sábado, 7 de novembro de 2009

História do Alambique e da Destilação

O alambique é um equipamento de destilação simples. Foi utilizado desde tempos remotos, encontrando-se frequentemente relacionado com a alquimia. Embora os Egípcios fossem os primeiros a construir alambiques, cujos desenhos adornam um velho Templo de Mênfis, foi da língua Árabe que nasceram os termos alambique (“al ambic”)e álcool (“al cóhol”) significando, o primeiro, vaso destilatório, e o segundo, embora querendo designar um pó muito duro à base de chumbo ou antimónio, exprime a ideia de tênue e subtil, significando vapores de destilação. O alambique foi desenvolvido no ano de 800 D.C. pelo Alquimista Árabe Jabir ibn Hayyan. A palavra alambique derivou do significado metafórico de “algo que refina; que transmuta”, mediante a destilação.

A destilação é o método de separação baseado no fenómeno de equilíbrio líquido-vapor de misturas. Em termos práticos, quando temos duas ou mais substâncias formando uma mistura líquida, a destilação pode ser um método adequado para purificá-las: basta que tenham volatilidades razoavelmente diferentes entre si.

Um exemplo de destilação que tem sido feito desde a antiguidade é a destilação de bebidas alcoólicas. A bebida é feita pela condensação dos vapores de álcool que escapam mediante o aquecimento de um mosto fermentado. Como o teor alcoólico na bebida destilada é maior do que aquele no mosto, caracteriza-se aí um processo de purificação.

Os primeiros estudos científicos documentados acerca da destilação surgiram ainda antes da Idade Média, por volta do ano 800, com o alquimista Jabir ibn Hayyan (Geber). Foi ele, inclusive, quem inventou o alambique, que é um aparato usado até hoje para fazer destilações de bebidas alcoólicas.

As origens da alquimia podem situar-se na Grécia, fazia o ano de 300 AC, recorrendo aos registos egípcios e babilónicos. O seu maior esplendor na antiguidade pareceu ter sido alcançado em Alexandria entre os anos 200-300 DC.

Existem provas documentais de que os trabalhos destes alquimistas chegaram aos Árabes e os aparelhos que utilizavam para a destilação foram descritos por Marco Graco no século VIII, podendo considerar-se este como o primeiro documento histórico sobre a destilação de vinhos, ainda que não mencione nada sobre as características do resultado obtido na destilação.

Em meados do século IX, tem início o desenvolvimento da alquimia Árabe, que recebe a sua influência da escola de Alexandria. Sendo assim, os árabes compilaram os conhecimentos dos alquimistas existentes até essa época, num livro intitulado “Livro de Crates”.

No entanto, será a obra de Gerber, que foi publicada no ano de 850 e traduzida para o latim como “De Summa Perfectionis, que fará com que a Europa recorra ao pensamento e métodos da química. Ibn Yasid é considerado por alguns autores como tendo descoberto a destilação para obtenção do álcool.

A imensa obra do Filósofo e Médico árabe Avicena (séc. X), verdadeira obra-prima dos conhecimentos da sua época, embora não mencione o álcool, descreve detalhadamente o alambique e suas aplicações.

A origem provável do termo “espirituosa”, que se utiliza para denominar as bebidas alcoólicas, teve origem no século XIII, pois nessa altura utilizava-se muito a expressão “espírito do vinho”. O termo francês “Eau de Vie”, que quer dizer “água da vida”, teve origem nas propriedades medicinais das bebidas espirituosas, a que eram atribuídas a virtude de prolongar a vida.

Muitas das antigas civilizações do mundo antigo utilizavam poções feitas a partir deste tipo de bebidas, as quais possuíam características mágicas e rituais. Há documentos que afirmam que por volta de 1600, a Companhia de Jesus dedicou uma especial atenção ás propriedades da aguardente, dedicando grande parte das suas
investigações ao estudo de novas substâncias alcoólicas e também de novos métodos de destilação.

Nesta época, poderão encontrar-se os alambiques não só nas casas dos nobres, mas também nas casas dos agricultores, que utilizam o alambique para melhorar um pouco a sua qualidade de vida. Utilizando ervas e raízes na destilação, poderão obter-se preciosos remédios, tanto para a farmacopeia oficial, como para a caseira.

Hoje em dia, os alambiques tradicionais deram lugar a novos e mais sofisticados aparelhos de destilação para produção industrial. Contudo os alambiques tradicionais ainda são usados para a produção de algumas bebidas espirituosas, como é o caso do Cognac, Scotch Whisky e Ketel One Vodka. A forma típica do alambique é dita como dando à bebida um gosto muito especial e único. E sem dúvida que o alambique em cobre é de longe a melhor opção.

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segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Bi-destilação

A bi-destilação consiste em realizar duas destilações sucessivas. Este processo permite a obtenção de uma aguardente de qualidade superior, apresentando teor alcoólico fino, baixa acidez, sabor e aroma agradáveis. Esta melhoria na qualidade da aguardente é possível pela separação ou mesmo o bloqueio de certas frações indesejáveis e prejudiciais ao organismo humano.

O processo de bi-destilação da cachaça foi totalmente desenvolvido através de pesquisa realizada pelo Prof. Dr. Fernando Valadares Novaes na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, em Piracicaba, proporciona baixíssimos teores ácidos orgânico, de aldeído acético e de acetato de etila. É praticamente isenta de sais de cobre, em consequência da tecnologia empregada no processo.

Algumas cachaças artesanais produzidas hoje em dia já chegam à sofisticação de utilizar o processo de bidestilação na sua elaboração. Bidestilação é o processo usado na produção dos melhores uísques e conhaques e que reconhecidamente resulta num produto de qualidade superior, livre de uma série de contaminantes indesejáveis.

Consiste em selecionar uma cachaça artesanal ou industrial, diluir para uma concentração de 27º a 30º GL e destilar novamente no alambique de cobre. Se a cachaça inicial tiver sido produzida dentro dos conceitos de qualidade, esta fração poderá ser chamada de “coração do coração”.

O cobre na fabricação de alambiques


O cobre é tradicionalmente utilizado na fabricação de alambiques, uma vez que absorve o enxofre, os seus compostos e a levedura, cuja presença no destilado da bebida é indesejável, dado o aroma desagradável destas substâncias. O cobre permite, ainda, manter o destilado doce. Reduz a contaminação bacteriana. Possui excelentes
propriedades condutoras do calor, que auxiliam o aquecimento e o arrefecimento dos vapores. Previne a produção de etilocarbamato, uma substância tóxica e melhora a qualidade do produto final.