O Museu da Cachaça, situado na cidade de Tupã (514 km da capital paulista), foi recentemente reformulado e dobrou de tamanho. Entre as novidades estão novas peças e uma série de seções divididas por temas.
O objetivo da reforma foi abrir espaço para que peças que antes ficavam apenas guardadas passassem a ser expostas ao público. O local, que é mantido pela Água Doce Cachaçaria, tem quase 1.000 m2 de área e é dividido em quatro ambientes.
O primeiro é dedicado à história da cachaça. Nesta sala, é possível ver de perto réplicas de cartas do período no qual o Brasil viveu a escravatura, além de painéis cronológicos que contam a história da bebida. A seção também abriga peças de engenho e reportagens curiosas sobre a cachaça.
No segundo ambiente, batizado de "coleção de cachaça", estão expostas mais de duas mil garrafas. O terceiro conta a história da empresa que mantém o local; já o quarto e último trata da relação da bebida com as "paixões nacionais": futebol e samba. No espaço estão reunidos painéis fotográficos, coleção de camisetas, garrafas e peças antigas.
Museu da Cachaça - r. Nhambiquaras, 385, Vila Aviação, Tupã, SP. Tel.: 0/xx/14/3441-2321 ou 0/xx/11/3441-4337.
Blog que tem o objetivo de reunir informações interessantes a respeito da cachaça artesanal paulista, licores, bebidas destiladas, gastronomia e outras relacionadas.
sexta-feira, 31 de dezembro de 2010
domingo, 26 de dezembro de 2010
As Monções e a Cachaça Artesanal Paulista
Após a Guerra dos Emboabas, os paulistas, impossibilitados de explorar o ouro de Minas Gerais, passaram a buscar novas zonas de mineração, descobrindo-as nos atuais estados de Mato Grosso e Goiás.
Em 1719, a bandeira de Pascoal Moreira Cabral, subindo o rio Cuiabá à caça de índios, encontrou ouro nas margens do rio Coxipó-Mirim e, em1725, a bandeira de Bartolomeu Bueno da Silva descobriu ouro em Goiás.
A descoberta de ouro na região marcou o início das monções, expedições fluviais regulares que faziam a comunicação entre São Paulo e Cuiabá.
A palavra "Monção" era usada pelos portugueses para denominar os ventos periódicos que ocorriam na costa da Ásia Meridional. Esses ventos, que durante seis meses sopram do continente para o Oceano Índico e nos seis meses seguintes em sentido contrário, determinavam a saída das expedições marítimas de Lisboa para o Oriente.
Na Colônia, as expedições que utilizavam as vias fluviais foram chamadas de monções, não por causa dos ventos, mas por se submeterem ao regime dos rios, partindo sempre na época das cheias (março e abril), quando os rios eram facilmente navegáveis, tornando a viagem menos difícil e arriscada.
As monções partiam das atuais cidades de Porto Feliz e Itu, navegando pelo rio Tietê, levando em média cinco meses até alcançar as minas de Cuiabá.
No início as monções transportavam paulistas para as minas cuiabanas, mas logo tornaram-se expedições de abastecimento, isto é, bandeiras de comércio, levando mercadorias para as zonas mineradoras. A população das minas necessitava adquirir tudo que precisava, pois só estava interessada em achar ouro e enriquecer rapidamente.
A viagem era difícil devido às inúmeras corredeiras, febres, insetos venenosos, piranhas e, principalmente, ataques de índios. As canoas eram construídas à maneira indígena, cavadas em um só tronco e muito rasas.
As maiores chegavam a transportar até 300 arrobas de carga, e com o tempo receberam toldos para evitar que as provisões se estragassem. A tripulação era formada pelo piloto, pelo proeiro e por cinco ou seis remadores que remavam em pé como os índios. A carga ficava no centro da canoa, os tripulantes na proa e os passageiros na pôpa. Navegavam entre 8 horas da manhã e 5 da tarde, quando embicavam as canoas nos barrancos dos rios, armando acampamentos.
Nas provisões, carregavam os alimentos essenciais, como feijão, farinha de mandioca ou de milho, a tradicional Cachaça Artesanal transportada em barris de madeira, e também recorriam à pesca, aos palmitos, frutos e caça.
Com o tempo, por medida de segurança, as viagens passaram a ser feitas em grandes comboios. O número de canoas e pessoas num comboio variava , mas sabe-se que um dos maiores, o do governador de São Paulo, D. Rodrigo César de Menezes, partiu de Porto Feliz com mais de 300 canoas e cerca de 3.000 pessoas.
No retorno, um tiro de arcabuz (Antiga arma de fogo), marcava a volta de cada "Monção", acordando o povoado e seus moradores. Era a hora de rever os parentes que retornavam e de receber notícias daqueles que ainda estavam nas minas de Cuiabá.
Começava então, a descarga dos Batelões no Porto. Logo Araritaguaba, antes quieta e pobre, tornava-se movimentada e rica, com o ouro minerado que corre como dinheiro.
Apesar do caráter eminentemente exploratório das "Monções", um importante papel lhes foi reservado na história: o de desbravar e alargar as fronteiras brasileiras, provocando a integração entre várias regiões.
Em 1719, a bandeira de Pascoal Moreira Cabral, subindo o rio Cuiabá à caça de índios, encontrou ouro nas margens do rio Coxipó-Mirim e, em1725, a bandeira de Bartolomeu Bueno da Silva descobriu ouro em Goiás.
A descoberta de ouro na região marcou o início das monções, expedições fluviais regulares que faziam a comunicação entre São Paulo e Cuiabá.
A palavra "Monção" era usada pelos portugueses para denominar os ventos periódicos que ocorriam na costa da Ásia Meridional. Esses ventos, que durante seis meses sopram do continente para o Oceano Índico e nos seis meses seguintes em sentido contrário, determinavam a saída das expedições marítimas de Lisboa para o Oriente.
Na Colônia, as expedições que utilizavam as vias fluviais foram chamadas de monções, não por causa dos ventos, mas por se submeterem ao regime dos rios, partindo sempre na época das cheias (março e abril), quando os rios eram facilmente navegáveis, tornando a viagem menos difícil e arriscada.
As monções partiam das atuais cidades de Porto Feliz e Itu, navegando pelo rio Tietê, levando em média cinco meses até alcançar as minas de Cuiabá.
No início as monções transportavam paulistas para as minas cuiabanas, mas logo tornaram-se expedições de abastecimento, isto é, bandeiras de comércio, levando mercadorias para as zonas mineradoras. A população das minas necessitava adquirir tudo que precisava, pois só estava interessada em achar ouro e enriquecer rapidamente.
A viagem era difícil devido às inúmeras corredeiras, febres, insetos venenosos, piranhas e, principalmente, ataques de índios. As canoas eram construídas à maneira indígena, cavadas em um só tronco e muito rasas.
As maiores chegavam a transportar até 300 arrobas de carga, e com o tempo receberam toldos para evitar que as provisões se estragassem. A tripulação era formada pelo piloto, pelo proeiro e por cinco ou seis remadores que remavam em pé como os índios. A carga ficava no centro da canoa, os tripulantes na proa e os passageiros na pôpa. Navegavam entre 8 horas da manhã e 5 da tarde, quando embicavam as canoas nos barrancos dos rios, armando acampamentos.
Nas provisões, carregavam os alimentos essenciais, como feijão, farinha de mandioca ou de milho, a tradicional Cachaça Artesanal transportada em barris de madeira, e também recorriam à pesca, aos palmitos, frutos e caça.
Com o tempo, por medida de segurança, as viagens passaram a ser feitas em grandes comboios. O número de canoas e pessoas num comboio variava , mas sabe-se que um dos maiores, o do governador de São Paulo, D. Rodrigo César de Menezes, partiu de Porto Feliz com mais de 300 canoas e cerca de 3.000 pessoas.
No retorno, um tiro de arcabuz (Antiga arma de fogo), marcava a volta de cada "Monção", acordando o povoado e seus moradores. Era a hora de rever os parentes que retornavam e de receber notícias daqueles que ainda estavam nas minas de Cuiabá.
Começava então, a descarga dos Batelões no Porto. Logo Araritaguaba, antes quieta e pobre, tornava-se movimentada e rica, com o ouro minerado que corre como dinheiro.
Apesar do caráter eminentemente exploratório das "Monções", um importante papel lhes foi reservado na história: o de desbravar e alargar as fronteiras brasileiras, provocando a integração entre várias regiões.
sábado, 25 de dezembro de 2010
Cachaça Campanari: duas medalhas de prata no 4º Concurso da Cachaça realizado durante o VIII Brazilian Meeting on Chemistry of Food and Beverages
Cachaça Campanari: duas medalhas de prata no 4º Concurso da Cachaça realizado durante o VIII Brazilian Meeting on Chemistry of Food and Beverages na cidade São Carlos, SP (2010), nas categorias descansada e envelhecida.
O alambique de Neno Campanari fica numa estrada de terra no bairro da Barra, um pouco antes da entrada principal da cidade. Ele representa a terceira geração da família na produção de cachaça. Tudo começou em 1932 com o avô Luigi Campanari. Ele era italiano e trouxe da Europa o conhecimento do processo de produção de vinho e grapa, a bebida destilada da uva. Na época a moagem da cana era feita através de um moinho d’água e o transporte era feito em lombo de burro.
Hoje muita coisa mudou, com o surgimento de novos materiais e tecnologia, mas a base da produção continua a mesma, totalmente com produtos naturais. A tradição familiar continuou com o pai de Neno, Adolfo Campanari. Neno Campanari é o responsável por todos os processos na produção, desde o plantio da cana, a limpeza, a moagem, a fermentação, a fervura, a destilação, o armazenamento em tonéis e o engarrafamento. Campanari cultiva dois alqueires de cana e diz que as cachaças têm um sabor próprio da região, porque são feitas com variedades locais, como a cana roxinha e a cana branca. Para ele, o grande segredo para uma boa cachaça é a dedicação. “Tem que gostar do que faz. São muitos detalhes, que começam com a limpeza manual da cada cana, porque as impurezas influem na fermentação e no sabor final da bebida”.
A sua produção diária é uma média de 35 litros, totalizando cerca de mil litros por mês. As vendas acontecem na sede da associação no centro de Monte Alegre e no próprio sítio, para os turistas que visitam o alambique e querem conhecer como se faz uma pinga artesanal. Premiada nos últimos concursos nacionais de cachaça promovidos pela Universidade de São Paulo (o Concurso de Qualidade da Cachaça, dentro do evento Brazilian Meeting on Chemistry of Food and Beverages), a pinga artesanal é uma das mais antigas de Monte Alegre do Sul. Produzida desde 1932 pelo avô de Neno, o italiano Luigi Campanari, a receita acabou sendo repassada para vários descendentes, que montaram outros alambiques na região. As fotos dessa saga familiar estão na simpática lojinha, que expõe barris de carvalho.
O alambique de Neno Campanari fica numa estrada de terra no bairro da Barra, um pouco antes da entrada principal da cidade. Ele representa a terceira geração da família na produção de cachaça. Tudo começou em 1932 com o avô Luigi Campanari. Ele era italiano e trouxe da Europa o conhecimento do processo de produção de vinho e grapa, a bebida destilada da uva. Na época a moagem da cana era feita através de um moinho d’água e o transporte era feito em lombo de burro.
Hoje muita coisa mudou, com o surgimento de novos materiais e tecnologia, mas a base da produção continua a mesma, totalmente com produtos naturais. A tradição familiar continuou com o pai de Neno, Adolfo Campanari. Neno Campanari é o responsável por todos os processos na produção, desde o plantio da cana, a limpeza, a moagem, a fermentação, a fervura, a destilação, o armazenamento em tonéis e o engarrafamento. Campanari cultiva dois alqueires de cana e diz que as cachaças têm um sabor próprio da região, porque são feitas com variedades locais, como a cana roxinha e a cana branca. Para ele, o grande segredo para uma boa cachaça é a dedicação. “Tem que gostar do que faz. São muitos detalhes, que começam com a limpeza manual da cada cana, porque as impurezas influem na fermentação e no sabor final da bebida”.
A sua produção diária é uma média de 35 litros, totalizando cerca de mil litros por mês. As vendas acontecem na sede da associação no centro de Monte Alegre e no próprio sítio, para os turistas que visitam o alambique e querem conhecer como se faz uma pinga artesanal. Premiada nos últimos concursos nacionais de cachaça promovidos pela Universidade de São Paulo (o Concurso de Qualidade da Cachaça, dentro do evento Brazilian Meeting on Chemistry of Food and Beverages), a pinga artesanal é uma das mais antigas de Monte Alegre do Sul. Produzida desde 1932 pelo avô de Neno, o italiano Luigi Campanari, a receita acabou sendo repassada para vários descendentes, que montaram outros alambiques na região. As fotos dessa saga familiar estão na simpática lojinha, que expõe barris de carvalho.
Cachaça Paulista: Mazzaropi
A cachaça, também conhecida como pinga, sempre esteve presente na vida do caipira. Antigamente, ela era feita dentro de casa para consumo próprio. Dizem que, nessa época, as donzelas e rapazes mais novos não conseguiam tomar a bebida, frequentemente misturada com limão, por ser muito forte. Então adicionavam também açúcar. Por isso, os homens mais rústicos diziam que os frangotes tomavam bebida das "caipirinhas", referindo-se às moças. Assim nasce a Caipirinha, o drink brasileiro mais famoso do mundo, feito de cachaça com limão, açúcar e gelo. Graças ao aumento de seu consumo, a cachaça passou a ser encontrada em todas as regiões do Brasil, em todas as classes sociais. Isso exigiu um aprimoramento de sua produção, desde o cultivo da cana-de-açúcar até sua maturação correta, resultando em exemplares de excelente qualidade que agradam aos paladares mais exigentes e refinados. Hoje a cachaça é apreciada inclusive por estrangeiros, apaixonados pela bebida que é a cara do Brasil.
Nesses mesmos moldes, começando com uma produção para subsistência e passando a maior escala na medida em que sua popularidade aumentava, é feita a Cachaça Mazzaropi. Sua produção começou despretensiosa, caseira, apenas para consumo interno. Por ser um produto tão bom e graças à ótima aceitação dos hóspedes, que queriam presentear amigos e parentes ou levar a cachaça pra casa, a fabricação tomou maiores proporções e ela passou a ser comercializada. Ela é produzida artesanalmente, com o cuidado e o tempo necessários para se obter um produto de qualidade, cuidado que começa com a seleção da cana e se estende à colheita e à fermentação, feita sem adição de substâncias químicas. Descartados o início e o fim da destilação, somente o "coração" da cachaça vai para o descanso para conferir a ela cor, aroma e sabor inigualáveis. Ela é envelhecida em tonéis de madeira de carvalho de pequeno volume (200l) por, no mínimo, 18 meses, em ambiente com umidade controlada, no próprio Hotel Mazzaropi.
