terça-feira, 17 de abril de 2012

Em Monte Alegre do Sul, uma tradição italiana

Arte da cachaçaria vem desde o início do século passado com a chegada dos imigrantes à cidade. Hoje são cerca de 500 mil litros da bebida ao ano
FÁBIO VENDRAME fabio.vendrame@grupoestado.com.br
A estância hidromineral de Monte Alegre do Sul, onde vivem cerca de 6 mil pessoas, demonstra aptidão para a cachaça de alambique - a popular pinga artesanal. Contornada pelas montanhas do Vale do Rio Camanducaia, a cidadezinha produz cerca de 500 mil litros de aguardente por ano, o que daria algo em torno de 90 garrafas per capta. A tradição do município na arte de extrair o elixir da cana remonta ao início do século anterior, com a fixação dos imigrantes italianos.
Desde então todo mundo em Monte Alegre do Sul, a 145 quilômetros de São Paulo, sabe muito bem que água é essa que passarinho não bebe. Atualmente, dos 37 alambiques cadastrados no município, 27 estão em funcionamento. E a cidade viu nascer, em 2003, a Associação dos Produtores de Cachaça de Monte Alegre do Sul e Região (Aprocamas), que reúne alambiques locais e de cidades vizinhas, como Amparo e Serra Negra.
A idéia principal é buscar a melhor qualidade, dentro dos critérios mais rigorosos do mercado, mantendo a originalidade e o caráter artesanal. Para isso São aplicados testes de qualidade para verificar como anda a produção dos alambiques associados. Há também um circuito turístico chamado "Na Trilha da Cachaça". "Todas as associadas estão envolvidas no roteiro de visitação.
Um bom começo é visitar os alambiques diretamente ou adquirir as cachaça da região na Loja da Aprocamas.
Um dos alambiques que merece visitação é o de Tarcísio Ferreira, 43 anos, no Sítio São José. Ferreira conta que seu pai começou a fabricar cachaça há 16 anos para consumo próprio. "Convida um amigo daqui, um amigo dali... já viu onde foi parar, né?", diz. De boca em boca, de gole em gole, a Cachaça Tarcísio Ferreira ganhou fama. Marque hora para conhecê-la pelo tel. (0--19) 3899-2549.