domingo, 2 de janeiro de 2011

Envelhecendo a cachaça

A cachaça, assim como o whisky, o rum e o conhaque, para adquirir propriedades sensoriais de aroma e paladar específicos, pode passar por um processo de envelhecimento.

A quantidade de cachaça contida dentro de um  tonel, tem relação direta com a área de contato da madeira com a bebida,  influenciando no seu envelhecimento. A eficiência com que a madeira estiver trocando compostos e reações com a bebida  resultará no padrão do produto; ou seja o rótulo de uma cachaça envelhecida 1 ano num barril de 600 litros  será o mesmo que uma bebida envelhecida 1 ano num tonel de 30 mil litros, mas o paladar será outro.  

Para aprovar o envelhecimento de uma bebida, o ministério da Agricultura  aceita volumes em barris de até 700 litros. A cachaça envelhecida pode manter a coloração branca, dependendo da madeira onde envelhece, como é o caso do jequitibá e o amendoim. Já a amarela ganha este tom justamente por ter descansado e envelhecido em madeira que tinge a bebida.

Toda boa cachaça tem que passar por um período mínimo descansando, ou pode ser envelhecida  para adquirir paladar e aroma característicos.

Uma cachaça é considerada envelhecida se permaneceu por pelo menos 1 ano acomodada em barris de madeira, com capacidade de até 600 litros. Minas Gerais, maior produtor de cachaça artesanal do país,  leva tão a sério o negócio da cachaça, que o governo estadual legislou sobre a matéria aprovando em 11 de julho de 2001, lei que garante aos consumidores e obriga os produtores a identificar o padrão de envelhecimento da cachaça.

Para o produtor mineiro o período de envelhecimento deve variar de 6 a 18 meses, devendo após este período ser classificada em 4 padrões. Segundo o site oficial do PBDAC, a cachaça mineira é classificada como cachaça nova, cachaça envelhecida, cachaça amaciada e reserva especial.

MADEIRAS APROPRIADAS PARA ENVELHECIMENTO DE CACHAÇA.

CARVALHO

Madeira nobre que encorpa a cachaça e lhe dá um cor inconfundível.
Designação comum a várias árvores ornamentais da família das fagáceas, gênero Quercus, de rápido crescimento, que preferem lugares frescos, ou margens de rios e lagoas, e fornecem madeira pardacenta, dura, usada na construção em geral.
Madeira de qualquer dessas árvores.
Carvalho Brasileiro – Da Bahia até Santa Catarina. Carne-de-vaca.

AMBURANA

Diminui o teor alcoólico da Cachaça, que fica mais suave. Árvore regular, da família das leguminosas (Torresea cearensis), de casca grossa, suberosa, gordurosa e aromática, tida por medicinal, flores alvas ou amarelo-pálidas, pequenas e aromáticas, e cujo fruto é vagem achatada e escura, contendo uma semente alada e rugosa.

ANGELIM-ARAROBA

Dá uma cor graciosa a bebida e paladar inconfundível. Árvore da família das leguminosas, subfamília papilionácea (Vataireopsis araroba), de flores róseas e madeira útil, e cuja casca, triturada, se usa contra doenças da pele. Ocorre da Bahia até o Rio de Janeiro e Minas Gerais.

BÁLSAMO

Bebida bem amarela, de gosto forte. Cabriúva-do-campo. Do tupi kabureiwa, árvore do caburé. Árvore da família das leguminosas (Myrocarpus frondosus), da floresta atlântica, de folhas com cinco a nove folíolos oblongos, aluminados e muito finos, flores verdes-amareladas, actinomorfas, dispostas em racemos, e cujos frutos são sâmaras elípticas e monospermas. A madeira, pardo-escuro com tons avermelhados, aromática, pesada e resistente, é utilizada em construções em geral.