Amácio Mazzaropi foi um dos mais importantes cineastas brasileiros. Empreendedor, trabalhou em 34 projetos desde a década de 50, quando também criou a PAM filmes, um dos maiores estúdios da América Latina. Da produtora e distribuidora saíram enormes sucessos de público e bilheteria. Hoje, no mesmo local funciona o Hotel Fazenda Mazzaropi e o Museu Mazzaropi, uma área de 1200m2 onde se guarda com carinho as lembranças desse visionário artista, resgatadas e administradas pela família Roman.
Muitos de seus filmes foram estrelados por seu personagem de maior sucesso, o Jeca Tatu, criação de Monteiro Lobato interpretada pelo próprio cineasta. O Jeca simbolizava o homem rural abandonado pelos poderes públicos, que trabalhava na lavoura e vivia uma vida muito simples, trazendo à tona várias questões sociais como a saúde e a política de terras. Seus momentos de lazer eram poucos, a diversão era se reunir pra contar "causos", histórias muitas vezes inventadas, ou tocar moda de viola, sempre tomando cachaça.
A Cachaça Mazzaropi participou, em 2008, do III Concurso de Avaliação da Qualidade da Cachaça, realizado pela Universidade de São Paulo. Foram julgados critérios como a pureza, o aroma, a cor e o prazer que ela proporciona ao paladar. Nesse teste de satisfação, a Cachaça Mazzaropi ficou em terceiro lugar, uma posição privilegiada entre as melhores do Brasil, send que em 2010 ganhou a medalha de prata pelo 2ª colocação na categoria envelhecida.
Nesses mesmos moldes, começando com uma produção para subsistência e passando a maior escala na medida em que sua popularidade aumentava, é feita a Cachaça Mazzaropi. Sua produção começou despretensiosa, caseira, apenas para consumo interno. Por ser um produto tão bom e graças à ótima aceitação dos hóspedes, que queriam presentear amigos e parentes ou levar a cachaça pra casa, a fabricação tomou maiores proporções e ela passou a ser comercializada. Ela é produzida artesanalmente, com o cuidado e o tempo necessários para se obter um produto de qualidade, cuidado que começa com a seleção da cana e se estende à colheita e à fermentação, feita sem adição de substâncias químicas. Descartados o início e o fim da destilação, somente o "coração" da cachaça vai para o descanso para conferir a ela cor, aroma e sabor inigualáveis. Ela é envelhecida em tonéis de madeira de carvalho de pequeno volume (200l) por, no mínimo, 18 meses, em ambiente com umidade controlada, no próprio Hotel Mazzaropi.
Amácio Mazzaropi foi um dos mais importantes cineastas brasileiros. Empreendedor, trabalhou em 34 projetos desde a década de 50, quando também criou a PAM filmes, um dos maiores estúdios da América Latina. Da produtora e distribuidora saíram enormes sucessos de público e bilheteria. Hoje, no mesmo local funciona o Hotel Fazenda Mazzaropi e o Museu Mazzaropi, uma área de 1200m2 onde se guarda com carinho as lembranças desse visionário artista, resgatadas e administradas pela família Roman.
Muitos de seus filmes foram estrelados por seu personagem de maior sucesso, o Jeca Tatu, criação de Monteiro Lobato interpretada pelo próprio cineasta. O Jeca simbolizava o homem rural abandonado pelos poderes públicos, que trabalhava na lavoura e vivia uma vida muito simples, trazendo à tona várias questões sociais como a saúde e a política de terras. Seus momentos de lazer eram poucos, a diversão era se reunir pra contar "causos", histórias muitas vezes inventadas, ou tocar moda de viola, sempre tomando cachaça.
A Cachaça Mazzaropi participou, em 2008, do III Concurso de Avaliação da Qualidade da Cachaça, realizado pela Universidade de São Paulo. Foram julgados critérios como a pureza, o aroma, a cor e o prazer que ela proporciona ao paladar. Nesse teste de satisfação, a Cachaça Mazzaropi ficou em terceiro lugar, uma posição privilegiada entre as melhores do Brasil, send que em 2010 ganhou a medalha de prata pelo 2ª colocação na categoria envelhecida.
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
Turismo Rural: profissionalismo para ser bem sucedido.
O turismo Rural é mais uma opção para proprietários de terras que queiram investir nesse ramo do agronegócio. Para ingressar na área, é importante estar atento a algumas particularidades exigidas para o sucesso da atividade. Uma ajuda extra é a propriedade estar inserida em algum circuito já voltado para o turismo ou com vocação natural, como a região serrana e o circuito das águas, e a existência de atrativos naturais, como cachoeiras, trilhas, uma bela paisagem natural. Uma boa rede hoteleira também costuma ajudar e oferecer suporte à divulgação.
Além desses fatores, ferramentas importantes para os interessados são as capacitações oferecidas nessa área, tanto pela CATI, como pelo Senar. “Todos os que ingressaram e estão tendo sucesso, passaram por capacitação para a gestão do agronegócio: receber visitantes; montar uma agroindústria artesanal, como queijarias, estar apto a oferecer pães, bolos, doces, geléias feitas na roça, com o sabor da culinária caipira, estão entre os cursos oferecidos.“É importante o produtor não perder o foco. Quem procura turismo rural quer vivenciar a vida no campo, experimentar seus sabores, ter uma atividade genuína como uma cavalgada, um leite ao pé da vaca, coisas do dia-a-dia de quem vive no campo. Conversar, contar “causos”, ter disposição para servir, estar atento à curiosidade daqueles que vivem realidades diferentes são dicas de sucesso, ensina o eng. agr. Ricardo Moncorvo, da Casa da Agricultura de Amparo, especialista nessa área.
Queijo e vinho: uma parceria que atrai turistas
Em Serra Negra o turismo rural está em ascensão e alguns proprietários começam a se associar para oferecer mais oportunidades a quem visita a região rural. É o caso da rota do queijo e vinho, onde os proprietários do Sítio Chapadão oferecem os mais variados tipos de queijo, desde os mais comuns, como frescal e minas padrão, aos finos ou diferenciados como o boursin, o trabalhoso parmesão que tem que ser virado e revirado até chegar ao ponto, ou com sabores inusitados como saint paulin com sabor whisky ou vinho. Logo adiante, no Sítio Bom Retiro, é hora de comprar vinhos e cachaças especiais. Em ambos os casos, há muita história para ouvir das famílias, Dini dos queijos, e Carra dos vinhos. Geralmente tudo começa de um dom que, explorado, torna-se uma alternativa de renda, reúne familiares em torno de uma causa comum e impulsiona o turismo rural.
Suely Aparecida Campos Dini conta como o sítio foi se tornando a principal fonte de renda da família. “As terras pertenciam ao meu sogro que plantou o primeiro cafezal há uns 50 anos, depois meu marido começou a atividade leiteira com quatro vacas e ordenha manual. Quando aposentei, resolvi fazer cursos de derivados do leite e a melhorar os queijos que já fazia, aumentou a clientela e trocamos a cidade pelo Sítio”, relata Suely. “Nos últimos 10 anos abrimos as porteiras e os grupos foram aumentando e nós aumentamos a oferta. Agora temos café da manhã e da tarde, recebemos grupos, estamos atentos à decoração e não deixamos de lado o investimento em novidades, estamos sempre aprendendo” contam a nora e o filho de Suely, Alexandra e José Antonio.
O neto, de 9 anos, Pedro Henrique já dá palpites na queijaria e “é bom de contas”, fala a mãe, Alexandra, que faz planos para a futura geração. As frentes são várias, o café não foi descuidado, tem certificação e ganhou recentemente o 1.º lugar no Concurso de Qualidade do Café de Serra Negra e o 3.º na Região. Com o prêmio a saca subiu de R$ 190,00 para R$ 400,00. Mais dinheiro para continuar investindo. No telhado da queijaria, como um cuidado na decoração, reina uma bruxinha apontando a direção do vento, bons ventos que estão trazendo renda e emprego. O contato e as reservas podem ser feitas pelo e.mail ascadi@bol.com.br telefones (19) 3892-1091 ou (19) 9171-1709.
A família Carra está na região há cinco gerações e quem procura vinho encontra da melhor qualidade, produzido com uvas vindas do rio Grande do Sul. “Cada geração tem seu lugar na adega rústica, construída em alvéolos de barro, uma curiosidade que se mistura a outros pertences da família, como máquinas de costura antigas, ferros de passar, fotos e brasões. No local é possível encontrar o vinho Porto Ânfora, uma tradição grega passada aos portugueses. O Porto Ânfora é feito com uvas desidratadas e fica enterrado em ânforas de barro por 12 meses, dando ao vinho um sabor especial.
A cachaça artesanal também tem muita procura
O Sítio Bom Retiro oferece também boas cachaças, premiadas como a feita na ocasião da inauguração do Memorial JK em Brasília. “Ganhamos em segundo lugar, entre as melhores cachaças do Brasil, as garrafas eram numeradas e, em leilão, chegaram a valer R$ 35 mil”, conta Clóvis Carra que mostra outras curiosidades como a cachaça azul, uma receita do tempo do Império, feita em homenagem a D. Pedro II e aos nobres de “sangue-azul”. A flor de laranjeira misturada à cachaça é que proporciona a coloração. A bebida deve ser servida bem gelada que é quando perde a acidez e intensifica o sabor. Ou, ainda, a Kachinello, uma receita indígena e que era oferecida antes das provas de resistência. Inicialmente feita com álcool de mandioca, no Sítio Bom Retiro ela é feita com álcool de cana, acrescido de caramelo, açúcar mascavo, licor de cacau e pó de guaraná. Segundo Clóvis Carra, “faz milagres”. O contato é sitiobomretiro@bol.com.br, telefone (19) 3892-3574.
Cavalgadas, tirolesa, trilhas: atividades que aumentam o apetite na roça
Na verdade quem procura turismo rural está sempre atrás de boas comidas, feitas em fogão a lenha. “É inevitável”, conta Claudinei Almeida, o Nei, “as cavalgadas promovidas pelo Rancho São Nicolau acabam ou começam sempre com um belo almoço servido aos domingos”. Nei é um domador de cavalos, quem se lembra do filme Encantador de Cavalos, estrelado por Robert Redford, sabe o que é a doma índia, um carinho que submete o animal e em menos de um mês um potro bravo atende todos os comandos. Nei demonstra e ensina esse e outros tipos de doma, um dos atrativos oferecidos no rancho.
“Sempre recebi visitantes à procura de maior contato com cavalos e com a vida no campo. Aí fui aumentando a oferta com compra e venda de animais, equitação, construi o restaurante com verba do Pronaf. Diversifiquei, mas não quero perder a rusticidade”, conta Nei que oferece também ecoterapia, uma terapia com cavalos destinada ao tratamento de pessoas com necessidades especiais. A parceria com hotéis e pousadas permite cavalgadas de longa distância com paradas agendadas, tanto para grupos experientes como para iniciantes. Nei tem investido em divulgação e parceria com outros que estão fazendo do turismo rural a sua principal atividade econômica. O Rancho São Nicolau fica em Águas de Lindóia e está cadastrado no site oficial da cidade. Os contatos também podem ser feitos pelo celular (19) 9798-4803.
Em Águas de Lindóia, Joel Raimundo de Souza, procurava apenas oferecer uma vida mais saudável à família e acabou encontrando no Sítio Monte Alegre todos os ingredientes de sucesso para o turismo rural. “O maior ingrediente sempre foi a disposição da família em colaborar”, conta Joel que tem dado depoimentos em diversos encontros sobre turismo rural. Além de Joel, seus pais, irmãos, mulher e filhos vivem da atividade e ainda oferecem emprego a 15 funcionários. No Sítio, várias opções foram surgindo como tirolesa, passeio a cavalo, trilhas, a Venda do Zé, com produtos típicos, e o restaurante que ocupa espaço cada vez maior e oferece variedade de produtos. Contatos sitiomontealegretur@hotmail.com ou no site oficial do município de Águas de Lindóia.
Receitas de sucesso não acontecem por acaso, são fruto de treinamento e capacitação para o planejamento e gerenciamento de uma propriedade rural. Estar por dentro da legislação e também das verbas públicas destinadas ao turismo rural é importantíssimo, referendam todos os entrevistados. Em breve a CATI estará lançando uma publicação sobre o tema, com teorias, formas de obtenção de crédito e relatos sobre a atividade. O autor, o eng. agr.Ricardo Moncorvo Tonet, tem visitado com freqüência essas e outras propriedades e está apto a colaborar com os interessados em turismo rural. O técnico atende na Casa da Agricultura de Amparo, pertencente à CATI Regional Bragança Paulista, e pode ser acionado pelo e.mail ca.amparo@cati.sp.gov.br ou pelo telefone (19) 3807-3690
Além desses fatores, ferramentas importantes para os interessados são as capacitações oferecidas nessa área, tanto pela CATI, como pelo Senar. “Todos os que ingressaram e estão tendo sucesso, passaram por capacitação para a gestão do agronegócio: receber visitantes; montar uma agroindústria artesanal, como queijarias, estar apto a oferecer pães, bolos, doces, geléias feitas na roça, com o sabor da culinária caipira, estão entre os cursos oferecidos.“É importante o produtor não perder o foco. Quem procura turismo rural quer vivenciar a vida no campo, experimentar seus sabores, ter uma atividade genuína como uma cavalgada, um leite ao pé da vaca, coisas do dia-a-dia de quem vive no campo. Conversar, contar “causos”, ter disposição para servir, estar atento à curiosidade daqueles que vivem realidades diferentes são dicas de sucesso, ensina o eng. agr. Ricardo Moncorvo, da Casa da Agricultura de Amparo, especialista nessa área.
Queijo e vinho: uma parceria que atrai turistas
Em Serra Negra o turismo rural está em ascensão e alguns proprietários começam a se associar para oferecer mais oportunidades a quem visita a região rural. É o caso da rota do queijo e vinho, onde os proprietários do Sítio Chapadão oferecem os mais variados tipos de queijo, desde os mais comuns, como frescal e minas padrão, aos finos ou diferenciados como o boursin, o trabalhoso parmesão que tem que ser virado e revirado até chegar ao ponto, ou com sabores inusitados como saint paulin com sabor whisky ou vinho. Logo adiante, no Sítio Bom Retiro, é hora de comprar vinhos e cachaças especiais. Em ambos os casos, há muita história para ouvir das famílias, Dini dos queijos, e Carra dos vinhos. Geralmente tudo começa de um dom que, explorado, torna-se uma alternativa de renda, reúne familiares em torno de uma causa comum e impulsiona o turismo rural.
Suely Aparecida Campos Dini conta como o sítio foi se tornando a principal fonte de renda da família. “As terras pertenciam ao meu sogro que plantou o primeiro cafezal há uns 50 anos, depois meu marido começou a atividade leiteira com quatro vacas e ordenha manual. Quando aposentei, resolvi fazer cursos de derivados do leite e a melhorar os queijos que já fazia, aumentou a clientela e trocamos a cidade pelo Sítio”, relata Suely. “Nos últimos 10 anos abrimos as porteiras e os grupos foram aumentando e nós aumentamos a oferta. Agora temos café da manhã e da tarde, recebemos grupos, estamos atentos à decoração e não deixamos de lado o investimento em novidades, estamos sempre aprendendo” contam a nora e o filho de Suely, Alexandra e José Antonio.
