quarta-feira, 3 de março de 2010

Licor Beirão


Os contos e lendas tradicionais começam normalmente com "Era uma vez...". A história do Licor Beirão também poderá iniciar-se segundo o esquema tradicional. Era uma vez um caixeiro-viajante, de nome Luís de Pinho, oriundo do Porto, que vendia Vinho do Porto por esse país fora. Um dia, nos finais do século XIX, ao passar pela vila da Lousã, parou na Farmácia Serrano, a botica local que ficava na Rua do Comércio, em pleno centro da vila, e apaixonou-se por Raquel, a filha do farmacêutico, com quem viria a casar. Nessa farmácia produzia-se um licor natural, um verdadeiro elixir medicinal...

Passados poucos anos, eclode a guerra da Europa. Portugal, apesar de não estar diretamente envolvido, sofre as consequências. Em 1940, a fábrica do Licor Beirão teve de ser vendida. Felizmente, José Carranca redondo, um jovem de 24 anos que já lá tinha trabalhado, investe todas as suas poupanças, compra a casa e o segredo por 11 contos de réis.

Dedica-se de alma e coração ao novo negócio. Casou pouco depois e a sua mulher passou a fabricar o licor. Homem criativo e de grande iniciativa logo no primeiro ano de atividade avança com uma campanha publicitária. Aos finais de semana, recorre aos amigos e com um balde de cola e cartazes percorre o país. Dos cartazes o mais conhecido é a famosa tabuleta de ripas de madeira com a inscrição Licor Beirão, com um pássaro pousado no cimo e a serra da Lousã ao fundo. Estava definitivamente divulgado a nível nacional o que ainda hoje é considerado o Licor de Portugal, o Licor beirão.

Encontrou uma solução astuciosa e indireta para financiar a sua campanha publicitária. Conseguiu angariar a divulgação nas estradas junto de grandes multinacionais como a Philips, a Mabor, a Autosil, a Lever, etc. Por sua vez, como a impressão dos cartazes era contínua e com grandes tiragens, resolveu assegurar a impressão dos mesmos na sua empresa. Apura a sua estratégia e utiliza uma técnica inovadora recorrendo à utilização de material refletor, que capta a luz dos faróis e ainda hoje é utilizado na sinalização das estradas, nas braçadeiras de segurança noturna, etc.

Com o desaparecimento de José Carranca Redondo sucedeu-lhe o seu filho José Redondo, agora coadjuvado pelos seus próprios filhos Daniel e Ricardo redondo. O Licor Beirão mantém e confirma a sua posição no mercado nacional e internacional, preservando a sua imagem de marca de Licor de Portugal.

História dos Licores


A palavra licor vem do latim liquifacere, liquefazer, dissolver. Isto se refere às misturas que se empregam na fabricação da bebida e com certeza é isso que o torna uma bebida mágica. Desde sua origem até os nossos dias existem várias histórias relacionadas a casamentos, momentos românticos, bruxas, alquimistas e até filosofos, mas não se sabe o que é verdade e o que é lenda, por isso trago para vocês um pouco sobre elas.

Na Itália, na Idade média, era costume plantar árvores de nozes quando nascia uma menina. O crescimento dela e o da árvore eram acompanhados com muito zelo pelos familiares. Quando a menina atingia a idade adulta e ia se casar, cortavasse a árvores e de sua maderia fazia o leito nupcial. Dos frutos dessa árvore era feito um licor chamado “ Nocello” conhecido hoje em todo mundo.

Neste mesmo período histórico, os licores surgiram como experiência de médicos e alquimistas que os empregavam para efeitos medicinais, na forma de elixir e afrodisíacos.

Na Antiguidade surgiu, quando egípcios e gregos deram os primeiros passos rumo ao domínio das técnicas de destilação. Naquela época, a bebida era usada para a cura de todos os males, como elixir de rejuvenescimento ou poção do amor. Durante os séculos IV, V e VI de nossa era, as receitas de licores ficavam confinadas no maior segredo, em laboratórios de alquimia e nos mosteiros.Por serem grandes cultivadores de ervas com finalidades terapêuticas, claro os religiosos acabaram criando grandes licores, como o BENÉDICTINE e o CHARTREUSE.

A bebida como a conhecemos atualmente só foi produzida por volta do ano 1250, quando o químico catalão Arnold de Vila Nova fez um tratado sobre a infusão de ervas no alcool. Vila Nova foi o primeiro a escrever receitas de licores medicinais.