CEREJEIRA

Confere a  cachaça corpo e tom forte. Designação comum a diversas árvores e arbustos da família das rosáceas, gênero Prunus. Particularmente as espécies Prunus avium e Prunus cerasus, a primeira das quais é uma árvore de casca lisa e cinzenta, flores alvas, frutos pequenos, doces e polposos, vermelhos ou quase pretos, e madeira branco-avermelhada, dura e pesada, usada em marcenaria de luxo, instrumentos musicais, objetos de arte, etc.Cereja-galega, cereja-dos-passarinhos, cerejeira-da-europa; e a segunda um arbusto que atinge 8 (oito) metros de altura, cuja casca e flores têm as mesmas características das da espécie anterior, apresentando o fruto e a madeira, porém, diferença na cor, respectivamente amarelada e avermelhada.

GARAPA

Árvore ornamental, da família das leguminosas (Apuleia praecox), de folhas imparipenadas, compostas de folíolos alternos, coriáceos de cor avermelhada, flores alvas ou esverdeadas, dispostas em cimeiras axilares, e cujo fruto é vagem ovóide, monosperma eindeiscente. Fornece madeira de lei de cerne amarelado e ondeado. Amarelinha, Ocorre da Bahia ao Rio Grande do Sul e MatoGrosso.

JATOBÁ

Uma ótima madeira para armazenar cachaça. Árvore da família das leguminosas (Copaifera trichiofficinalis), de folhas penadas, flores minutase ordenadas em cachos, e cujo fruto é um legume pequeno e monospermo. O tronco produz um óleo tido pelo povo como medicinal.

JEQUITIBÁ /JEQUITIBÁ –ROSA

Uma das mais utilizada para envelhecimento. Designação comum a duas árvores de tronco muito grosso e alto, da família das lecitidáceas (Cariniana estrillensis e C. legalis), também chamadas, respectivamente, Jequitibá-Vermelho e Jequitibá- Branco, de folhas coriáceas, oblongas e acuminadas, flores
pequeninas, alvas e paniculadas, e cujos frutos são cápsulas que contém sementes aladas e se abrem por fenda circular, sendo a madeira, róseo-acastanhada ou bege-rosada, hoje muito usada em carpintaria. Ocorrem do nordeste ao sul do país.Jequitibá-rosa  não alterara a cor original.

IPÊ/IPÊ AMARELO

Designação comum às árvores do gênero Tabebuia (antes, Tecoma), da família das bignoniáceas, de que há dois tipos: a de flor amarela e a de flor violácea. Muito ornamentais pela floração belíssima, são dotadas de lenho muitíssimo resistente à putrefação. O Ipê é considerado árvore nacional.. Garante uma Cachaça que desce macio e um tom alaranjado.

PEROBA

Designação comum a muitas árvores das famílias das apocináceas e das bignoniáceas que têm madeiras de boa qualidade, sobretudo a peroba-de-campos e a peroba-rosa. Peroba-Amarela. Peroba-Amargosa. Peroba-de-Campos (Paratecoma Peroba). Norte do Espírito Santo e centro da Bahia. Peroba-Rosa (Aspidosperma polyneuron).

Revista do futuro (www.revistadofuturo.com.br)

Licores dos Frades Toscanos

A Officina Profumo-Farmaceutica di Santa Maria Novella, criada em 1221 por frades dominicanos de Florença é famosa por sua linha de sabonetes e perfumes. Mas os religiosos também faziam licores. Dois deles estão à venda, em São Paulo, na loja Santa Maria Novella (R. da Consolação, 3.354, 3081-0964) da capital.

Produzido desde 1659, o amarguíssimo Elisir di China é feito com casca de uma árvore peruana. Tem 38% de gradação alcóolica e pode ser tomado quente. O belo rubi do licor Alkermes, criado em 1743, vem de um inseto e leva água de rosas, água de flor de laranjeira, noz-moscada, canela e cravo. Tem gradação alcóolica de 35%, é adociado e perfumado. Ambos envelhecem seis meses em barris de carvalho e custam R$ 287, a garrafa com 500 ml. (Paladar - 05/02/2009).