O neto, de 9 anos, Pedro Henrique já dá palpites na queijaria e “é bom de contas”, fala a mãe, Alexandra, que faz planos para a futura geração. As frentes são várias, o café não foi descuidado, tem certificação e ganhou recentemente o 1.º lugar no Concurso de Qualidade do Café de Serra Negra e o 3.º na Região. Com o prêmio a saca subiu de R$ 190,00 para R$ 400,00. Mais dinheiro para continuar investindo. No telhado da queijaria, como um cuidado na decoração, reina uma bruxinha apontando a direção do vento, bons ventos que estão trazendo renda e emprego. O contato e as reservas podem ser feitas pelo e.mail ascadi@bol.com.br telefones (19) 3892-1091 ou (19) 9171-1709.
A família Carra está na região há cinco gerações e quem procura vinho encontra da melhor qualidade, produzido com uvas vindas do rio Grande do Sul. “Cada geração tem seu lugar na adega rústica, construída em alvéolos de barro, uma curiosidade que se mistura a outros pertences da família, como máquinas de costura antigas, ferros de passar, fotos e brasões. No local é possível encontrar o vinho Porto Ânfora, uma tradição grega passada aos portugueses. O Porto Ânfora é feito com uvas desidratadas e fica enterrado em ânforas de barro por 12 meses, dando ao vinho um sabor especial.
A cachaça artesanal também tem muita procura
O Sítio Bom Retiro oferece também boas cachaças, premiadas como a feita na ocasião da inauguração do Memorial JK em Brasília. “Ganhamos em segundo lugar, entre as melhores cachaças do Brasil, as garrafas eram numeradas e, em leilão, chegaram a valer R$ 35 mil”, conta Clóvis Carra que mostra outras curiosidades como a cachaça azul, uma receita do tempo do Império, feita em homenagem a D. Pedro II e aos nobres de “sangue-azul”. A flor de laranjeira misturada à cachaça é que proporciona a coloração. A bebida deve ser servida bem gelada que é quando perde a acidez e intensifica o sabor. Ou, ainda, a Kachinello, uma receita indígena e que era oferecida antes das provas de resistência. Inicialmente feita com álcool de mandioca, no Sítio Bom Retiro ela é feita com álcool de cana, acrescido de caramelo, açúcar mascavo, licor de cacau e pó de guaraná. Segundo Clóvis Carra, “faz milagres”. O contato é sitiobomretiro@bol.com.br, telefone (19) 3892-3574.
Cavalgadas, tirolesa, trilhas: atividades que aumentam o apetite na roça
Na verdade quem procura turismo rural está sempre atrás de boas comidas, feitas em fogão a lenha. “É inevitável”, conta Claudinei Almeida, o Nei, “as cavalgadas promovidas pelo Rancho São Nicolau acabam ou começam sempre com um belo almoço servido aos domingos”. Nei é um domador de cavalos, quem se lembra do filme Encantador de Cavalos, estrelado por Robert Redford, sabe o que é a doma índia, um carinho que submete o animal e em menos de um mês um potro bravo atende todos os comandos. Nei demonstra e ensina esse e outros tipos de doma, um dos atrativos oferecidos no rancho.
“Sempre recebi visitantes à procura de maior contato com cavalos e com a vida no campo. Aí fui aumentando a oferta com compra e venda de animais, equitação, construi o restaurante com verba do Pronaf. Diversifiquei, mas não quero perder a rusticidade”, conta Nei que oferece também ecoterapia, uma terapia com cavalos destinada ao tratamento de pessoas com necessidades especiais. A parceria com hotéis e pousadas permite cavalgadas de longa distância com paradas agendadas, tanto para grupos experientes como para iniciantes. Nei tem investido em divulgação e parceria com outros que estão fazendo do turismo rural a sua principal atividade econômica. O Rancho São Nicolau fica em Águas de Lindóia e está cadastrado no site oficial da cidade. Os contatos também podem ser feitos pelo celular (19) 9798-4803.
Em Águas de Lindóia, Joel Raimundo de Souza, procurava apenas oferecer uma vida mais saudável à família e acabou encontrando no Sítio Monte Alegre todos os ingredientes de sucesso para o turismo rural. “O maior ingrediente sempre foi a disposição da família em colaborar”, conta Joel que tem dado depoimentos em diversos encontros sobre turismo rural. Além de Joel, seus pais, irmãos, mulher e filhos vivem da atividade e ainda oferecem emprego a 15 funcionários. No Sítio, várias opções foram surgindo como tirolesa, passeio a cavalo, trilhas, a Venda do Zé, com produtos típicos, e o restaurante que ocupa espaço cada vez maior e oferece variedade de produtos. Contatos sitiomontealegretur@hotmail.com ou no site oficial do município de Águas de Lindóia.
Receitas de sucesso não acontecem por acaso, são fruto de treinamento e capacitação para o planejamento e gerenciamento de uma propriedade rural. Estar por dentro da legislação e também das verbas públicas destinadas ao turismo rural é importantíssimo, referendam todos os entrevistados. Em breve a CATI estará lançando uma publicação sobre o tema, com teorias, formas de obtenção de crédito e relatos sobre a atividade. O autor, o eng. agr.Ricardo Moncorvo Tonet, tem visitado com freqüência essas e outras propriedades e está apto a colaborar com os interessados em turismo rural. O técnico atende na Casa da Agricultura de Amparo, pertencente à CATI Regional Bragança Paulista, e pode ser acionado pelo e.mail ca.amparo@cati.sp.gov.br ou pelo telefone (19) 3807-3690
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
Premiação do 4º Concurso da Cachaça durante o VIII BMCFB
O Brazilian Meeting on Chemistry of Food and Beverages (BMCFB) é um encontro bianual entre pesquisadores, profissionais das indústrias de alimentos e estudantes de pós-graduação e graduação do país, com o objetivo de promover a divulgação de estudos sobre Química de Alimentos e Bebidas, bem como incentivar a sua relação com as áreas afins de Biotecnologia e de Processos, aprofundando assim a interdisciplinaridade que lhes são tão fortemente características.
O BMCFB é um evento de abrangência internacional que acontece atualmente a cada dois anos, e tem como objetivo promover o desenvolvimento da Química de Alimentos e Bebidas.
Tabela de premiação do 4º Concurso da Cachaça realizado durante o VIII BMCFB (VI Brazilian Meeting on Chemistry of Food and Beverages) na cidade de São Carlos,SP.
Cachaças Envelhecidas | Premiação | Estado |
Porto Morretes 0078 | Ouro | Paraná |
Mazzaropi | Prata | São Paulo |
Tapinuã dos Reis | Prata | Rio de Janeiro |
Campanari | Prata | São Paulo |
Porto Morretes 1075 | Bronze | Paraná |
Barril 12 | Bronze | Goiás |
Engenho da Vertente | Bronze | São Paulo |
Aroma do Caraça | Bronze | Minas Gerais |
Rio do Engenho | Bronze | Bahia |
Cachaças Descansadas | Premiação | Estado |
Jacuhy | Ouro | Minas Gerais |
Embaúba | Prata | Minas Gerais |
Campanari | Prata | São Paulo |
Monte Alvão | Prata | Minas Gerais |
Beppe | Bronze | Minas Gerais |
Estilo Mineiro | Bronze | Minas Gerais |
Reserva do Capitão | Bronze | São Paulo |
Mato Dentro | Bronze | São Paulo |
Jacuba | Bronze | São Paulo |
sábado, 11 de dezembro de 2010
Sagatiba
Sagatiba. Antes de ser uma cachaça, é um case. Concebida pelo empresário Marcos de Moraes, que acabara de embolsar uma fortuna de nove dígitos num bem-sucedido negócio na área do ponto com, a cachaça Sagatiba escolheu lançamento tipo tapete vermelho sabem onde? No Principado de Mônaco. Bem a propósito de um produto de exportação que buscava, desde saída, cravar a imagem de luxuoso privilégio. Em maio de 2004, seguiu para o Principado o faustoso trem da alegria de celebridades brasileiras e a desocupada nobiliarquia monegasca serviu de anfitriã, com direito a escola de samba e desfile de mulatas sestrosas na rue Suffren-Reymond e no quai do Port Hercule.
De cara, o inebriado Moraes - dono de uma das mais caprichadas adegas de tintos do País - investiu 70 milhões de dólares em uma campanha publicitária pilotada pela badalada Saatchi&Saatchi, de Londres, e entre suas cartadas de marketing está aquele antológico momento em que cinco garrafas da Sagatiba - a versão envelhecida, não por acaso apelidada Preciosa, embalada em caixa de madeiras nobres brasileiras com design de Claudia Moreira Salles - foram disputar o martelo fino e chique daquela Christie's onde se leiloam quadros e peças milionárias. As garrafas - distribuídas em um lote de vinhos e licores finos - foram arrematadas por 400 euros, cada uma.
Em 2005, a partir de uma destilaria de Patos de Minas e a expertise de Gilles Merlet, mestre francês na alquimia do conhaque, Steve Luttmann, procedente da grife de luxo LVMH, e mais dois sócios do mercado financeiro decidiram aceitar o desafio de enfeitiçar o mercado americano com o que pretendiam que fosse o estado da arte da cachaçaria. Assim nasceu a Leblon, que só em 2007 ingressou - em doses diminutas - aqui no mercado local. Até então, a Leblon só circulava nas altas rodas dos Upper Seventies de Nova York ou nas pérgolas dos Hamptons.
Semelhante à experiência Sagatiba, a Maison Leblon - assim, com pedigree francês - pode dissimular um capricho pessoal, mas existe lógica nessa loucura, é o que o mercado internacional tem indicado (a cachaça já é, em consumo, o terceiro destilado do mundo, perdendo apenas para a vodca e o coreano shoju).
Tanto que as duas mais musculosas multinacionais das bebidas aguçaram o nariz em direção à aguardente brasileira e também lançaram suas marcas, de olho prioritariamente no mercado de exportação. Dificilmente alguém irá encontrar, mesmo em capitosos templos como o restaurante Mocotó, de São Paulo (leia na sequência), uma cachaça como a Janeiro, da Pernod Ricard, império etílico de origem francesa e proprietário de grifes como o Ballantine's, o Chivas Regal e o champanhe Perrier Jouët. Mais fácil achar a Janeiro na Nikki Beach, em pleno verão de Saint-Tropez.
A Diageo, a número 1 do mercado mundial (leia-se Johnnie Walker, Absolut, Cîroc, etc.), adquiriu há um ano, a antiga Maria Fulô, de Nova Friburgo, Estado do Rio, e acaba de promover o extasiado relançamento de uma linha for export em que pontifica, top dos tops, a Fulô Ipê, com aromas de sândalo e ameixa - obra assinada pelo mestre cachaceiro Vicente Ribeiro.
O refinamento ainda é, contudo, um nicho - tanto fora quanto dentro do Brasil. As mesmas cinco marcas de aguardentes industriais que abarcam, só elas, 60% do mercado interno de 1,4 bilhão de litros/ano são aquelas que também suprem, em maior volume, a caipirinha gringa de cada dia. Não há quem não seja capaz de enumerar: Ypióca (de Maranguape, Ceará), a paulista Pirassununga 51, Tatuzinho, Três Fazendas, Velho Barreiro (essas três do grupo IRB, com sede em Piracicaba e Rio Claro).
É só o começo. A exportação tem crescido até 20% ao ano (como aconteceu de 2007 para 2008), mas o resultado não é de fazer ninguém entrar em transe: pouco mais de 16 milhões de dólares pelos 11 milhões de litros vendidos. Em resumo, o Brasil não chega a exportar nem 1% das cachaças que produz.
Alemanha, Portugal e, acreditem, o Paraguai encabeçam o rol dos compradores. A sistemática irrupção das cachaças premium e superpremium é que pode, se não aumentar o volume, pelo menos agregar valor à exportação.
Preferência nacional, a cachaça - e que se pronuncie de boca cheia o nome original, autêntico, verdadeiro - ainda luta para deixar as páginas de um folclore debochado e autodepreciativo capaz de botar na mesma prateleira aquelas brincadeiras tão típicas do Nordeste - marcas como Amansa Sogra, Consolo de Corno e Segura no Pau (que o sommelier Leandro Batista da Silva tem na conta de "um líquido, nunca uma cachaça") - com finos, saborosos, complexos elixires como a Havana, relíquia curtida em bálsamo que ficou como souvenir do mestre dos mestres, Anísio Santiago. O patriarca de Salinas se foi, sete anos atrás, mas os puristas da purinha - em contraste com certos trastes industrializados - deviam cotidianamente brindar, nas novas gerações de mestres artesanais, o seu esfuziante legado.
De cara, o inebriado Moraes - dono de uma das mais caprichadas adegas de tintos do País - investiu 70 milhões de dólares em uma campanha publicitária pilotada pela badalada Saatchi&Saatchi, de Londres, e entre suas cartadas de marketing está aquele antológico momento em que cinco garrafas da Sagatiba - a versão envelhecida, não por acaso apelidada Preciosa, embalada em caixa de madeiras nobres brasileiras com design de Claudia Moreira Salles - foram disputar o martelo fino e chique daquela Christie's onde se leiloam quadros e peças milionárias. As garrafas - distribuídas em um lote de vinhos e licores finos - foram arrematadas por 400 euros, cada uma.
Em 2005, a partir de uma destilaria de Patos de Minas e a expertise de Gilles Merlet, mestre francês na alquimia do conhaque, Steve Luttmann, procedente da grife de luxo LVMH, e mais dois sócios do mercado financeiro decidiram aceitar o desafio de enfeitiçar o mercado americano com o que pretendiam que fosse o estado da arte da cachaçaria. Assim nasceu a Leblon, que só em 2007 ingressou - em doses diminutas - aqui no mercado local. Até então, a Leblon só circulava nas altas rodas dos Upper Seventies de Nova York ou nas pérgolas dos Hamptons.
Semelhante à experiência Sagatiba, a Maison Leblon - assim, com pedigree francês - pode dissimular um capricho pessoal, mas existe lógica nessa loucura, é o que o mercado internacional tem indicado (a cachaça já é, em consumo, o terceiro destilado do mundo, perdendo apenas para a vodca e o coreano shoju).
Tanto que as duas mais musculosas multinacionais das bebidas aguçaram o nariz em direção à aguardente brasileira e também lançaram suas marcas, de olho prioritariamente no mercado de exportação. Dificilmente alguém irá encontrar, mesmo em capitosos templos como o restaurante Mocotó, de São Paulo (leia na sequência), uma cachaça como a Janeiro, da Pernod Ricard, império etílico de origem francesa e proprietário de grifes como o Ballantine's, o Chivas Regal e o champanhe Perrier Jouët. Mais fácil achar a Janeiro na Nikki Beach, em pleno verão de Saint-Tropez.
