quarta-feira, 8 de junho de 2011

Gin

O Gin é mais precisamente difinido como um destilado retificado. Resulta da redestilação de bagos de zimbro, seguida de aromatização com vários tipos de ervas e plantas.

O Gin ficou imortalizado pelo famoso drink chamado Dry Martini.

A HISTÓRIA

A Origem de Gin é retratada por volta do século XVII. Com a finalidade de desenvolver uma fórmula barata de diurédico para o tratamento de doenças renais, na faculdade de Leyden, a 35km de Amsterdam, o médico e catedrático holandês Francisco De La Boe elaborou uma bebida a base zimbro.

Essa fruta foi escolhida por realmente possuir efeitos benéficos ao sistema renal. Porém não resultou em um medicamento eficaz, mas premiou o médico como o criador da bebida destilada aromática das mais conhecidas no mundo – o Gin De La Boe.

Aos holandeses é creditado a criação do Gin, porém foram os ingleses quem a popularizou. Durante as Guerras Holandesas, soldados do Exército Britânico, conheceram essa bebida aromática e acabaram levando para casa.

No início do século XVIII, com a ameaçada dos destilados holandesês e dos vinhos franceses, a Coroa Britânica começa a restringir as importações, passando a proteger a produção inglesa. Com essa medida, houve o aumento da produção do Gin Britânico tornando-o o mais famoso do mundo.

Passando a utilizar uma destilação contínua, os ingleses melhoraram a qualidade do Gin. A bebida era refinada a fim de se eliminar aromatizantes fortes e doces, tornando-a mais pura e neutra.

O consumo na Inglaterra cresceu de tal forma (11, 5 litros por ano – por habitante) que em 1736, o Parlamento Britânico, preocupados com os efeitos negativos que o alcoolismo gerava à economia do país, decretou o Gin Act. Ficoram estabelecidas severas restrições aos produtores e comerciantes de Gin, rigorosas punições aos contrabandistas e maior vigilância sobre o varejo.

O nome Gin é derivado da palavra francesa geniève e holandesa genever, que significa zimbro.

PROCESSO DE ELABORAÇÃO

Gin é um spirit branco elaborado a partir de bagas de zimbro (juniper), misturadas com algumas ervas botânicas e temperos aromáticos como milho, cevada, centeio, canela, cardamomo e coentro. A base do Gin é principalmente de grãos (normalmente trigo ou centeio) no qual resulta em spirit de corpo límpido.

A Matéria Prima

O principal elemento na elaboração do Gin é o zimbro, uma fruta azul-esverdeada altamente aromatizada de um arbusto cultivado no norte da Itália, Croácia, Estados Unidos e Canadá. Os elementos adicionais botânicos mais usados são erva-doce, angélica, canela, casca de laranja, coentro e cardamomo. Cada produtor de Gin possui sua própria combinação de elementos botânicos em segredo, o que confere a cada marca um produto diferenciado.O Geneve Gin é feito principalmente de "malt wine" (uma mistura de cevada maltada, trigo, milho e centeio) que produz um spirit encorpado semelhante ao malt whisky cru. Um número pequeno de Geneve Gin na Holanda e Bélgica é destilado diretamente das bagas do zimbro fermentadas, produzindo um spirit de aroma particular .

A Destilação do Gin

A maioria do produtores de Gin destilam seus produtos em still de colunas. O spirit resultante é avaliado quanto ao corpo límpido, com a quantidade mínima de congêneres e agentes de condimentos. O Gin Genever é destilado em pot stills que resulta em um spirit de maior aroma.

Gins de combinações de baixa qualidade são feitos misturando o spirit básico simplesmente com o zimbro e extratos botânicos. Gins mais comuns no mercado são produzidos saturando bagas de zimbro e elementos botânicos em um spirit básico e depois redestilando a mistura.

Gins de alta qualidade são produzidos de uma única maneira. Depois de uma ou mais destilações o spirit básico é redestilado mais uma última vez. Durante esta destilação final o vapor do álcool flutua por uma câmara na qual as bagas de zimbro e botânicos secos são suspensos. O vapor extrai os elemento aromáticos, óleos das bagas e temperos e depois passa pela câmara para chegar ao condensador. O spirit aromático resultante tem um grau notável de complexidade.

O controle de qualidade é feito através de amostragens regulares para verificação do grau alcoólico e por meio de testes de olfato . É uma bebida que não necessita o envelhecimento e possui um grau alcoólico entre 40° e 47° GL.

A Origem do Dry Martini

Composto de Gin, vermute e azeitona, esse famoso drink, o Dry Martini, tem duas versões para a sua origem.

A primeira, datada de 1860, conta que o barman Jerry Thomas, de San Francisco, na Califórnia, para animar um cliente prestes a sair para uma viagem de 35km até o vilarejo de Martinez, teria misturado Gin e vermute. Apelidado de The Martinez, o coquetel logo se transformou em Dry Martini.

