sábado, 21 de abril de 2012

As melhores Bebidas Alcoólicas com Café

Duas cervejas e quatro destilados que levam café na composição para uma avaliação da nova onda do setor de bares. 14.02.11Fotos Illyquore e Mistura Clássica Divulgação Fotos das Bebidas Ivan Padovani 
"A bebida deve se reinventar", resumiu o barman Pereira, um dos convidados da Espresso para degustar seis bebidas com café lançadas no mercado. É por isso que a cada dia surgem novidades, como estas selecionadas pela nossa equipe. Além do Pereira, chefe de bar premiado dos paulistanos Astor e SubAstor, participou da experiência o especialista em charutos e bebidas Cesar Adames.
Para a seleção, foram consideradas bebidas que têm o café como ingrediente, ou seja, na composição. Há também no mercado bebidas alcoólicas com notas de café, como grande parte das cervejas stout. Essas notas, no entanto, afloram com a torra do malte e não com a adição do produto na bebida, mesmo que em algumas delas seja evidente o aroma e sabor característicos do grão.
A seleção foi diversificada e traz três famílias de bebidas: duas fermentadas, uma cerveja stout e uma porter, ambas da família das ales e de produção nacional; dois licores, um italiano e um norte-americano; uma tequila mexicana e uma cachaça brasileira. Todas foram degustadas geladas e, depois, em temperatura ambiente. A ordem foi definida pelo teor alcoólico, do menor grau para o mais alto. E para uma maior uniformização, foram utilizadas taças de vinho de boca larga.
Os especialistas convidados nos ensinaram alguns segredos para uma melhor avaliação. Ao apreciar o aroma, por exemplo, a técnica não é a mesma utilizada no café ou no vinho, em que se aspira profundamente do copo. Pelo alto teor alcoólico de algumas das amostras, é sugerido usar a "técnica do cachorrinho", explica Cesar, brincando, mas falando sério: dar duas aspiradas rápidas e afastar o copo. Outra dica foi avaliar as bebidas em temperaturas diferentes. O licor illyquore, que obteve a melhor avaliação da mesa, foi preferido na temperatura ambiente. Já o licor Kahlúa, mais adocicado, é mais apreciado bem gelado. A cerveja Demoiselle, outro destaque, foi bem avaliada do começo ao fim.
Em geral, quanto menos gelado, mais se percebem as nuances da bebida. E com uma graduação menor de álcool também, as sutilezas afloram. A tendência foi aprovada e nós torcemos por ver mais opções no varejo e novidades nos modernos bares paulistanos. Confira a seguir as principais características e a avaliação sensorial de cada uma das bebidas e boa degustação!

Demoiselle
Cerveja porter, da família das ales, com café da Alta Mogiana (SP). O grão é torrado e moído pela própria cervejaria e adicionado à cerveja por um processo de infusão a frio. Com alto teor alcoólico - o das pilsen gira em torno de 4,5% -, possui um bom aroma de café, sabor adocicado, é encorpada e o aftertaste perdura de forma prazerosa.
Tipo: cerveja
Volume: 600 ml
Álcool: 6%
Ingredientes: água, malte de cevada, café, lúpulo e fermento
Preço: R$ 9,75 (pelo site)
Origem: Cervejaria Colorado - Ribeirão Preto (SP) - Brasil

Mistura Clássica Stout Café
Cerveja stout, dentre as ales, fabricada com aromas e sabores de café do Oeste da Bahia, da Fazenda Olinda. A cerveja passa por um amadurecimento mínimo de 30 dias e tem o teor de álcool ainda mais elevado que o comum. Com amargor marcante, apresentou aroma de mel, corpo espesso e aftertaste limpo.
Tipo: cerveja
Volume: 600 ml
Álcool: 7%
Ingredientes: água, malte, lúpulo, fermento natural, açúcar mascavo e café
Preço: de R$ 6,90 (na cervejaria) a R$ 15,30 (em bares)
Origem: Cervejaria Mistura Clássica - Volta Redonda (RJ) - Brasil

Kahlúa Coffee Liqueur
Licor de café arábica do México, da península de Yucatán, à base de rum. Produzido nos Estados Unidos, é indicado para apreciação puro ou nos clássicos coquetéis Kahlúa White Russian (com vodca e creme de leite) e Kahlúa Black Russian (com vodca). A bebida revelou uma doçura marcante no aroma e sabor, com notas de caramelo e baunilha, corpo muito espesso e aftertaste excessivamente doce.
Tipo: licor
Volume: 700 ml
Álcool: 20%
Ingredientes: destilado alcoólico retificado, açúcar e extrato natural de café
Preço: R$ 90,00
Origem: The Kahlúa Company - Arkansas - Estados Unidos (importado por Pernord Ricard do Brasil)
Mais informações: www.pernod-ricard.com.br