A Diageo, a número 1 do mercado mundial (leia-se Johnnie Walker, Absolut, Cîroc, etc.), adquiriu há um ano, a antiga Maria Fulô, de Nova Friburgo, Estado do Rio, e acaba de promover o extasiado relançamento de uma linha for export em que pontifica, top dos tops, a Fulô Ipê, com aromas de sândalo e ameixa - obra assinada pelo mestre cachaceiro Vicente Ribeiro.
O refinamento ainda é, contudo, um nicho - tanto fora quanto dentro do Brasil. As mesmas cinco marcas de aguardentes industriais que abarcam, só elas, 60% do mercado interno de 1,4 bilhão de litros/ano são aquelas que também suprem, em maior volume, a caipirinha gringa de cada dia. Não há quem não seja capaz de enumerar: Ypióca (de Maranguape, Ceará), a paulista Pirassununga 51, Tatuzinho, Três Fazendas, Velho Barreiro (essas três do grupo IRB, com sede em Piracicaba e Rio Claro).
É só o começo. A exportação tem crescido até 20% ao ano (como aconteceu de 2007 para 2008), mas o resultado não é de fazer ninguém entrar em transe: pouco mais de 16 milhões de dólares pelos 11 milhões de litros vendidos. Em resumo, o Brasil não chega a exportar nem 1% das cachaças que produz.
Alemanha, Portugal e, acreditem, o Paraguai encabeçam o rol dos compradores. A sistemática irrupção das cachaças premium e superpremium é que pode, se não aumentar o volume, pelo menos agregar valor à exportação.
Preferência nacional, a cachaça - e que se pronuncie de boca cheia o nome original, autêntico, verdadeiro - ainda luta para deixar as páginas de um folclore debochado e autodepreciativo capaz de botar na mesma prateleira aquelas brincadeiras tão típicas do Nordeste - marcas como Amansa Sogra, Consolo de Corno e Segura no Pau (que o sommelier Leandro Batista da Silva tem na conta de "um líquido, nunca uma cachaça") - com finos, saborosos, complexos elixires como a Havana, relíquia curtida em bálsamo que ficou como souvenir do mestre dos mestres, Anísio Santiago. O patriarca de Salinas se foi, sete anos atrás, mas os puristas da purinha - em contraste com certos trastes industrializados - deviam cotidianamente brindar, nas novas gerações de mestres artesanais, o seu esfuziante legado.
quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
Breve retrospectiva do rum cubano
Rum e Piratas
Quando se fala em rum, logo vem à lembrança o verão, um bom charuto, saborosos coquetéis, os piratas, o charme das ilhas do Caribe... Enfim, como muitas outras, o rum é uma bebida secular e que até hoje é sucesso entre os especialistas. Produzido inicialmente em Cuba, no século 16, o rum possui características refinadas e aroma suave, por isso era chamado de "vinho de açúcar". Destilado de canas frescas trituradas ou de seu melaço, ficou muito conhecido a partir do século 17, sendo considerado uma bebida medicinal capaz de curar doenças e expulsar os "demônios" do corpo. Sua história conta ainda que sua alta graduação alcoólica (de 40 a 75 graus) servia para acalmar os ânimos e encorajar os piratas do século 19, na hora dos combates, além de servir como moeda para a troca de escravos. Fermentado de duas maneiras diferentes (agrícola e industrial), o rum é transparente e cristalino ao sair do alambique. A cor dourada, encontrada em alguns tipos da bebida, é resultado do envelhecimento em tonéis de carvalho, ou, na maioria dos casos, pela adição de corantes de caramelo. Os envelhecidos, como o añejo cubano, que repousa por sete anos e tem buquê digno dos melhores conhaques, não deve ser usado em coquetéis. Os mais exigentes, inclusive, recusam-se a bebê-lo com gelo. Mas o rum é ingrediente principal em drinques que são consumidos há muito tempo em todo o mundo, como Daiquiri, Cuba Libre e Mojito.
A História do rum cubano
A história do rum cubano é tão antiga como a própria colonização, pois é um produto extraído da cana-de-açúcar que o Almirante trouxe à Ilha em sua segunda viagem a este Continente. O que acontece é conhecido; as raízes da cana, procedente das Ilhas Canárias, se enraizaram na virgem e fértil terra cubana, onde encontrou um microclima ideal para crescer principalmente ao redor das aldeias aborígenes e dos rebanhos.
Existem muitas versões sobre as origens do rum, como a que desde 1650 nesta área do Caribe existiria um rum fabricado pelos piratas e corsários que navegavam pela zona ao qual denominaram “rumbillion”
Em Cuba, ao contrario, conta-se que com o extermínio de seus primeiros habitantes, no século 16, e com a chegada dos escravos negros arrancados de suas terras, a história continuou.
Diz-se que os escravos costumavam tomar o que chamaram “garapo”, obtido da fermentação da mandioca e o milho. Depois, passaram a extrair o suco da cana-de-açúcar, que uma vez fermentado, dava origem a um licor forte. Obtinha-se o liquido através de aparatos rudimentares. Mais tarde utilizou-se o trapiche em engenhos e usinas; a garapa se transformou em alcoóis e deles surgiu a aguardente.
Apetecido por sua transparência e cheiro agradável, destilação a destilação veio a surgir o rum. Mas, somente no século 19 se tornou uma bebida de qualidade e açeitação.
Surgem então no país diversas destilarias e marcas. Construíram-se destilarias em Cárdenas, Santiago de Cuba, Cienfuegos e Havana. Várias marcas se impuseram no mundo, entre as quais, as chamadas Matusalén, Jiquí, Bocoy, Campeón, Obispo, San Carlos, Albueme, Castillo, Bacardí e Havana Club.
A Bacardí se estabeleceu como a melhor e maior exportadora, durante quase todo o século 19 e parte do 20. Uma das principais leis do governo revolucionário que triunfou em 1959, foi a nacionalização das grandes empresas privadas. Os donos da Bacardí emigraram e, apesar de levarem a marca, não conseguiram levar nem obter no exterior, o bom sabor do rum cubano, “que ficou em nosso solo, nos canaviais, com o vento, o sol, os méis finais, o álcool, os barris e a herança do processo tecnológico”, no dizer de um reconhecido escritor desta nação do Caribe.
Desde então, se reorganizou e ampliou a indústria do rum cubano; surgiu de novo a antiga marca “Havana Club” – fundada em Cárdenas em 1878 – dedicada à exportação e cujo emblema é a Giraldilla, uma estatueta que simboliza a cidade de Havana.
A partir de 1993, esta marca se apresenta com a firma franco-cubana Havana Club International S.A. – a empresa francesa Pernod-Ricard se encarrega da distribuição mundial – e produz os Añejos Blancos; Tres Años Especial; Reserva sete anos e Quinze Anos, alem das mais recentes Cuban Barrel Proof e o Extra Añejo Máximo, todos de grande aceitação nacional e internacional.
Durante muito tempo, o Havana Club era único no mercado mundial. Atualmente, outras marcas cubanas não menos importantes têm conseguido afirmar-se internacionalmente; entre as quais: Mulata, Caney, Arecha, Legendário, Varadero, Santero e Caney. (Lucia Arboláez)
Quando se fala em rum, logo vem à lembrança o verão, um bom charuto, saborosos coquetéis, os piratas, o charme das ilhas do Caribe... Enfim, como muitas outras, o rum é uma bebida secular e que até hoje é sucesso entre os especialistas. Produzido inicialmente em Cuba, no século 16, o rum possui características refinadas e aroma suave, por isso era chamado de "vinho de açúcar". Destilado de canas frescas trituradas ou de seu melaço, ficou muito conhecido a partir do século 17, sendo considerado uma bebida medicinal capaz de curar doenças e expulsar os "demônios" do corpo. Sua história conta ainda que sua alta graduação alcoólica (de 40 a 75 graus) servia para acalmar os ânimos e encorajar os piratas do século 19, na hora dos combates, além de servir como moeda para a troca de escravos. Fermentado de duas maneiras diferentes (agrícola e industrial), o rum é transparente e cristalino ao sair do alambique. A cor dourada, encontrada em alguns tipos da bebida, é resultado do envelhecimento em tonéis de carvalho, ou, na maioria dos casos, pela adição de corantes de caramelo. Os envelhecidos, como o añejo cubano, que repousa por sete anos e tem buquê digno dos melhores conhaques, não deve ser usado em coquetéis. Os mais exigentes, inclusive, recusam-se a bebê-lo com gelo. Mas o rum é ingrediente principal em drinques que são consumidos há muito tempo em todo o mundo, como Daiquiri, Cuba Libre e Mojito.
A História do rum cubano
A história do rum cubano é tão antiga como a própria colonização, pois é um produto extraído da cana-de-açúcar que o Almirante trouxe à Ilha em sua segunda viagem a este Continente. O que acontece é conhecido; as raízes da cana, procedente das Ilhas Canárias, se enraizaram na virgem e fértil terra cubana, onde encontrou um microclima ideal para crescer principalmente ao redor das aldeias aborígenes e dos rebanhos.
Existem muitas versões sobre as origens do rum, como a que desde 1650 nesta área do Caribe existiria um rum fabricado pelos piratas e corsários que navegavam pela zona ao qual denominaram “rumbillion”
Em Cuba, ao contrario, conta-se que com o extermínio de seus primeiros habitantes, no século 16, e com a chegada dos escravos negros arrancados de suas terras, a história continuou.
Diz-se que os escravos costumavam tomar o que chamaram “garapo”, obtido da fermentação da mandioca e o milho. Depois, passaram a extrair o suco da cana-de-açúcar, que uma vez fermentado, dava origem a um licor forte. Obtinha-se o liquido através de aparatos rudimentares. Mais tarde utilizou-se o trapiche em engenhos e usinas; a garapa se transformou em alcoóis e deles surgiu a aguardente.
Apetecido por sua transparência e cheiro agradável, destilação a destilação veio a surgir o rum. Mas, somente no século 19 se tornou uma bebida de qualidade e açeitação.
Surgem então no país diversas destilarias e marcas. Construíram-se destilarias em Cárdenas, Santiago de Cuba, Cienfuegos e Havana. Várias marcas se impuseram no mundo, entre as quais, as chamadas Matusalén, Jiquí, Bocoy, Campeón, Obispo, San Carlos, Albueme, Castillo, Bacardí e Havana Club.
A Bacardí se estabeleceu como a melhor e maior exportadora, durante quase todo o século 19 e parte do 20. Uma das principais leis do governo revolucionário que triunfou em 1959, foi a nacionalização das grandes empresas privadas. Os donos da Bacardí emigraram e, apesar de levarem a marca, não conseguiram levar nem obter no exterior, o bom sabor do rum cubano, “que ficou em nosso solo, nos canaviais, com o vento, o sol, os méis finais, o álcool, os barris e a herança do processo tecnológico”, no dizer de um reconhecido escritor desta nação do Caribe.
Desde então, se reorganizou e ampliou a indústria do rum cubano; surgiu de novo a antiga marca “Havana Club” – fundada em Cárdenas em 1878 – dedicada à exportação e cujo emblema é a Giraldilla, uma estatueta que simboliza a cidade de Havana.
A partir de 1993, esta marca se apresenta com a firma franco-cubana Havana Club International S.A. – a empresa francesa Pernod-Ricard se encarrega da distribuição mundial – e produz os Añejos Blancos; Tres Años Especial; Reserva sete anos e Quinze Anos, alem das mais recentes Cuban Barrel Proof e o Extra Añejo Máximo, todos de grande aceitação nacional e internacional.
Durante muito tempo, o Havana Club era único no mercado mundial. Atualmente, outras marcas cubanas não menos importantes têm conseguido afirmar-se internacionalmente; entre as quais: Mulata, Caney, Arecha, Legendário, Varadero, Santero e Caney. (Lucia Arboláez)
APROCAMAS - Associação dos Produtores e Cachaça de Monte Alegre do Sul e Região
As cachaças premiadas Já famosas pelo turismo oferecido, o Circuito das Águas Paulistas une os passeios já consagrados, como os de aventura, compras, histórico e de águas para dar espaço para os tradicionais alambiques da região.
Da orgânica à tradicional, as premiadas cachaças do Circuito despertam a atenção dos visitantes e ganham roteiro próprio. A região detém duas das três melhores cachaças do Estado, segundo os Concursos Paulistas de Cachaça de Alambique, que já tiveram mais de 150 participantes.
Primeira colocada no concurso em 2010, premiada na categoria cachaça não envelhecida, a cachaça Campanari, em Monte Alegre do Sul, se destaca no Circuito. Em Monte Alegre do Sul outras cachaças, como a Cachaça Adega do Italiano, Cachaça Chora Menina, Cachaça da Torre e a Cachaça Nono Rouxinoli também ganham cada vez mais expressão no mercado.
CACHAÇAS DE MONTE ALEGRE DO SUL E REGIÃO
A tradição de fabricar a famosa "marvada" vem dos italianos que povoaram a região no fim do século 19. Acostumados a destilar a casca da uva para fazer grapa, logo passaram a usar cana-de-açúcar na produção de bebidas.
Hoje, cerca de 50 pequenas propriedades rurais fabricam a pinga, algumas das quais apenas para consumo próprio. Os principais alambiques que vendem a bebida o ano inteiro são Neno Campanari (acesso pela estr. para o bairro da Barra, a Adega Nono Rouxinolli (Sítio Sta. Tereza, bairro do Falcão. Se a ideia é apenas comprar, pode ser mais fácil visitar a loja da APROCAMAS, associação dos produtores local (r. Cel. Luiz
Leite, 4, tel. 3899-2744, 6ª/dom 10h/12h, 13h/18h), que vende os produtos de 7 dos melhores alambiques.
A APROCAMAS
O pólo da cachaça de alambique do Circuíto das Águas Paulista constitui o maior aglomerado de produtores da bebida no Estado de São Paulo com uma centena de alambiques instalados nos municípios de Águas de Lindóia, Amparo, Jaguariúna, Lindóia, Monte Alegre do Sul, Pedreira, Serra Negra e Socorro. Monte Alegre do Sul é considerada a capital da cachaça de alambique no Estado. A aproximação dos produtores da região, acabou resultando na criação da Aprocamas, a entidade que congrega proprietários de alambiques
de Monte Alegre do Sul e da região do Circuito das Águas Paulista.
Desde a criação da Aprocamas já é possível observar a melhor organização administrativa e financeira dos alambiques; a padronização de suas garrafas com rótulos e a redução de custos em especial com a compra de insumos em grupo, além da ativa e constante participação em eventos como feiras e concursos de qualidade. Com tudo isso, o produto dos associados já ganhou em qualidade e popularidade. A Cachaça
de Monte Alegre do Sul, tornou-se conhecida no País e as cachaças de alambique da região conquistam importantes títulos em Concursos de Avaliação de Qualidade.