Os documentos escritos os atribuem à época de HIPPOCRATES e que falavam que os anciões destilavam ervas e plantas, para seu uso próprio na cura de enfermidades ou como tonificantes. Isto em particular era correto, dado que, hoje em dia é reconhecido que o KUMMEL E A MENTA ajudam na digestão. Por estes fatores que os licores foram associados à medicina antiga e a astrologia medieval.

Através dos signos, foram também conhecidos como elixires, bálsamos e finalmente como licores.Existem tres tipos distintos de licores:o com uma única erva, os que são elaborados por um único tipo de fruta e os que misturam as duas ao mesmo tempo.
Uma lenda curiosa narra que as bruxas se reuniam, disfarçadas de donzelas, e com um licor alí produzido preparavam uma poção mágica, adicionanado umas ervas. Segundo a lenda, os casais que bebessem juntos esse licor jamais se separariam. Essa poção é o famoso licor “Strega” (palavra que significa bruxa), cuja lenda existe até os dias atuais.

No Brasil, a fabricação de licores artesanais constitui uma atividade desenvolvida por um grande número de famílias, desde a época das velhas fazendas.
O hábito de servir licor foi conservado no Brasil, por influência européia. Com a variedade de frutas neste país, surgem novas receitas como os licores de pitanga, tamarindo, jenipapo, etc.

Os licores que antes eram servidos após as refeições, agora passam a fazer parte de drinques e coquetéis, além de entrarem em diversos temperos de pratos doces e salgados.

É comum assistirmos em filmes e programas de televisão antigos e ver os senhores nas suas grandes fazendas se deliciando com pequenos cálices da bebida após uma farta refeição, esta é uma grande herança européia aos brasileiros.

Além de ser um ótimo digestivo o licor é uma bebida rica em histórias, sabores, heranças e principalmente alquimia. Isto prova que quando juntamos dois ou mais ingredintes é possível transformar uma simples bebida em uma delícia para a alma.

por Mariana de Castro

terça-feira, 2 de março de 2010

ESTÂNCIA HIDROMINERAL DE SERRA NEGRA


Serra Negra foi fundada em 23 de setembro de 1828 por Lourenço Franco de Oliveira. A fundação remete-se à data em que a pequena capela construída nas terras de Lourenço Franco de Oliveira (local do atual bairro das Três Barras) recebeu a concessão de Capela Curada (termo que institui uma paróquia) pelo bispo Dom Manoel Joaquim Gonçalves de Andrade, de Mogi Mirim. Em 12 de março de 1841 a capela, pertencente à região de Mogi-Mirim, foi elevada à categoria de Freguesia (povoação sob aspecto eclesiástico). Em 24 de março de 1859, Serra Negra foi elevada à categoria de Vila, sendo os respectivos habitantes obrigados a construir Cadeia e Casa da Câmara a sua custa. A primeira sessão da Câmara Municipal foi realizada em 7 de setembro de 1859. Pela lei n° 113 de 21 de abril de 1885, a Vila de Serra Negra foi elevada à categoria de cidade.

Inicialmente, os lavradores que moravam em Serra Negra cultivavam cereais. No ano de 1873 teve o início do plantio de café em larga escala. A partir de 1880 começaram a chegar as primeiras famílias de imigrantes italianos para trabalharem nas lavouras de café, mudando totalmente as características portuguesas da colonização e revelando ser a tradição italiana fator predominante na contribuição da cultura local.

Em março de 1892 foi inaugurado o ramal férreo da Companhia Mogiana. A locomotiva fazia o trajeto de Serra Negra até Campinas. Além do transporte de passageiros, o principal produto transportado era o café. O ramal foi desativado em 1956, quando as estradas de rodagem já se desenvolviam em larga escala no país.

