,9%. Para o historiador Ernani Weber, o absinto foi a bebida do século XIX, diversos intelectuais e pensadores tais como Van Gogh, Claude Monet e Oscar Wilde eram apreciadores assíduos da bebida. A história do absinto começa em 1792, quando o médico e monarquista francês Pierre Ordinaire, exilado na Suíça, utilizou a planta Artemisia absinthium para fabricar uma poção digestiva. Poucos anos depois, ele adicionou álcool à fórmula para potencializar seus efeitos. Teve sua maior popularidade durante o final do século XIX, na época mais boêmia de Paris, quando o absinto era parte inseparável da vida artística e inspirou muitas pinturas e obras literárias.
Hoje em dia, o absinto é legal em quase todos os países onde o álcool é legal. Os Estados Unidos são um dos poucos países que ainda proíbem a venda de absinto.
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre e por Julia Layton - traduzido por HowStuffWorks Brasil.