CACHAÇA ADEGA DO ITALIANO
Adega do Italiano O bom papo de José Narciso Salzani, de 51 anos, é um dos ingredientes que tornaram a Adega do Italiano, na Pousada da Fazenda, o alambique mais conhecido de Monte Alegre do Sul. O fato de
ser o mais próximo do centro da cidade - consequentemente, fácil de achar também ajuda. Mas a qualidade da cachaça tem papel fundamental na boa fama. No alambique rústico, adega de pedra construída pelo próprio Salzani, há 27 anos, e pitorescos bancos de toras, ideais para um dedo de prosa durante a degustação.
Além de boa cachaça, que já ganhou prêmios no Concurso Paulista de Cachaça Artesanal, há vinho, licores e jurupinga (mistura de vinho e cachaça.A receita do vinho é tradição herdada do avô napolitano. Já a da
pinga foi descoberta com a crise do café. O Circuito das Águas Paulista detém duas das três melhores cachaças do Estado de São Paulo, segundo o Concurso Paulista de Cachaça de Alambique, com mais de 150 cachaças participantes. Segunda colocada no concurso, premiada na categoria cachaça não envelhecida, a cachaça da Adega do Italiano, em Monte Alegre do Sul, se destaca no circuito.
CACHAÇA CHORA MENINA
Produzida no Pé da Serra da Mantiqueira, na cidade de Monte Alegre do Sul, desde 1956 e inicialmente produzida por Primo António Borin, cuja propriedade era movida à sistemas de turbinas para geração de energia e em seguida passando para a roda d' água. O Processo de fabricação da cachaça era feito manualmente desde o corte e transporte da cana até a destilação artesanal em alambique de cobre e que até os dias de hoje, é feita da mesma maneira nas mãos de Nelson Constantino Borin que mantém a qualidade e a tradição da família Borin na fabricação da cachaça artesanal.
Para quem acha que alambique tem de ter roda d’água, máquinas de cobre e história, o Chora Menina preenche todos os requisitos. Administrado por Rodrigo Borin, o lugar foi fundado por seu avô, em 1956, e ganhou esse nome porque, na época, eram as três filhas que pegavam no pesado para ajudar o patriarca italiano. Em homenagem ao esforço delas, o nome e a holografia de uma camponesa com fardos de cana estampa garrafas de cachaça, licor e vinho. O atual administrador aprendeu a fabricar cachaça aos 10 anos, para ajudar o pai. Produz, hoje, 7 mil litros por ano da bebida que, em 2004, ficou entre as 10 melhores no Concurso Paulista de Cachaça Artesanal. As vendas acontecem na sede da associação no centro de Monte Alegre e no próprio sítio, para os turistas que visitam o alambique e querem conhecer como se faz uma pinga artesanal.
CACHAÇA NENO CAMPANARI
O alambique de Neno Campanari fica numa estrada de terra no bairro da Barra, um pouco antes da entrada principal da cidade. Ele representa a terceira geração da família na produção de cachaça. Tudo começou em 1932 com o avô Luigi Campanari. Ele era italiano e trouxe da Europa o conhecimento do processo de produção de vinho e grapa, a bebida destilada da uva. Na época a moagem da cana era feita através de um moinho d’água e o transporte era feito em lombo de burro.
Hoje muita coisa mudou, com o surgimento de novos materiais e tecnologia, mas a base da produção continua a mesma, totalmente com produtos naturais. A tradição familiar continuou com o pai de Neno, Adolfo Campanari. Neno Campanari é o responsável por todos os processos na produção, desde o plantio da cana, a limpeza, a moagem, a fermentação, a fervura, a destilação, o armazenamento em tonéis e o engarrafamento. Campanari cultiva dois alqueires de cana e diz que as cachaças têm um sabor próprio da região, porque são feitas com variedades locais, como a cana roxinha e a cana branca. Para ele, o grande segredo para uma boa cachaça é a dedicação. “Tem que gostar do que faz. São muitos detalhes, que começam com a limpeza manual da cada cana, porque as impurezas influem na fermentação e no sabor final da bebida”.
A sua produção diária é uma média de 35 litros, totalizando cerca de mil litros por mês. As vendas acontecem na sede da associação no centro de Monte Alegre e no próprio sítio, para os turistas que visitam o alambique e querem conhecer como se faz uma pinga artesanal. Premiada nos últimos concursos nacionais
de cachaça promovidos pela Universidade de São Paulo (o Concurso de Qualidade da Cachaça, dentro do evento Brazilian Meeting on Chemistry of Food and Beverages), a pinga artesanal é uma das mais antigas de Monte Alegre do Sul. Produzida desde 1932 pelo avô de Neno, o italiano Luigi Campanari, a receita acabou sendo repassada para vários descendentes, que montaram outros alambiques na região. As fotos dessa saga familiar estão na simpática lojinha, que expõe barris de carvalho.
CACHAÇA NONO ROUXINOLLI
Nono Rouxinolli iniciou a fabricação de cachaça há mais de 20 anos. Seu filho, Jorge começou seguindo os passos do pai, em no Sítio Santa Tereza com construções de pedra da época da imigração italiana e hoje produz uma saborosa cachaça artesanal.
Há mais de um ano o roteiro do Circuito das Águas Paulista foi oficializado em um consórcio intermunicipal que une oito cidades do interior de São Paulo, em plena Serra da Mantiqueira. Já famosas pelo turismo oferecido, essas oito cidades - Águas de Lindóia, Amparo, Jaguariúna, Lindóia, Monte Alegre do Sul, Pedreira, Serra Negra e Socorro - ganham ainda mais destaque nessa parceria que rende cada dia mais sucesso.
Os passeios já consagrados, como os de aventura, compras, histórico e de águas, agora dão espaço para os tradicionais alambiques. Da orgânica a tradicional, as premiadas cachaças do Circuito das Águas Paulista despertam a atenção dos visitantes e ganham roteiro próprio. O Circuito das Águas Paulista detém duas das três melhores cachaça do Estado, segundo o Concurso Paulista de Cachaça de Alambique, que tem mais de 150 cachaças participantes. Em Monte Alegre do Sul outras cachaças, como a Cachaça Rouxinolli também ganham cada vez mais expressão no mercado.
CACHAÇA DA TORRE
Produzida com cana orgânica da propriedade e depois moída, fermentada e destilada. Armazenada em tonéis de carvalho de 200 litros, onde permanece por 18 meses até sua comercialização. 2º lugar no 3º Concurso de avaliação da qualidade da cachaça durante o VII Brasilian Meeting on Chemistry of Food and Beverages 2008 na Escola de Engenharia de Lorena (EELUSP), na categoria de cachaça envelhecida
CACHAÇA OBIRICI
Para a maior divulgação da APROCAMAS foi criada a Cachaça Obirici, um “blend” como o whisky, com a mistura das cachaças dos melhores alambiques associados da Aprocamas. Obirici é o nome de uma índia que está desenhada nos azulejos de uma fonte de água mineral da cidade. Segundo a lenda do Sul do Brasil, Obirici e sua amiga Iurá se apaixonaram pelo mesmo homem. O cacique Arakém ficou divido entre o amor das duas mulheres. Pare ver quem se casaria com o chefe, foi feita uma prova de arco e flecha. Obirici perdeu e suas lágrimas se transformaram em águas puras e transparentes.
Da orgânica à tradicional, as premiadas cachaças do Circuito despertam a atenção dos visitantes e ganham roteiro próprio. A região detém duas das três melhores cachaças do Estado, segundo os Concursos Paulistas de Cachaça de Alambique, que já tiveram mais de 150 participantes.
Primeira colocada no concurso em 2010, premiada na categoria cachaça não envelhecida, a cachaça Campanari, em Monte Alegre do Sul, se destaca no Circuito. Em Monte Alegre do Sul outras cachaças, como a Cachaça Adega do Italiano, Cachaça Chora Menina, Cachaça da Torre e a Cachaça Nono Rouxinoli também ganham cada vez mais expressão no mercado.
CACHAÇAS DE MONTE ALEGRE DO SUL E REGIÃO
A tradição de fabricar a famosa "marvada" vem dos italianos que povoaram a região no fim do século 19. Acostumados a destilar a casca da uva para fazer grapa, logo passaram a usar cana-de-açúcar na produção de bebidas.
Hoje, cerca de 50 pequenas propriedades rurais fabricam a pinga, algumas das quais apenas para consumo próprio. Os principais alambiques que vendem a bebida o ano inteiro são Neno Campanari (acesso pela estr. para o bairro da Barra, a Adega Nono Rouxinolli (Sítio Sta. Tereza, bairro do Falcão. Se a ideia é apenas comprar, pode ser mais fácil visitar a loja da APROCAMAS, associação dos produtores local (r. Cel. Luiz
Leite, 4, tel. 3899-2744, 6ª/dom 10h/12h, 13h/18h), que vende os produtos de 7 dos melhores alambiques.
A APROCAMAS
O pólo da cachaça de alambique do Circuíto das Águas Paulista constitui o maior aglomerado de produtores da bebida no Estado de São Paulo com uma centena de alambiques instalados nos municípios de Águas de Lindóia, Amparo, Jaguariúna, Lindóia, Monte Alegre do Sul, Pedreira, Serra Negra e Socorro. Monte Alegre do Sul é considerada a capital da cachaça de alambique no Estado. A aproximação dos produtores da região, acabou resultando na criação da Aprocamas, a entidade que congrega proprietários de alambiques
de Monte Alegre do Sul e da região do Circuito das Águas Paulista.
Desde a criação da Aprocamas já é possível observar a melhor organização administrativa e financeira dos alambiques; a padronização de suas garrafas com rótulos e a redução de custos em especial com a compra de insumos em grupo, além da ativa e constante participação em eventos como feiras e concursos de qualidade. Com tudo isso, o produto dos associados já ganhou em qualidade e popularidade. A Cachaça
de Monte Alegre do Sul, tornou-se conhecida no País e as cachaças de alambique da região conquistam importantes títulos em Concursos de Avaliação de Qualidade.
CACHAÇA ADEGA DO ITALIANO
Adega do Italiano O bom papo de José Narciso Salzani, de 51 anos, é um dos ingredientes que tornaram a Adega do Italiano, na Pousada da Fazenda, o alambique mais conhecido de Monte Alegre do Sul. O fato de
ser o mais próximo do centro da cidade - consequentemente, fácil de achar também ajuda. Mas a qualidade da cachaça tem papel fundamental na boa fama. No alambique rústico, adega de pedra construída pelo próprio Salzani, há 27 anos, e pitorescos bancos de toras, ideais para um dedo de prosa durante a degustação.
Além de boa cachaça, que já ganhou prêmios no Concurso Paulista de Cachaça Artesanal, há vinho, licores e jurupinga (mistura de vinho e cachaça.A receita do vinho é tradição herdada do avô napolitano. Já a da
pinga foi descoberta com a crise do café. O Circuito das Águas Paulista detém duas das três melhores cachaças do Estado de São Paulo, segundo o Concurso Paulista de Cachaça de Alambique, com mais de 150 cachaças participantes. Segunda colocada no concurso, premiada na categoria cachaça não envelhecida, a cachaça da Adega do Italiano, em Monte Alegre do Sul, se destaca no circuito.
CACHAÇA CHORA MENINA
Produzida no Pé da Serra da Mantiqueira, na cidade de Monte Alegre do Sul, desde 1956 e inicialmente produzida por Primo António Borin, cuja propriedade era movida à sistemas de turbinas para geração de energia e em seguida passando para a roda d' água. O Processo de fabricação da cachaça era feito manualmente desde o corte e transporte da cana até a destilação artesanal em alambique de cobre e que até os dias de hoje, é feita da mesma maneira nas mãos de Nelson Constantino Borin que mantém a qualidade e a tradição da família Borin na fabricação da cachaça artesanal.
Para quem acha que alambique tem de ter roda d’água, máquinas de cobre e história, o Chora Menina preenche todos os requisitos. Administrado por Rodrigo Borin, o lugar foi fundado por seu avô, em 1956, e ganhou esse nome porque, na época, eram as três filhas que pegavam no pesado para ajudar o patriarca italiano. Em homenagem ao esforço delas, o nome e a holografia de uma camponesa com fardos de cana estampa garrafas de cachaça, licor e vinho. O atual administrador aprendeu a fabricar cachaça aos 10 anos, para ajudar o pai. Produz, hoje, 7 mil litros por ano da bebida que, em 2004, ficou entre as 10 melhores no Concurso Paulista de Cachaça Artesanal. As vendas acontecem na sede da associação no centro de Monte Alegre e no próprio sítio, para os turistas que visitam o alambique e querem conhecer como se faz uma pinga artesanal.
CACHAÇA NENO CAMPANARI
O alambique de Neno Campanari fica numa estrada de terra no bairro da Barra, um pouco antes da entrada principal da cidade. Ele representa a terceira geração da família na produção de cachaça. Tudo começou em 1932 com o avô Luigi Campanari. Ele era italiano e trouxe da Europa o conhecimento do processo de produção de vinho e grapa, a bebida destilada da uva. Na época a moagem da cana era feita através de um moinho d’água e o transporte era feito em lombo de burro.
Hoje muita coisa mudou, com o surgimento de novos materiais e tecnologia, mas a base da produção continua a mesma, totalmente com produtos naturais. A tradição familiar continuou com o pai de Neno, Adolfo Campanari. Neno Campanari é o responsável por todos os processos na produção, desde o plantio da cana, a limpeza, a moagem, a fermentação, a fervura, a destilação, o armazenamento em tonéis e o engarrafamento. Campanari cultiva dois alqueires de cana e diz que as cachaças têm um sabor próprio da região, porque são feitas com variedades locais, como a cana roxinha e a cana branca. Para ele, o grande segredo para uma boa cachaça é a dedicação. “Tem que gostar do que faz. São muitos detalhes, que começam com a limpeza manual da cada cana, porque as impurezas influem na fermentação e no sabor final da bebida”.
A sua produção diária é uma média de 35 litros, totalizando cerca de mil litros por mês. As vendas acontecem na sede da associação no centro de Monte Alegre e no próprio sítio, para os turistas que visitam o alambique e querem conhecer como se faz uma pinga artesanal. Premiada nos últimos concursos nacionais
de cachaça promovidos pela Universidade de São Paulo (o Concurso de Qualidade da Cachaça, dentro do evento Brazilian Meeting on Chemistry of Food and Beverages), a pinga artesanal é uma das mais antigas de Monte Alegre do Sul. Produzida desde 1932 pelo avô de Neno, o italiano Luigi Campanari, a receita acabou sendo repassada para vários descendentes, que montaram outros alambiques na região. As fotos dessa saga familiar estão na simpática lojinha, que expõe barris de carvalho.
CACHAÇA NONO ROUXINOLLI
Nono Rouxinolli iniciou a fabricação de cachaça há mais de 20 anos. Seu filho, Jorge começou seguindo os passos do pai, em no Sítio Santa Tereza com construções de pedra da época da imigração italiana e hoje produz uma saborosa cachaça artesanal.