Na década de 1920 a economia brasileira já começava a sofrer os efeitos ocasionados pelo excesso da produção de café. A baixa dos preços e a má qualidade do produto, somando-se à quebra da bolsa de Nova York em 1929, acarretou a decadência da economia cafeeira. Serra Negra, embora afetada pela crise, já recebia os primeiros benefícios da descoberta da qualidade terapêutica de suas águas minerais a partir da Fonte Santo Antonio, de Luiz Rielli. A descoberta das propriedades radioativas das águas em 1928 levou à criação, em 1930, de um pavilhão hidroterápico construído ao lado da grandiosa fonte. Sua composição mineral, combinada a pequenas doses de radioatividade, revelou serem as águas minerais de Serra Negra indicadas para os mais diversos tratamentos de saúde. O reconhecimento da qualidade das águas minerais levou à denominação de Serra Negra, pelo então Presidente da República Washington Luís, como ‘Cidade da Saúde’. Em 1938, o Decreto assinado pelo então governador Dr. Adhemar Pereira de Barros, elevou Serra Negra à categoria de Estância Hidromineral e Climática.

Atualmente, a Estância Hidromineral de Serra Negra tem no turismo sua principal atividade econômica, seguida da agricultura, com predominância para o cultivo do café. A cidade possui diversas fontes de acesso público e empresas mineradoras. O desenvolvimento turístico impulsionou a criação de uma rede hoteleira de qualidade, de um comércio diferenciado e de diversos pontos de turismo central e de campo. A característica turística principal da Estância permanece vinculada a idéia de saúde e bem estar, possibilidade de contato com a natureza, ótimo clima, ar puro e momentos de tranqüilidade, e se expande em sua potencialidade de desenvolver novos pontos de turismo rural e de aventura.

DENOMINAÇÃO

Origem Indígena - A parte do município em que hoje está a cidade de Serra Negra era, a princípio, um aldeamento de indígenas. Segundo a opinião de João Mendes de Almeida, no Dicionário Geográfico da Província de São Paulo, “Serra Negra” não passa de corruptela de herã=n=yerê, isto é, um pouco volteadora: herã (um pouco) e yerê (voltear), uma clara alusão aos rodeios que o viajante era obrigado a realizar, pelo fato das serras do município serem escarpadas.

Fundadores – Na época da fundação da cidade, a vegetação era intensa e a serra escura. Então o local era conhecido como “serra negra”.

Lenda – As toras de madeira eram na época desdobradas por dois escravos, um homem e uma mulher, que usavam uma serra chamada trançador. Toda hora o feitor dizia para a escrava: “Serra, negra”.

LINHA DO TEMPO

23.09.1828 – Concessão da Capela Curada, data considerada fundação de Serra Negra;
12.03.1841 – Pela Lei n° 173 é ereta em Freguesia a Capela Curada de Serra Negra;
24.03.1859 – Pela Lei n° 651 foi elevada à categoria de Vila;
07.09.1859 – Instalação da Vila de Nossa Senhora do Rosário de Serra Negra;
09.05.1866 – Fundação da Irmandade de São Benedito;
21.04.1885 – Pela Lei n° 113, elevação à categoria de cidade;
30.09.1890 – Pelo Decreto n° 114, criação da Comarca;
15.03.1892 - Inauguração do ramal férreo da Companhia Mogiana;
26.11.1907 – Pela Lei nº 1103, criação do cargo de Prefeito Municipal. Os três primeiros Prefeitos eleitos de Serra Negra foram: Sr. Capitão Antonio Eduardo de Almeida (então Presidente da Câmara), 1908; Sr. Tenente Coronel Estevam Franco de Godoy, 1909; Sr. Capitão Francisco Pinto da Cunha, 1911;
08.06.1930 – Inauguração do pavilhão hidroterápico da Fonte “Santo Antônio”;
12.12.1938 – Assinatura do Decreto Governamental, Dr. Adhemar Pereira de Barros, declarando Serra Negra como estância hidromineral oficial do Estado;
15.02.1956 – Supressão do Ramal da Mogiana.

Monte Alegre do Sul já foi palco para lançamento de documentário sobre cachaça


A cidade de Monte Alegre do Sul foi escolhida em 2007 para ser palco do lançamento do documentário "Cachaça", produzido pelo jornalista Marcos Rogatto. O evento aconteceu no dia 21 de setembro de 2007, no complexo cultural do Bar da Fonte e contou com a apresentação musical de integrantes da Orquestra Obirici de Viola Caipira e degustação do blend produzido pela Associação dos Produtores de Cachaça de Monte Alegre do Sul - Aprocamas.

O documentário mostra desde o surgimento da cachaça até sua ascensão e modismo nos dias atuais. Pesquisadores, professores universitários, apreciadores e produtores de diferentes segmentos foram alguns dos entrevistados no DVD, realizado através do FICC (Fundo de Investimento Cultural de Campinas), da Prefeitura de Campinas.