A segunda, conta que o barman Martini de Armatiggia, do Knickerboker Hotel, em Nova York, misturou Gin e vermute para agradar o bilionário John Rockfeller e cedeu seu primeiro nome ao coquetel - Dry Martini.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Bitter & Classic

31/janeiro/2007 - Por: Ennio Federico
Bitter, uma palavra de origem inglesa que significa 'amargo', é usada hoje para identificar qualquer tipo de bebida amarga com ou sem álcool. Junto com doce, salgado e azedo, o amargo é um dos quatro sabores fundamentais. Há ainda um quinto, o pouco conhecido 'umami' associado mais com alimentos que com bebidas. Bitter (ou Amaro) é um delicioso licor natural preparado com infusão em álcool de dezenas de ervas, raízes, plantas aromáticas e frutas cítricas. Sua densa cor vermelha logo denuncia o conteúdo da garrafa. No passado era utilizado como remédio, muitas vezes servido como digestivo. Seu aroma e gosto realmente ainda lembram algo medicinal. Atualmente é servido como aperitivo ou ingrediente de coquetéis como no clássico Negroni.

Se num bar alguém pedir 'bitter' é provável que ninguém saiba exatamente do que se trata. A exemplo de outras bebidas, fundamental para sua identificação é o nome comercial do produtor. Uma vez reconhecido - e como não deve ser tomado puro - é preciso indicar como deve ser diluído. Normalmente é servido com soda ou água mineral e cubos de gelo em copos altos.Com teor alcoólico de até 45%, depois de uma dose ser misturada com soda ou água, o drink fica com 10% de álcool por volume. Ele continua sendo muito apreciado inclusive por mulheres devido a esse baixo teor alcoólico na condição normal de consumo.

Poucas marcas são responsáveis pela manutenção desse licor secular no topo das bebidas mais conhecidas. Com certeza, Campari é aquela que mais se identifica com o produto - quase sempre até denominando a bebida. Normalmente pedir um Campari já é suficiente. Outras marcas que também participam desse mesmo mercado com boa presença são a Ramazzotti, Mezzaamaro e Dinalle. Os nomes 'bitter', ou amaro, sempre aparecem nos rótulos com menor destaque que as marcas comerciais. Embora similares no sabor, cada casa mantém segredo absoluto sobre a fórmula do seu produto. Dizem que somente uma pessoa em cada empresa sabe a fórmula inteira do concentrado básico que mais tarde é misturado com álcool. Verdade ou não essa história é essencial para manter a imagem que cada produto é diferente e também melhor que o do seu concorrente

Bitters & Coqueteis

Bitters ou aperitivos são bebidas amargas, muito aromatizadas que geralmente são servidas antes das refeições, ou usadas em coquetéis. Em comum a grande maioria dos bitters têm os aromas e sabores da genciana (planta alpina utilizada há séculos na medicina), o quinino (tão conhecido dos brasileiros na água tônica e por seu uso no tratamento da malária), as laranjas amargas (sabor dominante do Campari e dos amaros holandeses), os cravos e o ruibarbo.

Na hora de servir cada uma dessas bebidas têm seu estilo próprio. Os do tipo aperitivo podem ser servidos com gelo, rodela de limão ou laranja e até mesmo club soda. Os digestivos devem ser servidos em temperatura ambiente e em copos delicados, quase como licores.

Quando utilizados em coquetéis os bitters do tipo da Angostura ou o Peychaud americano devem ser colocados em pequenas gotas, seu excesso pode arruinar a bebida. Para um coquetel com sabor da Londres dos anos 1940, é necessário uma dose e meia de bom gin inglês e algumas gotas (2 ou 3) de Angostura. Em um copo de coquetel, pingue as gotas de Angostura e gire o copo de modo a espalhar a bebida pelas paredes. Retire o excesso e coloque o gin. Duas pedras de gelo podem ser utilizadas para suavizar. Esse coquetel clássico e tradicional é conhecido como Pink Gin, por conta da coloração levemente rosada que a Angostura deixará na bebida.

Pode bebê-los assim:

Angostura: É um bitter criado a partir da casca da árvore de mesmo nome, tem como origem a cidade Venezuelana de Bolívar às margens do rio Orenoco. Sua fórmula foi criada pelo Dr. J. G. B. Siegert, que indicava aos seus pacientes durante a guerra da independência, em 1820. Raiz de Angélica, canela, noz-moscada, cardamomo e cravo são alguns dos ingredientes dessa fórmula mantida em segredo até hoje. É um dos bitters mais aromáticos usados na coquetelaria. Seu teor alcoólico é de 45% vol.

Campari: Aperitivo amargo de origem italiana. Há dois tipos de Campari: Vermelho e Branco cordial. Pode ser servido puro ou on the rocks, com soda, água com gás, rodelas de laranja ou limão. Seu teor alcoólico é de 28,5% vol.

Cynar: Aperitivo a base de alcachofra. Pode ser servido puro ou on the rocks, com soda, rodelas de laranja ou limão. Seu teor alcoólico é de 20% vol.

Dubonnet: Aperitivo Francês é um vinho quinado e aromatizado com ervas especiais. Geralmente servido como aperitivo. Seu teor alcoólico é de 19% vol.

Fernet Branco: Aperitivo amargo e aromatizado com plantas medicinais. Possui propriedades estomacais e estimula o apetite. Pode ser servido puro, on the rocks, com vermouth ou soda. seu teor alcoólico é de 45% vol.

Pantis: Pode ser chamado também de Pastis. É um aperitivo de origem francesa à base de anis. Bebe-se misturado com água fria, misturando-se uma parte de Pantis para cinco partes de água. Seu teor alcoólico é de aproximadamente 40% vol.

Pernot: Aperitivo francês à base de anis. Há três graduações de teor alcoólico : 45%, 55% e 68% vol.