Há mais de um ano o roteiro do Circuito das Águas Paulista foi oficializado em um consórcio intermunicipal que une oito cidades do interior de São Paulo, em plena Serra da Mantiqueira. Já famosas pelo turismo oferecido, essas oito cidades - Águas de Lindóia, Amparo, Jaguariúna, Lindóia, Monte Alegre do Sul, Pedreira, Serra Negra e Socorro - ganham ainda mais destaque nessa parceria que rende cada dia mais sucesso.
Os passeios já consagrados, como os de aventura, compras, histórico e de águas, agora dão espaço para os tradicionais alambiques. Da orgânica a tradicional, as premiadas cachaças do Circuito das Águas Paulista despertam a atenção dos visitantes e ganham roteiro próprio. O Circuito das Águas Paulista detém duas das três melhores cachaça do Estado, segundo o Concurso Paulista de Cachaça de Alambique, que tem mais de 150 cachaças participantes. Em Monte Alegre do Sul outras cachaças, como a Cachaça Rouxinolli também ganham cada vez mais expressão no mercado.
CACHAÇA DA TORRE
Produzida com cana orgânica da propriedade e depois moída, fermentada e destilada. Armazenada em tonéis de carvalho de 200 litros, onde permanece por 18 meses até sua comercialização. 2º lugar no 3º Concurso de avaliação da qualidade da cachaça durante o VII Brasilian Meeting on Chemistry of Food and Beverages 2008 na Escola de Engenharia de Lorena (EELUSP), na categoria de cachaça envelhecida
CACHAÇA OBIRICI
Para a maior divulgação da APROCAMAS foi criada a Cachaça Obirici, um “blend” como o whisky, com a mistura das cachaças dos melhores alambiques associados da Aprocamas. Obirici é o nome de uma índia que está desenhada nos azulejos de uma fonte de água mineral da cidade. Segundo a lenda do Sul do Brasil, Obirici e sua amiga Iurá se apaixonaram pelo mesmo homem. O cacique Arakém ficou divido entre o amor das duas mulheres. Pare ver quem se casaria com o chefe, foi feita uma prova de arco e flecha. Obirici perdeu e suas lágrimas se transformaram em águas puras e transparentes.
domingo, 5 de dezembro de 2010
CACHAÇA - CANA TIPO EXPORTAÇÃO
Produtores de cachaça buscam certificados do Ministério da Agricultura e tentam melhorar a qualidade do produto pelo fato da bebida atingir um público cada vez maior e da exportação ser crescente a cada ano. Típica do brasileiro, a cachaça é a bebida destilada mais produzida e consumida no País, apesar dos números serem imprecisos já que muitos alambiques não são registrados, mas estima-se que existam mais de 40 mil produtores no Brasil. A produção anual chega à cerca de 1,2 bilhão de litros, o que representa 90% da produção nacional de bebidas alcoólicas, excluindo a cerveja.Cerca de 99% dos produtores são micro ou pequenos, e detêm cerca de 4 mil marcas de cachaças. Apesar disso, 85% da cachaça produzida é industrializada e apenas 15% vem dos pequenos e micro produtores.
Algumas indústrias apareceram no mercado interno nos últimos anos, mas a preferência do público é pela cachaça de alambique, produzida em pequenas propriedades rurais. “Nos últimos anos, o aumento do consumo dessas cachaças diferenciadas é de 10 a 15% ao ano”, afirma César Rosa, presidente da diretoria executiva do Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac).
Popularmente o estado de Minas Gerais é o mais conhecido por produzir boas aguardentes, mas há quem garanta que é questão de fama. “Realmente existem ótimas cachaças em Minas, mas São Paulo também tem, assim como Pernambuco e Bahia”, explica Ana Lúcia Santiago, coordenadora de projetos com derivados da cana-de-açúcar do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo (Sebrae-SP). “Inclusive o Rio Grande do Sul trabalha para fazer da cachaça a mesma coisa que fez com o vinho. São Paulo é um estado que tem uma tecnologia de produção muito boa entre os pequenos produtores”.
Como muitos produtores não têm o registro no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), os números oficiais não contabilizam a real produção nacional da bebida.
Os motivos que levam os produtores a não se certificarem são inúmeros, mas o principal é por não ter necessidade, já que vendem para conhecidos da região em que produzem. “Mas é muito bom quando a gente vê o nosso produto em uma prateleira de supermercado. É gratificante para gente que trabalha mais de um ano para chegar ao produto final”, afirma João Evangelista Vaz de Lima, produtor da cachaça Pioneira, de Socorro a 130 quilômetros da capital paulista.
O produtor buscou registro no MAPA e também certificou o produto como orgânico e chegou a ser chamado de ‘louco’, no início. “Quando inventei de fazer a cachaça orgânica, todo mundo não acreditou que daria certo. Fui um dos primeiros, por isso que o nome é Pioneira”, explica Vaz Lima sobre a marca que ele registrou.
Com uma plantação de sete hectares de cana, o produtor tem dois empregados fixos e com carteira assinada, como exige a certificação. O Sítio Santo Antonio já era símbolo da aguardente antes mesmo da produção da Pioneira. “Meu irmão começou a fazer a cachaça, aí eu entrei com ele e mais para frente eu comprei a parte dele. Mas não era esse tipo de cachaça não, era uma de qualidade inferior, que a gente vendia mais barato”, explica Vaz de Lima. Até que um dia ele percebeu que o negócio não evoluía e resolveu produzir menos, mas com mais qualidade e, assim, vender a preços mais elevados.
Deu certo. Com a mudança do produto o público alvo também mudou. João Vaz de Lima buscou certificar como orgânico, melhorou o processo de envelhecimento e a distribuição. Também passou a produzir outros derivados como melado (destinado à indústria alimentícia da região) e açúcar mascavo, também certificados como orgânico. Mais para frente o produtor começou a produzir a ‘Canelinha’, marca do produto que nada mais é que a própria cachaça aromatizada com cascas de canela ao final do envelhecimento e açúcar.
A demanda por produtos naturais é cada vez maior pelo consumidor com melhor poder aquisitivo. E é nesse mercado que atua os produtos orgânicos. “Hoje eu tenho uma encomenda de mais de seis mil garrafas de ‘Canelinha’ que vão para os Estados Unidos (EUA). A minha cachaça é vendida a mais de R$ 60 em São Paulo, capital, sendo que aqui na região comercializo a R$ 13 a garrafa”, explica o produtor.
A ideia do produtor é de crescimento da venda no mercado interno e na exportação das bebidas já que existe o planejamento de uma nova marca. “Eu to iniciando uma nova marca para a minha bebida. Terá um novo rótulo, outra garrafa, é uma forma de agregar valor. E a exportação das canelinhas é a primeira remessa, se der certo, quem sabe não começamos a exportar cada vez mais”, se entusiasma Vaz de Lima, que produz 15 mil litros de cachaça por ano.
1ª rotulada como orgânica
Outro produtor que está lucrando com a produção de cachaça no interior de São Paulo é Marcos Macedo, proprietário do Sítio São Bendito, localizado no distrito de Jacuba, município de Aurealva, no interior do estado de São Paulo. O início da produção foi em 1996 e a certificação chegou em 2000. “Fui o primeiro produtor de cachaça a usar o selo de produto certificado orgânico no rótulo”, lembra Macedo.
A certificação foi muito bem vinda e trouxe novos mercados ao produtor que atualmente exporta para a Bélgica, a Alemanha, a França e os EUA. O preço da garrafa de 750 ml é de R$ 30, mas Macedo disse que já viu ser vendida por R$ 150,00 em lojas da capital paulista. “Com a crise os pedidos do exterior diminuíram bastante, mas espero que esse problema passe logo e a gente volte a mandar bastante cachaça para fora do País”, afirma o produtor.
Os três maiores problemas enfrentados pelos produtores decorrem da falta de apoio do governo. “Imagina se nós pudéssemos concorrer com os grandes players [empresas] do mercado externo de vodka, por exemplo. É difícil fazer o europeu trocar a vodka pela cachaça sem grande publicidade. Então estamos fazendo um trabalho de formiguinha ainda”, explica César Rosa, presidente da Ibrac.
Existe um projeto de exportação, segundo ele, que não foi aprovado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) e que ajudaria muito a divulgação da bebida no exterior. “Hoje, a única coisa que temos são pessoas que já experimentaram a cachaça e conhecem a qualidade”, diz Rosa.
Impostos altos
Outro grande entrave da bebida no Brasil é o alto imposto cobrado, que pode chegar a custar 80% de uma garrafa. “O governo americano incentivou o rum, outros países que tem uma bebida símbolo também ajudam os produtores e dão mais oportunidades para a produção da bebida, mas o Brasil não”, reclama Rosa. João Vaz de Lima, produtor de Socorro, também reclama e diz que prefere exportar a bebida porque paga muito menos impostos do que se vender no mercado interno.
“A tributação é muito pesada para o micro e pequeno produtor. Ele paga imposto como se fosse uma grande companhia. Já não tem capital de giro para desenvolver sozinho, imagina para pagar tudo isso de registro. Muitas vezes é um produto familiar e paga como se fosse gente grande”, afirma Rosa, já tocando no terceiro problema: dinheiro para girar a produção.
Faltam linhas de crédito para o produtor poder melhorar o processo de produção, ampliar a lavoura, melhorar o rótulo, entre outras coisas. “O que precisa hoje para fechar o ciclo é uma linha de crédito para apoiar o pequeno produtor. Como é uma produção familiar, os produtores não têm condições de fazer grandes investimentos no alambique”, explica Ana Lúcia Santiago, do Sebrae-SP.
Apesar de todos os problemas enfrentados pelos pequenos produtores a exportação da cachaça vem crescendo nos últimos anos. Se em 2004 recebemos US$ 11.087.500 das vendas ao exterior, em 2008 foram US$ 16.418.978, representando um crescimento de 48% ao longo desses quatro anos.
Auxílio ao pequeno produtor
O Sebrae-SP iniciou um programa de auxílio aos produtores visando atuar em duas frentes. Uma seria ajudar na regularização dos produtores que ainda não possuem licença do MAPA e que produzem a bebida sem o mínimo de qualidade, desrespeitando as normas sanitárias. “O Sebrae busca dar suporte aos agricultores nas áreas de saúde, higiene, qualidade, tecnologia, embalagem, informação, capacitação e mercado. Hoje, a maioria dos alambiques no Brasil é muito precária ainda”, afirma Santiago.
A outra frente de trabalho é referente a formação de marca, exportação, marketing do produto. Uma das ações é reunir produtores de regiões próximas e formar uma única marca e assim ter grande quantidade podendo exportar ou ter demanda para grandes fornecedores. “O Sebrae trabalha atualmente com 372 propriedades e, destas, 20% é legalizada. Até o final de 2009, imaginamos que esse índice suba para 60%”, explica Santiago.
Caso o produtor tenha interesse em receber auxílio do Sebrae-SP entre em contato com o escritório da unidade mais próxima ou entre no sítio de Internet do órgão, pelo endereço www.sebraesp.com.br.
Revista Rural 133 - março 2009
Algumas indústrias apareceram no mercado interno nos últimos anos, mas a preferência do público é pela cachaça de alambique, produzida em pequenas propriedades rurais. “Nos últimos anos, o aumento do consumo dessas cachaças diferenciadas é de 10 a 15% ao ano”, afirma César Rosa, presidente da diretoria executiva do Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac).
Popularmente o estado de Minas Gerais é o mais conhecido por produzir boas aguardentes, mas há quem garanta que é questão de fama. “Realmente existem ótimas cachaças em Minas, mas São Paulo também tem, assim como Pernambuco e Bahia”, explica Ana Lúcia Santiago, coordenadora de projetos com derivados da cana-de-açúcar do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo (Sebrae-SP). “Inclusive o Rio Grande do Sul trabalha para fazer da cachaça a mesma coisa que fez com o vinho. São Paulo é um estado que tem uma tecnologia de produção muito boa entre os pequenos produtores”.
Como muitos produtores não têm o registro no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), os números oficiais não contabilizam a real produção nacional da bebida.
Os motivos que levam os produtores a não se certificarem são inúmeros, mas o principal é por não ter necessidade, já que vendem para conhecidos da região em que produzem. “Mas é muito bom quando a gente vê o nosso produto em uma prateleira de supermercado. É gratificante para gente que trabalha mais de um ano para chegar ao produto final”, afirma João Evangelista Vaz de Lima, produtor da cachaça Pioneira, de Socorro a 130 quilômetros da capital paulista.
O produtor buscou registro no MAPA e também certificou o produto como orgânico e chegou a ser chamado de ‘louco’, no início. “Quando inventei de fazer a cachaça orgânica, todo mundo não acreditou que daria certo. Fui um dos primeiros, por isso que o nome é Pioneira”, explica Vaz Lima sobre a marca que ele registrou.
Com uma plantação de sete hectares de cana, o produtor tem dois empregados fixos e com carteira assinada, como exige a certificação. O Sítio Santo Antonio já era símbolo da aguardente antes mesmo da produção da Pioneira. “Meu irmão começou a fazer a cachaça, aí eu entrei com ele e mais para frente eu comprei a parte dele. Mas não era esse tipo de cachaça não, era uma de qualidade inferior, que a gente vendia mais barato”, explica Vaz de Lima. Até que um dia ele percebeu que o negócio não evoluía e resolveu produzir menos, mas com mais qualidade e, assim, vender a preços mais elevados.
Deu certo. Com a mudança do produto o público alvo também mudou. João Vaz de Lima buscou certificar como orgânico, melhorou o processo de envelhecimento e a distribuição. Também passou a produzir outros derivados como melado (destinado à indústria alimentícia da região) e açúcar mascavo, também certificados como orgânico. Mais para frente o produtor começou a produzir a ‘Canelinha’, marca do produto que nada mais é que a própria cachaça aromatizada com cascas de canela ao final do envelhecimento e açúcar.
A demanda por produtos naturais é cada vez maior pelo consumidor com melhor poder aquisitivo. E é nesse mercado que atua os produtos orgânicos. “Hoje eu tenho uma encomenda de mais de seis mil garrafas de ‘Canelinha’ que vão para os Estados Unidos (EUA). A minha cachaça é vendida a mais de R$ 60 em São Paulo, capital, sendo que aqui na região comercializo a R$ 13 a garrafa”, explica o produtor.
A ideia do produtor é de crescimento da venda no mercado interno e na exportação das bebidas já que existe o planejamento de uma nova marca. “Eu to iniciando uma nova marca para a minha bebida. Terá um novo rótulo, outra garrafa, é uma forma de agregar valor. E a exportação das canelinhas é a primeira remessa, se der certo, quem sabe não começamos a exportar cada vez mais”, se entusiasma Vaz de Lima, que produz 15 mil litros de cachaça por ano.
1ª rotulada como orgânica
Outro produtor que está lucrando com a produção de cachaça no interior de São Paulo é Marcos Macedo, proprietário do Sítio São Bendito, localizado no distrito de Jacuba, município de Aurealva, no interior do estado de São Paulo. O início da produção foi em 1996 e a certificação chegou em 2000. “Fui o primeiro produtor de cachaça a usar o selo de produto certificado orgânico no rótulo”, lembra Macedo.