Alambiques à vista

O Circuito detém diversas das melhores cachaça do Estado, segundo diversos Concursos Paulistas de Cachaça de Alambique. Uma das premiadas são as cachaças da Adega do Italiano, em Monte Alegre do Sul. Na cidade, outras cachaças, como a Cachaça Chora Menina, Cachaça Neno Campanari, que já venceu o "Brazilian Meeting on Chemistry of Dood and Beverages" em 2004 e 2008 e a Cachaça Rouxinolli também ganham cada vez mais expressão no mercado, destacando-se cada vêz mais.

Já Socorro possui outra premiada, a cachaça Galo Branco. Além disso, o alambique da Pioneira, chama a atenção com seu processo 100% orgânico, sendo o primeiro alambique de cachaça orgânica do Estado de São Paulo e o terceiro do país. Hoje, Socorro possui cerca de 34 alambiques, como o Caribeña, Diamante das Montanhas, Cachaça do Campo e o Cachaça Morete.

Serra Negra reúne tranquilidade e aventura


Rose Mary de Souza - Direto de Serra Negra
Especial para Terra

A Estância Hidromineral de Serra Negra é o destino ideal tanto para quem quer descansar e esquecer o agito da vida profissional, quanto para quem quer gastar energia em esportes de aventura. Localizada em um vale ondulado por montanhas, a 153 quilômetros de São Paulo, a cidade é repleta de paisagens naturais.

O local chega a receber 100 mil pessoas no período de férias - o dobro da população local. Opções de hospedagem não faltam, são 7.400 leitos em mais de 50 hotéis, chalés e pousadas. Há desde sofisticadas acomodações a pousadas rústicas e aconchegantes.

Para quem procura diversão, ficar na área central é a melhor opção. Nos finais de semana e feriados a programação cultural é bem variada - há apresentações de bandas e grupos de música em espaços abertos ao público. Um trenzinho movido por um trator leva os turistas aos pontos turísticos da cidade.

Não muito longe do centro, propriedades rurais se abrem e proporcionam ao visitante um contato direto com a natureza. Além da criação de bichos no sítio, plantio de frutas e água direto da mina, é possível agendar passeios a cavalo, passar horas no pesqueiro e acender a churrasqueira com amigos.

A visita pode se estender com a demonstração do processo de fabricação do queijo, vinhos, cachaça e licores, ou ainda mostrar o processo de produção do café da montanha de Serra Negra.

Para quem tem disposição, vale a pena se arriscar em um passeio cheio de aventuras. Acordar bem cedo é a dica para aproveitar todo o dia. Na mochila não pode faltar traje de banho, roupas leves e de meia estação, botas ou tênis confortáveis, chapéu ou boné, bloqueador solar, repelente, óculos escuros e roupas de frio durante o inverno.

É aconselhável que se agende, de preferência em grupo, qualquer uma das atrações disponíveis, entre elas estão o arvorismo, paredão de escalada, tirolesa, trilha ecológica, passeio de jipe e bicicleta.

A lua cheia aos finais de semana convida o visitante para a cavalgada ao luar. Aproveitando o pôr-do-sol, em cima de um animal manso na trilha sinuosa de terra e pedras, aproveite para vencer as montanhas enluaradas de Serra Negra.

Depois, de uma altura de cerca de 1.300 metros, uma visão privilegiada é digna de tirar o fôlego de qualquer turista. Após passar por caminhos dentro de sítios e chácaras, é possível avistar ao horizonte serras e montes com iluminação distante de mais de 20 cidades de São Paulo e do sul de Minas Gerais.

O comércio
A indústria de malharia e o artesanato são atrações à parte em Serra Negra. Revendedoras e lojistas de vários pontos do país visitam a cidade a cada mudança de estação em busca de novidades.

Em geral, o comércio da cidade dispõe de artigos em couro, como carteiras, bolsas, sacolas, cintos, sandálias, sapatos, saias, casacos em napa e camurça. E outra infinidade de objetos em madeira, palha e bambu, como bandejas, caixas de costura, cestos, cadeiras, pequenos móveis de estilo, porta-jóias, porta-baralhos, sacolas e outros.

Mercadinhos e empórios ficam apinhados de produtos caseiros feitos nas fazendas de Serra Negra e municípios vizinhos. Os produtos, que têm registro de fiscalização sanitária, podem degustados pelos turistas.