A cachaça, também conhecida como pinga, sempre esteve presente na vida do caipira. Antigamente, ela era feita dentro de casa para consumo próprio. Dizem que, nessa época, as donzelas e rapazes mais novos não conseguiam tomar a bebida, frequentemente misturada com limão, por ser muito forte. Então adicionavam também açúcar. Por isso, os homens mais rústicos diziam que os frangotes tomavam bebida das "caipirinhas", referindo-se às moças. Assim nasce a Caipirinha, o drink brasileiro mais famoso do mundo, feito de cachaça com limão, açúcar e gelo. Graças ao aumento de seu consumo, a cachaça passou a ser encontrada em todas as regiões do Brasil, em todas as classes sociais. Isso exigiu um aprimoramento de sua produção, desde o cultivo da cana-de-açúcar até sua maturação correta, resultando em exemplares de excelente qualidade que agradam aos paladares mais exigentes e refinados. Hoje a cachaça é apreciada inclusive por estrangeiros, apaixonados pela bebida que é a cara do Brasil.
Nesses mesmos moldes, começando com uma produção para subsistência e passando a maior escala na medida em que sua popularidade aumentava, é feita a Cachaça Mazzaropi. Sua produção começou despretensiosa, caseira, apenas para consumo interno. Por ser um produto tão bom e graças à ótima aceitação dos hóspedes, que queriam presentear amigos e parentes ou levar a cachaça pra casa, a fabricação tomou maiores proporções e ela passou a ser comercializada. Ela é produzida artesanalmente, com o cuidado e o tempo necessários para se obter um produto de qualidade, cuidado que começa com a seleção da cana e se estende à colheita e à fermentação, feita sem adição de substâncias químicas. Descartados o início e o fim da destilação, somente o "coração" da cachaça vai para o descanso para conferir a ela cor, aroma e sabor inigualáveis. Ela é envelhecida em tonéis de madeira de carvalho de pequeno volume (200l) por, no mínimo, 18 meses, em ambiente com umidade controlada, no próprio Hotel Mazzaropi.
Amácio Mazzaropi foi um dos mais importantes cineastas brasileiros. Empreendedor, trabalhou em 34 projetos desde a década de 50, quando também criou a PAM filmes, um dos maiores estúdios da América Latina. Da produtora e distribuidora saíram enormes sucessos de público e bilheteria. Hoje, no mesmo local funciona o Hotel Fazenda Mazzaropi e o Museu Mazzaropi, uma área de 1200m2 onde se guarda com carinho as lembranças desse visionário artista, resgatadas e administradas pela família Roman.
Muitos de seus filmes foram estrelados por seu personagem de maior sucesso, o Jeca Tatu, criação de Monteiro Lobato interpretada pelo próprio cineasta. O Jeca simbolizava o homem rural abandonado pelos poderes públicos, que trabalhava na lavoura e vivia uma vida muito simples, trazendo à tona várias questões sociais como a saúde e a política de terras. Seus momentos de lazer eram poucos, a diversão era se reunir pra contar "causos", histórias muitas vezes inventadas, ou tocar moda de viola, sempre tomando cachaça.
A Cachaça Mazzaropi participou, em 2008, do III Concurso de Avaliação da Qualidade da Cachaça, realizado pela Universidade de São Paulo. Foram julgados critérios como a pureza, o aroma, a cor e o prazer que ela proporciona ao paladar. Nesse teste de satisfação, a Cachaça Mazzaropi ficou em terceiro lugar, uma posição privilegiada entre as melhores do Brasil, send que em 2010 ganhou a medalha de prata pelo 2ª colocação na categoria envelhecida.