A certificação foi muito bem vinda e trouxe novos mercados ao produtor que atualmente exporta para a Bélgica, a Alemanha, a França e os EUA. O preço da garrafa de 750 ml é de R$ 30, mas Macedo disse que já viu ser vendida por R$ 150,00 em lojas da capital paulista. “Com a crise os pedidos do exterior diminuíram bastante, mas espero que esse problema passe logo e a gente volte a mandar bastante cachaça para fora do País”, afirma o produtor.
Os três maiores problemas enfrentados pelos produtores decorrem da falta de apoio do governo. “Imagina se nós pudéssemos concorrer com os grandes players [empresas] do mercado externo de vodka, por exemplo. É difícil fazer o europeu trocar a vodka pela cachaça sem grande publicidade. Então estamos fazendo um trabalho de formiguinha ainda”, explica César Rosa, presidente da Ibrac.
Existe um projeto de exportação, segundo ele, que não foi aprovado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) e que ajudaria muito a divulgação da bebida no exterior. “Hoje, a única coisa que temos são pessoas que já experimentaram a cachaça e conhecem a qualidade”, diz Rosa.
Impostos altos
Outro grande entrave da bebida no Brasil é o alto imposto cobrado, que pode chegar a custar 80% de uma garrafa. “O governo americano incentivou o rum, outros países que tem uma bebida símbolo também ajudam os produtores e dão mais oportunidades para a produção da bebida, mas o Brasil não”, reclama Rosa. João Vaz de Lima, produtor de Socorro, também reclama e diz que prefere exportar a bebida porque paga muito menos impostos do que se vender no mercado interno.
“A tributação é muito pesada para o micro e pequeno produtor. Ele paga imposto como se fosse uma grande companhia. Já não tem capital de giro para desenvolver sozinho, imagina para pagar tudo isso de registro. Muitas vezes é um produto familiar e paga como se fosse gente grande”, afirma Rosa, já tocando no terceiro problema: dinheiro para girar a produção.
Faltam linhas de crédito para o produtor poder melhorar o processo de produção, ampliar a lavoura, melhorar o rótulo, entre outras coisas. “O que precisa hoje para fechar o ciclo é uma linha de crédito para apoiar o pequeno produtor. Como é uma produção familiar, os produtores não têm condições de fazer grandes investimentos no alambique”, explica Ana Lúcia Santiago, do Sebrae-SP.
Apesar de todos os problemas enfrentados pelos pequenos produtores a exportação da cachaça vem crescendo nos últimos anos. Se em 2004 recebemos US$ 11.087.500 das vendas ao exterior, em 2008 foram US$ 16.418.978, representando um crescimento de 48% ao longo desses quatro anos.
Auxílio ao pequeno produtor
O Sebrae-SP iniciou um programa de auxílio aos produtores visando atuar em duas frentes. Uma seria ajudar na regularização dos produtores que ainda não possuem licença do MAPA e que produzem a bebida sem o mínimo de qualidade, desrespeitando as normas sanitárias. “O Sebrae busca dar suporte aos agricultores nas áreas de saúde, higiene, qualidade, tecnologia, embalagem, informação, capacitação e mercado. Hoje, a maioria dos alambiques no Brasil é muito precária ainda”, afirma Santiago.
A outra frente de trabalho é referente a formação de marca, exportação, marketing do produto. Uma das ações é reunir produtores de regiões próximas e formar uma única marca e assim ter grande quantidade podendo exportar ou ter demanda para grandes fornecedores. “O Sebrae trabalha atualmente com 372 propriedades e, destas, 20% é legalizada. Até o final de 2009, imaginamos que esse índice suba para 60%”, explica Santiago.
Caso o produtor tenha interesse em receber auxílio do Sebrae-SP entre em contato com o escritório da unidade mais próxima ou entre no sítio de Internet do órgão, pelo endereço www.sebraesp.com.br.
Revista Rural 133 - março 2009
sábado, 4 de dezembro de 2010
Selo de Indicação Geográfica
A Indicação Geográfica - IG - constitui um instituto jurídico, previsto na nossa Lei da Propriedade Industrial, de 1996, que visa reconhecer e proteger o nome geográfico de pais, região ou localidade, que identifique algum produto ou serviço típico. Na Europa, existem mais de 3 mil produtos agropecuários com certificados de IG. No Brasil, a certificação é recente. A IG resulta na fidelização do consumidor, que saberá que, sob a etiqueta da Indicação Geográfica, vai encontrar um produto de qualidade e com características locais, peculiares a um determinado lugar. A Indicação Geográfica também favorece a melhoria da comercialização, facilitando o acesso aos mercados através da propriedade coletiva. O produto com Indicação Geográfica ganha maior competitividade nos mercados interno e internacional, uma vez que o certificado projeta imagem associada às virtudes e à tipificação, promovendo uma garantia institucional da qualidade, reputação e identidade.
A IG realiza-se através de um registro junto ao INPI, que expede um Certificado específico. Entre nós, existem dois tipos de Indicação Geográfica: a Indicação de Procedência e a Denominação de Origem. São dois registros diversos, com implicações e conseqüências jurídicas e econômicas diferentes. A Indicação de Procedência traduz-se no "nome geográfico de país, cidade, região demarcada ou localidade de seu território, que se tenha tornado conhecido como centro de extração, produção ou fabricação de determinado produto ou de prestação de determinado serviço". Na embalagem do produto estará gravado "Indicação de Procedência". Já a Denominação de Origem se dá quando o nome geográfico de país, cidade, região demarcada ou localidade de seu território, designa produto ou serviço cujas qualidades ou características se devam exclusiva ou essencialmente ao meio geográfico, incluídos "fatores naturais e humanos". A embalagem do produto trará a inscrição "Denominação de Origem".
A cachaça produzida em Paraty é um dos oito produtos gastronômicos brasileiros que já receberam a Indicação Geográfica (IG) do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), com o selo de Indicação de Procedência. Os outros produtos são o café da Região do Cerrado Mineiro; os vinhos do Vale dos Vinhedos (RS); a carne bovina e seus derivados do Pampa Gaúcho da Campanha Meridional (RS); as uvas de mesa e a manga do Vale do Submédio São Francisco; os vinhos de Pinto Bandeira (RS) e o arroz do litoral norte gaúcho. Este último foi o primeiro produto brasileiro a obter a Denominação de Origem (DO); os demais estão com o selo de Indicação de Procedência (IP), um degrau abaixo. Além desses, também tem a IP o couro acabado do Vale dos Sinos (RS).
O interesse pelo registro de Indicação Geográfica no Brasil está crescendo sempre. Pedidos de mais de 20 produtos estão em análise no INPI, entre eles os queijos artesanais mineiros de Serro e da Serra da Canastra, os doces de Pelotas (RS), o camarão da Costa Negra, no Ceará, a cachaça de Salinas (MG), o vinho do Vale do Vinho Goeth (SC) e as panelas de barro de Goiabeiras (Vitória, ES).
A IG realiza-se através de um registro junto ao INPI, que expede um Certificado específico. Entre nós, existem dois tipos de Indicação Geográfica: a Indicação de Procedência e a Denominação de Origem. São dois registros diversos, com implicações e conseqüências jurídicas e econômicas diferentes. A Indicação de Procedência traduz-se no "nome geográfico de país, cidade, região demarcada ou localidade de seu território, que se tenha tornado conhecido como centro de extração, produção ou fabricação de determinado produto ou de prestação de determinado serviço". Na embalagem do produto estará gravado "Indicação de Procedência". Já a Denominação de Origem se dá quando o nome geográfico de país, cidade, região demarcada ou localidade de seu território, designa produto ou serviço cujas qualidades ou características se devam exclusiva ou essencialmente ao meio geográfico, incluídos "fatores naturais e humanos". A embalagem do produto trará a inscrição "Denominação de Origem".
A cachaça produzida em Paraty é um dos oito produtos gastronômicos brasileiros que já receberam a Indicação Geográfica (IG) do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), com o selo de Indicação de Procedência. Os outros produtos são o café da Região do Cerrado Mineiro; os vinhos do Vale dos Vinhedos (RS); a carne bovina e seus derivados do Pampa Gaúcho da Campanha Meridional (RS); as uvas de mesa e a manga do Vale do Submédio São Francisco; os vinhos de Pinto Bandeira (RS) e o arroz do litoral norte gaúcho. Este último foi o primeiro produto brasileiro a obter a Denominação de Origem (DO); os demais estão com o selo de Indicação de Procedência (IP), um degrau abaixo. Além desses, também tem a IP o couro acabado do Vale dos Sinos (RS).
O interesse pelo registro de Indicação Geográfica no Brasil está crescendo sempre. Pedidos de mais de 20 produtos estão em análise no INPI, entre eles os queijos artesanais mineiros de Serro e da Serra da Canastra, os doces de Pelotas (RS), o camarão da Costa Negra, no Ceará, a cachaça de Salinas (MG), o vinho do Vale do Vinho Goeth (SC) e as panelas de barro de Goiabeiras (Vitória, ES).
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
Destilados
Frutos de um paciente trabalho quase todo – ou às vezes totalmente – artesanal, as bebidas destiladas têm o requinte das histórias que vão desde as florestas mexicanas até os barris de carvalho escoceses
Puro e sem gelo para aquecer no frio, gelado e com frutas para refrescar no verão. A versatilidade das bebidas destiladas está presente tanto no seu uso quanto na sua origem, já que podem ser feitas desde de um grão de centeio até de um imenso fruto mexicano. Cada país tem sua destilada nacional e o Brasil não ficou atrás na conquista de paladares ao redor do mundo, com a sofisticação e a arte de produzir a cachaça. O caldo destes vegetais, ricos em açúcar e amido, são deixados em repouso, fermentando. O açúcar vira álcool sob a ação de microorganismos. Surgem os barris de carvalho escoceses, a mistura de ervas do gim inglês ou até uma garrafa tipo exportação de cachaça, saindo diretamente do Brasil para os mais de 60 países, que recebem a “água da vida”, como se referiam os franceses às primeiras bebidas destiladas modernas. Para apreciar estas delícias, ligue uma boa música, recline a poltrona e escolha a bebida de acordo com seu copo.
Uísque
O mais nobre dos destilados vem da Escócia e é produzido com grãos como a cevada e o milho. As regras para a destilação do uísque são bastante rigorosas. Só podem ser chamados de scotch aqueles que foram produzidos e envelhecidos por pelo menos três anos na Escócia. Eles se dividem em quatro tipos: o single malt, o vatted, o grain e o blended. Este último é o mais consumido no mundo, segundo a Associação Brasileira de Colecionadores de Uísques – representa cerca de 90% dos uísques, sendo as marcas mais conhecidas as desse padrão.
Nos Estados Unidos é produzido o tipo bourbon, feito essencialmente de milho – pelo menos dois terços da mistura de grãos devem ser do cereal. Seu paladar é bastante diferente do scotch, mais adocicado.
Vodca
A bebida mais consumida no mundo foi promovida pelos russos, mas sua origem é disputada com a Polônia. Os historiadores concordam apenas que a bebida surgiu no século 14, em algum lugar do Leste Europeu. Destilada de cereais como centeio ou até de tubérculos como a batata e a beterraba, é processada pela tridestilação. Algumas já são destiladas cinco vezes, o que confere à bebida uma maciez maior, impedindo de queimar na boca. A novidade do mercado são as francesas feitas à base de uvas, dando um aroma diferente à bebida. As flavorizadas, no entanto, são carros-chefe nas vendas da vodca.
Aromatizadas com frutas, são próprias para o preparo de drinques ou podem ser consumidas puras com gelo. A vodca preta, adicionada de uma erva asiática chamada catechu – que só lhe confere coloração, sem alterar o sabor – é um incremento a mais em drinques especiais.
Rum
É um destilado de cana, assim como a cachaça, mas difere da bebida nacional por ser feito do melaço e não da garapa. O rum teve origem na ilha de Cuba, grande produtor de cana-de-açúcar, mas com a revolução, na década de 50, grande parte das multinacionais produtoras migraram para países próximos, como as Bermudas. Os bons runs são bidestilados e podem ser envelhecidos até oito anos.
Gim
Uma infusão de ervas, frutas e até pimenta, em que prevalece o zimbro, o gim foi difundido na Europa por um médico holandês que criou a mistura, procurando a fórmula para um medicamento diurético. A bebida foi patenteada pelo governo inglês e tem paladar bastante perfumado. O Steinhaeger é um tipo de gim alemão. Devido aos primeiros gins serem muito alcóolicos, costumou-se bebê-los misturados a sucos e refrigerantes, mas o seu perfume permite um toque especial em drinques elaborados.
Cognac
Este brandy – espécie de vinho destilado – é feito da fermentação de certas espécies de uvas francesas e, após destilado, envelhece em barris de carvalho, na região de Cognac, na França. Não confundir com o “conhaque” brasileiro, que é produzido a partir de aguardente de cana, temperado com gengibre ou alcatrão. Similar e também francês, o armagnac é feito com as mesmas uvas, mas é destilado em colunas de inox, ao invés de alambiques, como o cognac. Também francês, o calvatos (vem da Normandia) é destilado à base de maçãs, com maciez semelhante a de seus primos.
Tequila
Bebida símbolo do México, a tequila é destilada do fruto do agave-azul, que se parece com um abacaxi gigante. Assim como as demais bebidas típicas, tem proteção legal. A tequila verdadeira só produzida no estado mexicano de Jalisco e não poderia ser diferente, já que a planta só floresce naquele local. Pode ser branca, pura ou amarelada, quando adicionada de caramelo. Ainda existem tequilas envelhecidas em barris de carvalho, chamadas de añejas. A forma mais popular de se tomar tequila é com limão e sal ou com refrigerante de limão, conhecida como porradita. A margarita também é um drinque bem famoso da bebida, misturada com curaçao e suco de limão.
Publicado em 10/04/2008 | RICARDO AMPUDIA | Gazeta do Povo
Puro e sem gelo para aquecer no frio, gelado e com frutas para refrescar no verão. A versatilidade das bebidas destiladas está presente tanto no seu uso quanto na sua origem, já que podem ser feitas desde de um grão de centeio até de um imenso fruto mexicano. Cada país tem sua destilada nacional e o Brasil não ficou atrás na conquista de paladares ao redor do mundo, com a sofisticação e a arte de produzir a cachaça. O caldo destes vegetais, ricos em açúcar e amido, são deixados em repouso, fermentando. O açúcar vira álcool sob a ação de microorganismos. Surgem os barris de carvalho escoceses, a mistura de ervas do gim inglês ou até uma garrafa tipo exportação de cachaça, saindo diretamente do Brasil para os mais de 60 países, que recebem a “água da vida”, como se referiam os franceses às primeiras bebidas destiladas modernas. Para apreciar estas delícias, ligue uma boa música, recline a poltrona e escolha a bebida de acordo com seu copo.