Illyquore
Licor à base do próprio blend illy, de café arábica de diversas regiões da América Central, Índia, África e, principalmente, Brasil. A bebida foi mais bem apreciada em temperatura ambiente, em que apresentou aroma e sabor agradável de café, doçura, corpo macio e aftertaste prazeroso. Sofisticada, foi considerada a bebida com a fórmula mais redonda da mesa.
Tipo: licor
Volume: 700 ml
Álcool: 28%
Ingredientes: extrato natural de café, álcool anidro, açúcar e água
Preço: R$ 65,00
Origem: illycaffè - Trieste - Itália (importado por Campari do Brasil)

Patrón XO Café
Blend mexicano de tequila branca premium e essência natural de cafés finos. As garrafas têm um design especial e são feitas à mão, em série numerada. O aroma é de carvalho, lembrando o de café com grappa; o sabor é característico de tequila e café; o corpo, de espessura média; e o aftertaste é doce, mas bom, momento em que mais aparece o café.
Tipo: tequila
Volume: 750 ml
Álcool: 35%
Ingredientes: não são informados na embalagem
Preço: US$ 17,27 (nos EUA)
Origem: The Patrón Spirits Company - México

Spirit Café Original
Aguardente de cana-de-açúcar composta com extrato natural de café. A bebida passa por uma maturação em tanque de no mínimo vinte dias. Dentre as cachaças, tem baixo teor alcoólico, o que pode agradar ao paladar feminino. A bebida mostrou aroma suave de álcool e café, sabor seco típico da bebida, corpo médio a leve e aftertaste delicado.
Tipo: cachaça
Volume: 700 ml
Álcool: 39%
Ingredientes: álcool, aguardente de cana-de-açúcar, extrato natural de café, aroma idêntico ao natural de café, aroma natural de baunilha, açúcar, corante caramelo
Preço: R$ 45,00
Origem: Grupo Octton - Sorocaba (SP) - Brasil
As bebidas estão na ordem de degustação e os preços referem-se aos meses de março/abril de 2010.

terça-feira, 17 de abril de 2012

Em Monte Alegre do Sul, uma tradição italiana

Arte da cachaçaria vem desde o início do século passado com a chegada dos imigrantes à cidade. Hoje são cerca de 500 mil litros da bebida ao ano
FÁBIO VENDRAME fabio.vendrame@grupoestado.com.br
A estância hidromineral de Monte Alegre do Sul, onde vivem cerca de 6 mil pessoas, demonstra aptidão para a cachaça de alambique - a popular pinga artesanal. Contornada pelas montanhas do Vale do Rio Camanducaia, a cidadezinha produz cerca de 500 mil litros de aguardente por ano, o que daria algo em torno de 90 garrafas per capta. A tradição do município na arte de extrair o elixir da cana remonta ao início do século anterior, com a fixação dos imigrantes italianos.
Desde então todo mundo em Monte Alegre do Sul, a 145 quilômetros de São Paulo, sabe muito bem que água é essa que passarinho não bebe. Atualmente, dos 37 alambiques cadastrados no município, 27 estão em funcionamento. E a cidade viu nascer, em 2003, a Associação dos Produtores de Cachaça de Monte Alegre do Sul e Região (Aprocamas), que reúne alambiques locais e de cidades vizinhas, como Amparo e Serra Negra.
A idéia principal é buscar a melhor qualidade, dentro dos critérios mais rigorosos do mercado, mantendo a originalidade e o caráter artesanal. Para isso São aplicados testes de qualidade para verificar como anda a produção dos alambiques associados. Há também um circuito turístico chamado "Na Trilha da Cachaça". "Todas as associadas estão envolvidas no roteiro de visitação.
Um bom começo é visitar os alambiques diretamente ou adquirir as cachaça da região na Loja da Aprocamas.
Um dos alambiques que merece visitação é o de Tarcísio Ferreira, 43 anos, no Sítio São José. Ferreira conta que seu pai começou a fabricar cachaça há 16 anos para consumo próprio. "Convida um amigo daqui, um amigo dali... já viu onde foi parar, né?", diz. De boca em boca, de gole em gole, a Cachaça Tarcísio Ferreira ganhou fama. Marque hora para conhecê-la pelo tel. (0--19) 3899-2549.