O objetivo do concurso é ampliar a divulgação da cachaça no mercado consumidor e também estimular e ajudar os produtores a elevar cada vez mais o padrão de qualidade de seus produtos. "Promovemos palestras e orientações para auxiliar na busca por essa qualidade", explica Michele Boesso Rotta, pesquisadora da Unesp.
A competição reuniu dezenas de outras bebidas enviadas por outros produtores, não só do estado de São Paulo, mas também do Paraná, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
As amostras envelhecidas, não envelhecidas e descansadas foram analisadas e classificadas separadamente. As amostras inscritas foram inicialmente submetidas a um processo de avaliação sensorial, conduzido no Laboratório de Análise Sensorial do Departamento de Alimentos e Nutrição da FCFar-UNESP (Faculdade de Ciências Farmacêuticas - UNESP/Araraquara) por um painel de provadores, que indicaram dentre as amostras aquelas que apresentam as médias de aceitação mais altas com relação à impressão global. Após a fase de triagem acima mencionada, as amostras selecionadas foram finalmente avaliadas pela comissão julgadora, constituída por uma equipe de especialistas da área que, com base nos resultados sensoriais e em concordância com a maioria de seus membros, indicaram as amostras classificadas no concurso.
Para avaliar a qualidade das cachaças participantes, a Unesp levou 60 tipos da bebida a bares e restaurantes, onde clientes foram convidados a degustar e ajudar na escolha nas três categorias.
Produção inteiramente artesanal
O resultado é considerado excelente pela Microdestilaria Hof, de Serra Negra, pois trata-se de um produto novo no mercado e produzido em pequena escala. "Não utilizamos qualquer substância ou açúcar para alterar o sabor da bebida", afirma o produtor. "Essa vitória reafirma nosso compromisso com a qualidade e preservação das características originais da cachaça que destilamos", complementa.
A produção, de 65 litros diários, é armazenada parcialmente em recipientes neutros, para a obtenção da cachaça “branquinha” e também em barris de carvalho francês e americano de procedência superior (alta toneleria) para descanso e posterior comercialização.
É no pequeno e rústico Sítio Santo Antônio que a qualidade da cachaça Campanari, 3º lugar no concurso, é que faz a graça do alambique de Antonio Sérgio Campanari, o Neno. A pinga artesanal é uma das mais antigas de Monte Alegre do Sul, produzida desde 1932 pelo avô de Neno, o italiano Luigi Campanari.
Em alta no mundo
Segundo a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e investimentos, as exportações de cachaça brasileira em 2012 atingiram US$ 15 milhões. O volume comercializado passou de 8 milhões de litros, evidenciando que a cachaça vem, há muito, deixando de ser considerada uma bebida popular, marcando presença nos badalados circuitos gastronômicos.