Uísque
O mais nobre dos destilados vem da Escócia e é produzido com grãos como a cevada e o milho. As regras para a destilação do uísque são bastante rigorosas. Só podem ser chamados de scotch aqueles que foram produzidos e envelhecidos por pelo menos três anos na Escócia. Eles se dividem em quatro tipos: o single malt, o vatted, o grain e o blended. Este último é o mais consumido no mundo, segundo a Associação Brasileira de Colecionadores de Uísques – representa cerca de 90% dos uísques, sendo as marcas mais conhecidas as desse padrão.
Nos Estados Unidos é produzido o tipo bourbon, feito essencialmente de milho – pelo menos dois terços da mistura de grãos devem ser do cereal. Seu paladar é bastante diferente do scotch, mais adocicado.
Vodca
A bebida mais consumida no mundo foi promovida pelos russos, mas sua origem é disputada com a Polônia. Os historiadores concordam apenas que a bebida surgiu no século 14, em algum lugar do Leste Europeu. Destilada de cereais como centeio ou até de tubérculos como a batata e a beterraba, é processada pela tridestilação. Algumas já são destiladas cinco vezes, o que confere à bebida uma maciez maior, impedindo de queimar na boca. A novidade do mercado são as francesas feitas à base de uvas, dando um aroma diferente à bebida. As flavorizadas, no entanto, são carros-chefe nas vendas da vodca.
Aromatizadas com frutas, são próprias para o preparo de drinques ou podem ser consumidas puras com gelo. A vodca preta, adicionada de uma erva asiática chamada catechu – que só lhe confere coloração, sem alterar o sabor – é um incremento a mais em drinques especiais.
Rum
É um destilado de cana, assim como a cachaça, mas difere da bebida nacional por ser feito do melaço e não da garapa. O rum teve origem na ilha de Cuba, grande produtor de cana-de-açúcar, mas com a revolução, na década de 50, grande parte das multinacionais produtoras migraram para países próximos, como as Bermudas. Os bons runs são bidestilados e podem ser envelhecidos até oito anos.
Gim
Uma infusão de ervas, frutas e até pimenta, em que prevalece o zimbro, o gim foi difundido na Europa por um médico holandês que criou a mistura, procurando a fórmula para um medicamento diurético. A bebida foi patenteada pelo governo inglês e tem paladar bastante perfumado. O Steinhaeger é um tipo de gim alemão. Devido aos primeiros gins serem muito alcóolicos, costumou-se bebê-los misturados a sucos e refrigerantes, mas o seu perfume permite um toque especial em drinques elaborados.
Cognac
Este brandy – espécie de vinho destilado – é feito da fermentação de certas espécies de uvas francesas e, após destilado, envelhece em barris de carvalho, na região de Cognac, na França. Não confundir com o “conhaque” brasileiro, que é produzido a partir de aguardente de cana, temperado com gengibre ou alcatrão. Similar e também francês, o armagnac é feito com as mesmas uvas, mas é destilado em colunas de inox, ao invés de alambiques, como o cognac. Também francês, o calvatos (vem da Normandia) é destilado à base de maçãs, com maciez semelhante a de seus primos.
Tequila
Bebida símbolo do México, a tequila é destilada do fruto do agave-azul, que se parece com um abacaxi gigante. Assim como as demais bebidas típicas, tem proteção legal. A tequila verdadeira só produzida no estado mexicano de Jalisco e não poderia ser diferente, já que a planta só floresce naquele local. Pode ser branca, pura ou amarelada, quando adicionada de caramelo. Ainda existem tequilas envelhecidas em barris de carvalho, chamadas de añejas. A forma mais popular de se tomar tequila é com limão e sal ou com refrigerante de limão, conhecida como porradita. A margarita também é um drinque bem famoso da bebida, misturada com curaçao e suco de limão.
Publicado em 10/04/2008 | RICARDO AMPUDIA | Gazeta do Povo
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
Absinthe
Absinto destilado feito da erva Artemisia absinthium. Anis, funcho e por vezes outras ervas compõem a bebida. Ela foi criada e utilizada primeiramente como remédio pelo Dr. Pierre Ordinaire, médico francês que vivia em Couvet na Suíça por volta de 1792.
É por vezes incorretamente chamado de licor, mas é na verdade uma bebida destilada.
O absinto foi especialmente popular na França, sobretudo pela ligação aos artistas parisienses de finais do século XIX e princípios do século XX, até a sua proibição em 1915, tendo ganho alguma popularidade com a sua legalização em vários países. É também conhecido popularmente de fada verde (La Fée Verte) em virtude de um suposto efeito alucinógeno. Charles Baudelaire, Paul Verlaine, Arthur Rimbaud, Vincent van Gogh, Oscar Wilde, Henri de Toulouse-Lautrec e Aleister Crowley eram adeptos da fada verde.
Tem geralmente uma cor verde-pálida, transparente ou, no caso de envelhecido, castanho claro.
Criada originalmente como infusão medicinal pelo médico francês, com uma porcentagem de álcool muito elevada de 40% e 85%, na Belle epoque tornou-se a bebida da moda, contando com certo poder alucinógeno da planta Artemisia absinthium que a integrava e que deu nome à bebida.
Para apreciação de novos sabores, era servido com torrão de açúcar e láudano, este último um opióide. Sem o láudano, atualmente pode ser consumido com água, que reduz a graduação alcóolica da bebida. Desta forma, sobre o copo com a bebida é colocada uma colher perfurada que sustenta o torrão de açúcar, e por onde passará a água gelada que será vertida lentamente sobre o torrão.
Quando o absinto foi banido na França, na Suíça, nos Estados Unidos e em muitos outros países, no início do século 20, ele realmente caiu em desgraça. Ele não foi apenas reprovado; foi acusado de criar assassinos, transformar crianças em criminosos e mulheres em "mártires". O álcool tradicional recebeu tratamento semelhante durante o período da Lei Seca nos Estados Unidos, e isso se mostrou bastante oportuno. Hoje em dia sabemos que o absinto, fabricado de maneira apropriada, na forma de bebida alcoólica com aroma de anis, não é mais perigoso do que qualquer outra bebida devidamente preparada.
E as histórias de alucinações, Oscar Wilde e as tulipas, massacres em família e morte instantânea? Nada disso tem relação com o absinto, tecnicamente falando. O teor alcoólico do absinto é bastante elevado - algo entre 40% e 85%, o que equivale a cerca de 110 a 144 proof na graduação norte-americana. No Brasil, o maior teor alcoólico no absinto, segundo permite a legislação, é de 54%. Comparativamente, um uísque normal 40% (80 proof) vai parecer brincadeira de criança, e é por isso que a idéia é diluir o absinto. O absinto não é um alucinógeno; seu teor alcoólico e seu aroma de ervas o distanciam das outras bebidas.
O absinto tradicional é feito de anis, erva-doce e losna (uma planta), mas há diversas receitas que acrescentam outras ervas e flores à mistura. O anis, a erva-doce e a losna são embebidos em álcool e a mistura é destilada. O processo de destilação faz que os óleos das ervas e o álcool evaporem, separando-se da água e das essências amargas liberadas pelas ervas. Os óleos de erva-doce, anis e losna se recondensam com o álcool em uma área de resfriamento e o destilador dilui o líquido resultante até o grau que o absinto vai ter (com base em variações de marcas ou leis regionais). A essa altura, o absinto está claro; muitos fabricantes acrescentam ervas à mistura após a destilação para obter a clássica coloração verde da clorofila.
O princípio ativo que leva toda a culpa pela fama de alucinógeno do absinto se chama thujone, e é um componente da losna. Em doses muito altas, o thujone pode ser tóxico. Trata-se de um inibidor GABA (ácido gama-aminobutírico), o que significa que ele bloqueia os receptores GABA no cérebro e isso pode causar convulsões se você ingerir uma certa quantidade. Está presente em muitos alimentos, mas nunca em doses altas o suficiente para fazer mal. No absinto também não há quantidade suficiente de thujone que possa fazer mal. No final do processo de destilação, sobra muito pouco thujone no produto. A ciência moderna estima que uma pessoa que beba absinto morrerá de intoxicação pelo álcool muito antes de ser afetada pelo thujone. E não existe prova nenhuma de que o thujone possa provocar alucinações, mesmo em doses elevadas.
Victor Sansone Brum, colecionador e apreciador da bebida conta que existem diversos países produtores, segundo ele, os absintos franceses são os mais vendidos no mundo, enquanto os suíços são mais sofisticados. O mais forte do mundo é feito na Inglaterra, o famoso Hapsburg Dark, com 89% de concentração alcoólica. A graduação alcoólica varia de acordo com o tipo do Absinto, que pode ser ordinaire, demi-fine, fine, supérieure e Suisse (da menor para a maior qualidade), variando de 45% a 89,9%. Para o historiador Ernani Weber, o absinto foi a bebida do século XIX, diversos intelectuais e pensadores tais como Van Gogh, Claude Monet e Oscar Wilde eram apreciadores assíduos da bebida. A história do absinto começa em 1792, quando o médico e monarquista francês Pierre Ordinaire, exilado na Suíça, utilizou a planta Artemisia absinthium para fabricar uma poção digestiva. Poucos anos depois, ele adicionou álcool à fórmula para potencializar seus efeitos. Teve sua maior popularidade durante o final do século XIX, na época mais boêmia de Paris, quando o absinto era parte inseparável da vida artística e inspirou muitas pinturas e obras literárias.
Hoje em dia, o absinto é legal em quase todos os países onde o álcool é legal. Os Estados Unidos são um dos poucos países que ainda proíbem a venda de absinto.
É por vezes incorretamente chamado de licor, mas é na verdade uma bebida destilada.
O absinto foi especialmente popular na França, sobretudo pela ligação aos artistas parisienses de finais do século XIX e princípios do século XX, até a sua proibição em 1915, tendo ganho alguma popularidade com a sua legalização em vários países. É também conhecido popularmente de fada verde (La Fée Verte) em virtude de um suposto efeito alucinógeno. Charles Baudelaire, Paul Verlaine, Arthur Rimbaud, Vincent van Gogh, Oscar Wilde, Henri de Toulouse-Lautrec e Aleister Crowley eram adeptos da fada verde.
Tem geralmente uma cor verde-pálida, transparente ou, no caso de envelhecido, castanho claro.
Criada originalmente como infusão medicinal pelo médico francês, com uma porcentagem de álcool muito elevada de 40% e 85%, na Belle epoque tornou-se a bebida da moda, contando com certo poder alucinógeno da planta Artemisia absinthium que a integrava e que deu nome à bebida.
Para apreciação de novos sabores, era servido com torrão de açúcar e láudano, este último um opióide. Sem o láudano, atualmente pode ser consumido com água, que reduz a graduação alcóolica da bebida. Desta forma, sobre o copo com a bebida é colocada uma colher perfurada que sustenta o torrão de açúcar, e por onde passará a água gelada que será vertida lentamente sobre o torrão.
Quando o absinto foi banido na França, na Suíça, nos Estados Unidos e em muitos outros países, no início do século 20, ele realmente caiu em desgraça. Ele não foi apenas reprovado; foi acusado de criar assassinos, transformar crianças em criminosos e mulheres em "mártires". O álcool tradicional recebeu tratamento semelhante durante o período da Lei Seca nos Estados Unidos, e isso se mostrou bastante oportuno. Hoje em dia sabemos que o absinto, fabricado de maneira apropriada, na forma de bebida alcoólica com aroma de anis, não é mais perigoso do que qualquer outra bebida devidamente preparada.
E as histórias de alucinações, Oscar Wilde e as tulipas, massacres em família e morte instantânea? Nada disso tem relação com o absinto, tecnicamente falando. O teor alcoólico do absinto é bastante elevado - algo entre 40% e 85%, o que equivale a cerca de 110 a 144 proof na graduação norte-americana. No Brasil, o maior teor alcoólico no absinto, segundo permite a legislação, é de 54%. Comparativamente, um uísque normal 40% (80 proof) vai parecer brincadeira de criança, e é por isso que a idéia é diluir o absinto. O absinto não é um alucinógeno; seu teor alcoólico e seu aroma de ervas o distanciam das outras bebidas.
O absinto tradicional é feito de anis, erva-doce e losna (uma planta), mas há diversas receitas que acrescentam outras ervas e flores à mistura. O anis, a erva-doce e a losna são embebidos em álcool e a mistura é destilada. O processo de destilação faz que os óleos das ervas e o álcool evaporem, separando-se da água e das essências amargas liberadas pelas ervas. Os óleos de erva-doce, anis e losna se recondensam com o álcool em uma área de resfriamento e o destilador dilui o líquido resultante até o grau que o absinto vai ter (com base em variações de marcas ou leis regionais). A essa altura, o absinto está claro; muitos fabricantes acrescentam ervas à mistura após a destilação para obter a clássica coloração verde da clorofila.
O princípio ativo que leva toda a culpa pela fama de alucinógeno do absinto se chama thujone, e é um componente da losna. Em doses muito altas, o thujone pode ser tóxico. Trata-se de um inibidor GABA (ácido gama-aminobutírico), o que significa que ele bloqueia os receptores GABA no cérebro e isso pode causar convulsões se você ingerir uma certa quantidade. Está presente em muitos alimentos, mas nunca em doses altas o suficiente para fazer mal. No absinto também não há quantidade suficiente de thujone que possa fazer mal. No final do processo de destilação, sobra muito pouco thujone no produto. A ciência moderna estima que uma pessoa que beba absinto morrerá de intoxicação pelo álcool muito antes de ser afetada pelo thujone. E não existe prova nenhuma de que o thujone possa provocar alucinações, mesmo em doses elevadas.
Victor Sansone Brum, colecionador e apreciador da bebida conta que existem diversos países produtores, segundo ele, os absintos franceses são os mais vendidos no mundo, enquanto os suíços são mais sofisticados. O mais forte do mundo é feito na Inglaterra, o famoso Hapsburg Dark, com 89% de concentração alcoólica. A graduação alcoólica varia de acordo com o tipo do Absinto, que pode ser ordinaire, demi-fine, fine, supérieure e Suisse (da menor para a maior qualidade), variando de 45% a 89,9%. Para o historiador Ernani Weber, o absinto foi a bebida do século XIX, diversos intelectuais e pensadores tais como Van Gogh, Claude Monet e Oscar Wilde eram apreciadores assíduos da bebida. A história do absinto começa em 1792, quando o médico e monarquista francês Pierre Ordinaire, exilado na Suíça, utilizou a planta Artemisia absinthium para fabricar uma poção digestiva. Poucos anos depois, ele adicionou álcool à fórmula para potencializar seus efeitos. Teve sua maior popularidade durante o final do século XIX, na época mais boêmia de Paris, quando o absinto era parte inseparável da vida artística e inspirou muitas pinturas e obras literárias.
Hoje em dia, o absinto é legal em quase todos os países onde o álcool é legal. Os Estados Unidos são um dos poucos países que ainda proíbem a venda de absinto.
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre e por Julia Layton - traduzido por HowStuffWorks Brasil.
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